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Mostrando postagens de 2015

5 ANOS DE BLOG - PARTICIPE DA PROMOSHARE

Hoje, nós da empresa, completamos 5 anos de blog. Vamos dar o play para entrar no clima:                         #POLÊMICA: sempre preferi o parabéns da Angélica em vez de o da Xuxa. O que não quer dizer que eu ame a Angélica, claro, por mim ela pode ir pra casa do caralho. ENFIM, VAMOS CELEBRAR! 5 ANOS DE MERDA ININTERRUPTA AQUI! UHUL, HEIN? Era 22 de dezembro de 2010, estava euzinha encerrando mais um semestre da faculdade de Jornalismo, meio desgraçada da cabeça (sempre, né), entediadíssima no Orkut, quando finalmente tomei coragem e decidi dar a cara a tapa. Trouxe todas as minhas tralhas para o Blogspot e a esperança de mudar alguma coisa. Infindáveis crônicas começaram a ganhar o mundo e a me deixar mais desgraçada da cabeça ainda: sei lá, escrever é uma forma de ficar nua, de se deixar analisar, de ser sincero até a última gota, e isso nem sempre é bom negócio. Mas, enfim, felizmente tenho sobrevivido sem grandes traumas - mas não sem grandes catarses, por isso esse n

Bruna, uma frutinha estragada

Tem uma prima minha que seguidamente fala ''Bruna, tu que lê bastante, me responde uma coisa''.  Eu acho uma graça. Fico intrigada com isso, de verdade. Que eu leio bastante, realmente não é novidade para ninguém (basta perceber meu rico vocabulário, né, mores), mas ela supor que eu posso responder qualquer coisa me assusta, porque o fato é que eu não sei nada da vida. Quanto mais eu... vá lá, leio, mais imbecil me sinto diante dela. Digo, da vida, não da minha prima. É claro que ela não diz isso para encher minha bola, falei mais para ilustrar mesmo. E é claro que pessoas que leem mais, tendem a ter mais respostas prontas na ponta da língua, é uma questão lógica de sincronia entre linguagem e discurso. Mas sapiência definitivamente não nos garante certeza quanto aos mistérios que nos cercam. É só uma tentativa, uma busca. No meu caso, leio mais como um sintoma desesperado de entendimento, como se disso dependesse minha sobrevivência, nada a ver com autopromoções - po

Estepes & trepa-trepas

Ninguém fala muito a respeito, mas no fundo todo mundo sabe. Todo mundo sente quando é segunda opção. Se você não é segunda opção, que bom, parabéns, seu troféu está a caminho. Claro que há uns poucos sortudos e sortudas que não pegam fila, mas no geral a competição pelo coração alheio é mais cansativa que uma São Silvestre. Estudos apontam - sim, porque os estudos sempre apontam - que não está não sendo fácil, está é sendo impossível mesmo. Kátia, me ajuda . Ajuda nóis . Os segundas-opções são ótimos, eles nem sabem que são, mas têm um sorriso inocente que ilumina o mundo. Sorriem sem motivo, são bobos alegres. Mais bobos que alegres. E sobrevivem da caridade de quem os detesta. Ou melhor, de quem os visualiza, e não responde - educadamente, claro. Poucas coisas são tão irritantes quanto ser ignorado com parcimônia. Se fosse com grosseria já era meio caminho andado para o ódio se instalar, que ódio também é vivência e catarse, não sejam tão católicos. No fundo, esta crônica é um gra

007 Contra Spectre

Estou há dias para escrever isso. Fui ver Spectre . Pausa pra emoção fluir. Que puta filme! Socorro! Saí meio abestalhada da sala de cinema, fazendo dancinha e tudo com a clássica musiquinha, mas com o coração esmigalhado por nosso menino prodígio da MI6 haver dito em certas entrevistas que não vai rolar continuação - não com ele. Tudo indica que Daniel Craig despediu-se mesmo de suas funções como 007 - e lá vamos nós na empreitada de achar um substituto à altura dos socos ótimos que ele levou nos últimos 9 anos. Não sou especialista em Ian Fleming - guardem as pedras, please -, mas convenhamos, o ator britânico imprimiu ao agente secreto uma veracidade que há tempos não víamos no personagem. Bueno, nesta nova cilada, Bond, James Bond, segue sendo um moço muito do indisciplinado e viaja ao México sem conhecimento de seus superiores, a fim de investigar uma ligação - a ligação que que dá nome ao filme - e eliminar um tal Marco Sciarra, um dos tantos terroristas que o loirinho fez ev

Sobre chifres

- O desgraçado tá me traindo, Bruna!!! Não é possível!!! - Calma, fulana, não te precipita, quais tuas fontes, indícios disso? Repórter sempre reportando, né, acho hilária a falta de tato.  - Tu acha que eu sou trouxa, Bruna? Eu sei bem, ainda mais depois daquela conversa em q... - Achar, assim, até não acho, mas tu tem uma cariiiinha meio... - OTÁRIA - Só pra descontrair, miga, eu também sou trouxa, por isso nos damos tão bem. Trouxice é uma irmandade.  Silêncio. Penso que ninguém está imune ao chifre - esta instituição que atravessa os séculos - ainda mais hoje em dia, em tempos de redes sociais e microblogs, extensões de nossos corpos e mentes que interessam meio mundo. É como se a instantaneidade dessas relações modernas - em que praticamente nos fartamos neste buffet de sexos - potencializasse a lascívia que nos habita. Eu tenho pra mim que a gente ainda vai ser chifrado pra caralho. Claro, os alguéns que ainda querem relacionamentos monogâmicos. E, não,

Te amo não é bom dia (mas bem que deveria)

''Te amo não é bom dia'' - dizia a finada comunidade do Orkut nos idos dos anos 2000. E eu até comprava a ideia: acho que sair distribuindo te amos ser ter vivências que nos façam sentir isso é babaquice e mediocridade. Mas fazia ressalvas, claro, acho que nossos queridos, os queridos de sempre, merecem sempre ouvir um pouco mais. Eu falo eu te amo pra caralho. Em família, por exemplo, tenho fama de grudenta. Eu chego a ser insuportável. Poxa, mas eu amo. Do meu jeito meio torto, mas amo. Quero bem, morro por eles. Vivo para eles, mesmo que estejamos fadados a costurar os rasgos de nossas diferenças - e como somos diferentes. Pais, mães, avôs, irmãos, amigos, amigas, os queridos de longe e de perto, essas instituições eternas.... como não viver dizendo que os amamos? Ou c omo não viver dizendo que amamos nossos bichinhos? Como ver um bichano ronronando no colo e não querer abraçá-lo até o fim dos dias, proferindo te amos em uníssono com os eus que nos habitam? Nem que f

Sobre a ferida que é o Natal, Norbert falando bulhufas e recalquite aguda - tudo com molho de Kraftwerk

WHATAHELL, IRMÃOZINHO!!!! Vi, hoje, a primeira vitrine do perímetro que frequento com motivos natalinos e fui fuzilada por um misto de náusea com esperança - esperança tipo aquela que a gente tem quando assiste a um terror pateta, esperando que o mocinho corra pro lado certo, mas que nada, ele nunca corre. Aí fiquei, ali, contemplando aquele Papai Noel bonachão enquanto meu guarda-chuva insistia em ser um lixo e molhar a manga da minha jaqueta cinza. Nhéé, Natal... todo ano essa porcaria agora... O Natal é como  aquela  ferida no  céu da boca  que sararia se a gente pudesse parar de passar a língua nela. Mas a gente não pode.  É a ambiência da coisa que me dá nos nervos, essa coisa muito bizarra e intrínseca de que algo muito louco está acabando e outro algo muito louco está começando, e parece que eu sou a única aqui de pijama de ursinho, escutando Kraftwerk e tentanto decifrar Norbert Elias. Sim, só tentando porque os escritos deste moçoilo estão em aramaico. Falando nisso, coi

Atendimento personalizado

Estava eu, bem bela, esperando para ser atendida no consultório médico, quando me veio o asco mental ao abrir uma revista local (sim, porque o purgatório de esperar passa pela peregrinação às revistas escrotas dos titios médicos): ''atendimento personalizado'' . Atendimento personalizado, atendimento personMAS QUE CARALHOS. A cada anúncio percorrido em que constava brilhante frase, eu era inundada por uma vibração mental enviando aos céus uma tomada bem no meio do cu. Osho não faria melhor. Atendimento personalizado é o one-hit wonder dos anúncios publicitários. Que me perdoem os coirmãos, outrora colegas nos bancos universitários da graduação, mas vocês não enganam ninguém. A gente só segue comprando as coisas porque precisa dos produtos e dos serviços; não porque vocês são maravilhosos gestores de relacionamento. Vocês não sabem nada sobre mim, vai personalizar a cara da tua vó. Mas o que viria, então, a ser o tal atendimento personalizado? Por acaso, vocês vão me

Whisky sem gelo

Eu tão cartinha de amor Tu tão pau de selfie Eu tão dormir pelada Tu tão cueca boxer Eu tão discutir relação Tu tão adoecer de paranoia Eu tão verborragia Tu tão impensável calmaria Eu tão semiótica Tu tão significando nada Eu tão doença Tu tão cura Eu tão pura Tu tão descrença Eu tão riso incontido Tu tão calculismo Eu tão niilismo Tu tão atrevimento Eu tão jogo de pensamento Tu tão ou nada atento Tu tão rotina de 8 horas Eu tão fazer greve Tu tão breve Eu tão pra sempre Tu tão quente Eu tão gélida incoerente Tu tão whisky sem gelo Eu tão vinho Tu vinha? Eu tão sem ninho Tu tão viagem pela CVC Eu tão mochila nas costas Tu tão sorriso queimando Eu tão boca larga cantando Sucintas notas Tu tão beijo na boca Eu tão pele na pele Tu tão Tarantino Eu tão nouvelle Nós tão pra ser, mas nem foi Por isso volto a dizer: oi Auxiliou no post:  Por um triz - Skank

Um relato de 26 anos com espírito de 16 - ou ''BITCH, DON'T KILL MY VIBE''

Essa coisa da idolatria é uma coisa muito louca e bizarra e doentia e incrível e mágica e surreal e faz o coração sair pela boca, né? Não sei bem o que rola, mas é uma sensação boa. Ok, eu sei que muitas vezes as pessoas idolatradas nem sabem que respiramos. Mas não tem muita importância, porque a gente já aprendeu a amar. E eu diria que é gratificante manter um espírito de 16 anos se manifestando dentro da gente. Desculpa aí, mas eu não quero nem saber se estou velha demais pra fazer certas coisas. Vai cortar a onda de outro aí, bitch . Ou melhor, BITCH, DON'T KILL MY VIBE!!!! Então, estava eu ali, batendo o pezinho e tocando bateria imaginária, com a cabeleira, recém pintada de um ruivo suspeito, pra lá e pra cá, escutando ''Não sei viver sem ter você'' . Um filme louco passando pela cabeça. Que momento! Caralho! Só eu e uma das bandas que eu mais amei na adolescência à frente. Sim, eu fui sozinha ao show, e nem precisa ficar com peninha: eu fiz questão. Só eu e

Sobre promoções sexistas - e o que eu tenho a ver com isso

Minha cidade natal, há alguns dias, foi alçada a suprassumo do churrasco gaúcho por conta de uma promoção sexista, nojenta e mais velha que o sol. Foi doído, que lástima. Não contive o sangue fervendo e acabei entrando em choque - de palavras, a virtualidade nos corrompe - com várixs perfis. Fui atacada. Até de travesti fui chamada, aquela gratuidade de sempre - e, né, como se ser mulher transexual, no caso, fosse algum tipo de vergonha... NÃO É! Mas não, não sou travesti . Nasci biologicamente mulher e me identifico com meu gênero. Sou feminina - seja lá o que isso signifique, minha feminilidade não é para apreciação externa, basta que eu me goste. Uso maquiagem, Uso salto. Me depilo. Não odeio homens. E sou feminista. Sim, eu saí do armário. EU SOU FEMINISTA, PORRA! E poucas coisas na vida me libertaram tanto quanto esse movimento lindo e acolhedor. No feminismo, paulatinamente, tenho aprendido a não odiar mulheres, a respeitar a vivência de cada uma, a vê-las como amigas, a ver min

Deixem rolar - só que no mudo

Sabe aquele filme ruim? Mas ruim mesmo, de sentir vergonha alheia pelos atores que se meteram numa história tão ridícula? Pois é, fui acometida pelo sentimento repetidas vezes enquanto assistia à última água com açúcar em que o menino Evans se meteu, o tal  Playing it cool - "Deixa Rolar" em português. Assim, não é que a comédia romântica tenha que nos virar a cabeça - somos grandinhos, sabemos o que esperar -, mas com o mínimo de borboletas no estômago é de praxe que sejamos brindados, poxa, está escrito no menu da obra (e nossa fome, mesmo que disfarcemos, não é pouca). O fato é que sigo faminta. E com uma certa raivinha, sabe, aquela gana de dar uns sopapos na cara do diretor. Bom, o Chris dá vida a um escritor que não acredita no amor, porém é recrutado para dar forma a um roteiro romântico que virará filme em seguida. É tipo uma metalinguagem de Chris Evans, percebam. Só que o ceticismo dele dura até conhecer a personagem da Michelle Monaghan (jura!!!) e cair de amores

Apenas mais uma de sono

Eu gosto tanto de dormir Que até prefiro omitir Deixo assim, ficar No meu olhar reprimido Como uma ideia que existe na pálpebra E não tem a menor chance de acontecer Eu acho tão desgraçado isso De o sono ser tão feroz, baby A madrugada é mesmo tão fugaz É uma ideia que existe na cabeça E à tarde nunca terá a mínima oportunidade de acontecer Pode até parecer fraqueza Pois que seja fraqueza então A alegria que me dá roncar Isso vai sem eu dizer Se amanhã não for nada disso Caberá só a mim esquecer A mijada do chefe que eu ganho, o ônibus que eu perco Ninguém precisa saber Bruna Maurícia Pragana dos Santos

Não posso mais ser um prodígio da psicanálise com 9 anos

Quando eu era criança - não que eu não siga -, e brigava com meu irmão por algum motivo que até hoje não sei explicar, meu pai vinha com a cantilena. Corrijo: meu pai, minha mãe ou qualquer adulto que estivesse por perto: ''mas nem bem estavam brincando e já estão de peleia"?  Clássico, né? Ou algo do tipo, isto é, se estavam brincando, conversando e rindo, estava expressamente proibido terminarem o show com algum tapão na cara - não que tenha havido, enfim, vocês me entenderam. E não que as coisas precisem terminar com choro e focinheiras, realmente não precisam. Mas isso acontece. Acontece, é da vida. A gente - eu, vocês e todos nós - segue sem se entender no fundo, mas bem no fundinho. Mais nova, eu me culpava. Achava que a intervenção adulta era sempre muito lógica e providencial. Até pensava com meus botões: ''criança é idiota mesmo, adulto não faz isso'' . E deixava-os saborearem aquele trunfo de quem acha que sabe muito sobre a vida. Ai... ai....

Sobre John Lennon e uma estrada para lugar nenhum

Tenho quase 26 anos, e não sei o que quero da vida. Sim, eu tenho um diploma. Tenho saúde, pelo que dizem os últimos exames. No entanto, tenho sono. Um sono louco e arrebatador. Sono das pessoas. Dos últimos hits do rádio. Das comidas do Instagram. Das frases feitas com um questionável espírito motivacional. Nossa, essas me fazem bocejar. E salivar de ódio. Mas, veja bem, meu bem, eu tenho amor no coração. Eu sou amor da cabeça aos pés. E umas pílulas para ativar serotonina. Se você sabe o que quer da vida, esse texto não é para você. A propósito: pegue sua medalha de maior ser humano na saída. De nada, foi um agrado do meu eu John Lennon a você. Os boletins do John diziam, na época, que ele era irrecuperável. John era um adolescente bizarro e sem nenhuma perspectiva. Porra, queria ser ele. E ter composto Strawberry Fields Forever . John não sabia para onde ia, mas entrou para a história. Quem sabe eu também consiga. Pensando sobre isso, me vem à cabeça aquela ideia de que deve haver

O casal que não disse obrigado

Eu sou um tipinho atormentado. Artístico incompreendido. Azedo crônico. Faço piadinhas imbecis e comentários inapropriados. Sou medalha de ouro em deixar as pessoas mudas espumando de ódio em virtude de alguma frase atravessada. Aquela coisa das papas na língua, sabe... é, realmente não tenho. Como diria a Modinha para Gabriela : eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim. Ponto. Mas, indo na contramão disso tudo que escrevi, devo confessar que realmente não me considero uma pessoa mal educada, uma pessoa difícil de conviver em sociedade. Eu sou um doce, meus amigos, por mais contaditório que possa parecer. Eu prezo muito por gentileza no momento em que ponho os pés para fora de casa. Nossa, eu não abro mão! Ninguém tem culpa das misérias que enfrentamos, penso eu. Tá, alguém, às vezes, tem, ok. Mas o caixa do mercado, o atendente da loja, a moça que faz a higienização urbana... poxa, eles não têm nada a ver, nunca serei deliberadamente estúpida com quem

Sobre o dia piadista do falo

Dia do homem, que lindeza. Só parem! Tá feio, tá escroto, tá bizarro. É pouco politizado e inteligente. Vocês podem mais que isso, galera. Eu começo esse texto cheia de reservas, porque, né, ''ai grande coisa comemorar o dia do homem, é só um agradinho pra estes lindos que nos rodeiam, deixa de ser encrenqueira, Bruna'' - sei que é um pensamento recorrente. Ou se não o clássico da geração falsinha e raivosa da internet  ''mais amor, por favor'' -  como se para espalhar amor, fosse preciso emburrecer e consumir idiotice do senso comum. Amor uma ova, vamos pensar sobre as coisas? Eu tenho dois homens maravilhosos na minha vida, além de inúmeros amigos, é bom que se diga. Meu irmão e meu pai são dois alentos para mim, não vivo sem, amo de paixão. Só que existe uma diferença oceânica entre dizer isso e sair propagando em alto e bom som que homem merece um dia para ele também, oras, afinal, a mulher tem o dela em março. É uma bobeira retomar isso, mas, since

Marisa Monte, miga, volta aqui

Quem me lê há tempos (ninguém), sabe que sou fã da Marisa Monte. Musa suprema, amo, adoro, suas letras são bálsamo para meus ouvidinhos. Óquei . Íntima que me considero, já corrompi uma de suas letras neste espaço zombeteiro. Porque eu posso. Eu e Marisa é amizade daquelas de só se olhar e entender. Beleza. Aí, aconteceu que, esta noite, eu sonhei com a miga previamente citada. Branca que é uma parede. Os cabelos milimetricamente cacheados e sutilmente presos. Arredia, como ouvi dizer e o inconsciente popular aprendeu a vê-la. A mãe do Mano Wladimir estava, vejam só, no mesmo ponto de ônibus em que Bruninha contava seus níqueis. E cheia de sacolas, gente como a gente. - Fulana, olha ali, eu não creio, é a Marisa............. - Que, Bruna? Cuma ? - Ali, fulana... olha ali, porra, é a Marisa Monte!!!!!! MARISA, COMASSIM, CÊ TÁ FUGINDO, MARISA, EU NÃO MORDO, SÓ QUERO TROCAR UMA IDEIAAAAAAAAAAAA VOLTA AQUI, MARISAAAAAAAAAAAAAAAAA Fugiu. Evaporou por entre as catracas imaginárias

Amadeus e eu

Eu vivo no mundo da lua. Ok, todo mundo vive, eu não sou uma exceção, mas como o blog é meu, vamos ser enfáticos no meu umbigo aqui. Eu tô sempre viajando na história, vejam vocês. Viajando por culturas diferentes da minha, por países que não o meu, por músicas e ritmos que só conheço de curiosa mesmo - já que sou uma musicista frustrada. Peguemos a música clássica, por exemplo. Hoje, acordei com uma vontade doente de escutar uma sinfonia específica de Amadeus e seu cabelo ridículo (a propósito, a estética capilar do século XVIII sempre será uma incógnita para esta plebeia que vos fala), Amadeus este, aliás, cuja biografia contada no ótimo filme homônimo, de 1984, me deixou fora da casinha - assisti dia desses, e, olha...   'Ai, Bruna, para de pagar de cult aí, tu nem ouve isso.'' Antes fosse comichão pseudocult, menino, antes fosse. Eu sou tarada por sinfonias, de verdadinha mesmo, e desde muito nova. Me olha bem nos olhos aqui e diz que consegue ficar indiferente a um p

SHE TALKS TO RAINBOWS

E de repente, não mais que de repente, ficamos coloridinhos nos avatares das nossas redes sociais - e fomos seguidos por nossos amigos em uma espécie de reação em cadeia linda e fraterna. Claro, claro, é uma modinha de rede, um viral repetitivo que acaba nos enchendo o saco a certa altura, mas, neste caso, acho interessante deliberar sobre algumas coisas. É um caso em que penso valer a pena cutucar com maestria o privilégio alheio. Vivemos um momento progressista bonito em que a representação da diversidade ganha força em campanhas publicitárias e tramas novelísticas. Porém, este também é seguido por escaladas assustadoras de fundamentalistas e ''homens de bem'', temerosos de que os irrisórios avanços sejam a ruína da família tradicional, a ruína de ''nossas crianças" - crianças estas que dão de 10x0 na questão politização, bem longe dos holofotes. O presidente da casa legisladora mais famosa do país é do bem . A política brasileira está infestada de pasto

I DROVE ALL NIGHT

Peguei o carro e decidi: eu vou. Abasteci pouco e sem saber se chegaria até lá com o volante em mãos, talvez sucedesse de ser com os pés sangrando coisas absurdas e as solas do coturno cheirando a bizarrices de estrada. A Cyndi cantava ''I drove all night'' num caos insistente e providencialmente coincidente, maldito mp³. E a febre de ver o cara mais uma vez guiou os caminhos, até porque aquele laranja meio magenta da ponta do horizonte parecia abençoar de algum jeito a empreitada. Anoiteceu tudo e nem vi. A loucura colorida da Cyndi era uma coisa muito, muito, muito doída, partia minhas artérias em minivasos de arrependimento futuro e expectativas molhadas de chuva. Mas eu seguia. E sentia tudo queimando, um cheiro de pólvora desejando carne e angústia pedindo redenção em um abraço quente faziam a atmosfera até poética. Poesia vagabunda, mas não menos lírica. Cheguei. Os olhos brilhando de carinho e pensamentos indecentes, uma traquinagem no céu, uma coisa muito parad

SAVE THE DATE II - A SEGUNDA VEZ É COM CHANTILLY

MEU HOMEM ESTÁ ANIVERSARIANDO NINGUÉM SAIIIIIIIIIII 34 ANINHOS DE TOTAL TIRANIA COM NOSSAS RETINAS AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE Primeiramente, um minuto de silêncio a esta senhora que deu à luz tal criatura:                                                        Porra, mandou benzão, Dona Lisa!                                                      Você fez uma geração mais feliz! Obrigada! Segundamente... vamos admirar, né, meu povo, já que ninguém aqui vai pegar mesmo. Admirar a total falta de condescendência deste rapazinho para com nossas estruturas:                                              Que coisinha mais bem feitinha, né? Desgraçado!                                         De quatro-olhinhos: agradeço pela representatividade.                                                          ESTA CARINHA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!                                   Imagina topar com uma secada dessa e perder o rumo de casa. 

Sobre selfies com teor religioso e ser cristã

Penso nunca ter falado exclusivamente sobre religião, fé, Deus e afins aqui. E, bem no fim, me inspirei, após ter escarnecido lindamente no Twitter de fotos - as chamadas selfies - em que as pessoas citam versículos bíblicos. Se eu fosse alguma coisa de prestígio na vida, eu estaria em O Globo, n'A Folha dando entrevista e tentando contornar a polêmica. Mas como eu sou um nadinha - um nadinha de muito potencial, é bom que se diga -, vou aproveitar minha total anonimidade e deliberar. Selfies com citações religiosas são bizarras. São ridículas. Eu rio pra caralho. A selfie, antropologicamente falando, já carrega um teor de ridículo e presunção, convenhamos. Já postei selfies? Claro! Quem nunca? Mas tenho noção da gama de construções que isso envolve. Eu, ali, me vangloriando de mim mesma e do meu sex appeal questionável, não deixo de ser uma caricatura de mim mesma. A gente é ridículo por natureza, não há por que temer. O problema reside, na minha opinião, em realmente se achar gra

Deveria haver mais Fernandões

O Fernandão, ídolo colorado falecido ano passado em um triste acidente de helicóptero em Goiás, desde que havia ganhado projeção no futebol há alguns anos, sempre me chamou atenção pelo que dizia. É curioso como eu sempre parava para escutar alguma fala sua na televisão, por exemplo. Alguma coisa de fundamento ia sair, era meio sintomático. Destoava até com certa inocência da massa de entrevistas futebolísticas caricatas e que beiram a robotização desde sempre - e que, aliás, vide anos 2010 e tantos, seguem ridículas e previsíveis. Mas não era esnobismo; era lucidez - e esses dois, poxa, são bem diferentes. Me lembro de uma vez - devia eu contar uns 17, 18 anos - ter saído uma reportagem em um jornal impresso de prestígio aqui do estado acerca da homossexualidade no futebol e de como há uma cultura machista e heteronormativa dentro deste espaço, tido ainda como só para machões e gaúchos malvadões e ogros graaaaw . Em meio a falas bizarras e carentes de profundidade, o homem saiu-se com