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Mostrando postagens de novembro, 2015

Sobre chifres

- O desgraçado tá me traindo, Bruna!!! Não é possível!!! - Calma, fulana, não te precipita, quais tuas fontes, indícios disso? Repórter sempre reportando, né, acho hilária a falta de tato.  - Tu acha que eu sou trouxa, Bruna? Eu sei bem, ainda mais depois daquela conversa em q... - Achar, assim, até não acho, mas tu tem uma cariiiinha meio... - OTÁRIA - Só pra descontrair, miga, eu também sou trouxa, por isso nos damos tão bem. Trouxice é uma irmandade.  Silêncio. Penso que ninguém está imune ao chifre - esta instituição que atravessa os séculos - ainda mais hoje em dia, em tempos de redes sociais e microblogs, extensões de nossos corpos e mentes que interessam meio mundo. É como se a instantaneidade dessas relações modernas - em que praticamente nos fartamos neste buffet de sexos - potencializasse a lascívia que nos habita. Eu tenho pra mim que a gente ainda vai ser chifrado pra caralho. Claro, os alguéns que ainda querem relacionamentos monogâmicos. E, não,

Te amo não é bom dia (mas bem que deveria)

''Te amo não é bom dia'' - dizia a finada comunidade do Orkut nos idos dos anos 2000. E eu até comprava a ideia: acho que sair distribuindo te amos ser ter vivências que nos façam sentir isso é babaquice e mediocridade. Mas fazia ressalvas, claro, acho que nossos queridos, os queridos de sempre, merecem sempre ouvir um pouco mais. Eu falo eu te amo pra caralho. Em família, por exemplo, tenho fama de grudenta. Eu chego a ser insuportável. Poxa, mas eu amo. Do meu jeito meio torto, mas amo. Quero bem, morro por eles. Vivo para eles, mesmo que estejamos fadados a costurar os rasgos de nossas diferenças - e como somos diferentes. Pais, mães, avôs, irmãos, amigos, amigas, os queridos de longe e de perto, essas instituições eternas.... como não viver dizendo que os amamos? Ou c omo não viver dizendo que amamos nossos bichinhos? Como ver um bichano ronronando no colo e não querer abraçá-lo até o fim dos dias, proferindo te amos em uníssono com os eus que nos habitam? Nem que f

Sobre a ferida que é o Natal, Norbert falando bulhufas e recalquite aguda - tudo com molho de Kraftwerk

WHATAHELL, IRMÃOZINHO!!!! Vi, hoje, a primeira vitrine do perímetro que frequento com motivos natalinos e fui fuzilada por um misto de náusea com esperança - esperança tipo aquela que a gente tem quando assiste a um terror pateta, esperando que o mocinho corra pro lado certo, mas que nada, ele nunca corre. Aí fiquei, ali, contemplando aquele Papai Noel bonachão enquanto meu guarda-chuva insistia em ser um lixo e molhar a manga da minha jaqueta cinza. Nhéé, Natal... todo ano essa porcaria agora... O Natal é como  aquela  ferida no  céu da boca  que sararia se a gente pudesse parar de passar a língua nela. Mas a gente não pode.  É a ambiência da coisa que me dá nos nervos, essa coisa muito bizarra e intrínseca de que algo muito louco está acabando e outro algo muito louco está começando, e parece que eu sou a única aqui de pijama de ursinho, escutando Kraftwerk e tentanto decifrar Norbert Elias. Sim, só tentando porque os escritos deste moçoilo estão em aramaico. Falando nisso, coi