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Mostrando postagens de setembro, 2011

S.O.S

         As artes não resolvem nada, mas são um baita consolo. Eu acho. Tô sempre à procura de uma música que traduza meus lapsos bipolares, uma citação de livro que acalme minha errância sem fim, uma cena de filme que faça o riso jorrar apenas para mim e sem cúmplices. Trata-se de uma busca meio arraigada, já que a vida real anda cada vez mais sem graça. Ainda que não traga grandes mudanças, sacia um pouco da vontade de sarar alguns machucados existenciais que - não sejam tolinhos - permanecem tatuados na alma, na pele, na vivência toda.          Em relação aos livros, um quê hiperativo tem roubado minha atenção. Tô às voltas com uns exemplares burocráticos e técnicos - devido à produção do enrolation acadêmico clássico dos que desejam findar a graduação (Sim, TCC! Um Suflair para quem desvendou meu eufemismo malcriado) - mas louca da vida para ler outras coisas mais bestas e menos casadas com o ideal de difundir teorias sociais e humanas. Não que sejam ruins, mas, sabem? Não é o mo

Plantão agridoce

          Dear God, e eu pensando que eu era a única agridoce que estufava o peito e assumia, sem nenhuma culpa, carregar genes docinhos e azedinhos no corpo? Momento Maysa Matarazzo : meu mundinho caiu. Há mais blogs agridoces na vizinhança, gente! Com algumas variantes, lógico, mas o adjetivo garanhão marca presença em mais páginas da web, sim, senhor. Seria eu uma fraude? Em instantes, no Globo Repórter. rs           Não, não sou. Abomino cópias. Acho que não se pode fugir de inspiração - coisa bem diferente, aliás. A minha, no caso, brota de muita galera literária e casual por aí, mas o fato é que eu nunca seria ridícula a ponto de plagiar a ideia de outrem. Sou ridícula em outras situações, mas não, assim, ferindo meu orgulho leonino. rs // Gosto do que eu faço: ruim, bom, regular, meia-boca, whatever, mas prezo por originalidade e brio. Logo, se vocês virem algo parecido, sei lá eu, não pensem que eu me prestei a homenagear a pessoa em questão. Já expliquei por aqui como surgiu

We'll always have Paris

         Não sabia por onde começar. Nem se devia começar. Bebericou mais um pouco do martini e, aproveitando que estava a anos-luz do território da dignidade, despejou várias palavras feridas e sem nexo no ar. No corredor onde todas as vozes tinham o mesmo tom, ergueu-se um eco de mágoa que se sobressaiu a quase crível harmonia. A intenção era clara e muito bem arquitetada: provocar dor igual ou maior que a sentida. Havia um quê de justiça insistindo em marcar presença naquele jantar dos corações espezinhados. Bebidas diversas para ressuscitar velhos silêncios que não se explicaram. Tortinhas de melancolia servidas para fazer qualquer um morrer de indigestão. Equações sem prova real, emoções à flor da pele, grande palhaçada sem freio.           Era tanta lembrança que precisava ser exorcizada. Tanto papel que precisava ser jogado fora, tanto ponto que precisava honrar seu destino. Buscou um banheiro e ensaiou no espelho. Que bobeira, não havia nada que pudesse voltar. Verborragia gêm

Antro dos potinhos verdes e rosas

         Certa vez, falei aqui que eu detestava ir ao super. Reitero a posição: tenho calafrios só de pensar em ir até lá, mesmo sabendo que é para comprar comida. Não gosto, tenho pânico, sempre dou de cara com algum conhecido, cuja fuça me dá vontade de vomitar, nunca encontro nada, acho tudo muito caro e vivo pagando micos. Tô para resolver isso num divã, me aguardem.          Mas, se o mercado é meu calvário, as farmácias são a minha redenção. Não sei, deve haver algo que explique minha fascinação por todos aqueles produtos que marcam presença nas prateleiras, me incitando a torrar dinheiro em shampoos milagrosos, creminhos adoráveis pro cabelo - entre outros itens básicos da sobrevivência feminina - e também, é claro, nos esmaltes - anõezinhos coloridos que fazem meu coração pulular dentro do peito. Cara, aquilo ali é a minha Disney!          Sou uma fresca, eu sei, mas o fato é que adoro esse universo da higiene pessoal - tanto que, hoje, ao lembrar que meu condicionador acabou

Da série: diálogos agridoces

IDEIA ESTÚPIDA - Às vezes, é melhor dormir com a impressão mentirosa que perder o sono pensando na obviedade que fere. - Não acho. - Tem certeza? - Não, não tenho, só queria te contrariar. - Bem teu papel. - E o teu é se iludir, não? - Talvez. Mas não deixa de ser mais digno. Na minha ilusão, eu sou feliz e não machuco ninguém. - Hum, captei o sarcasmo. - Nada além do previsível. Lembra? Pra ti, eu sempre fui previsível. - Quem sabe eu esteja arrependido. - Quem sabe seja tarde demais. - Pra dizer adeus ou pra dizer jamais? - Incrível como "jamais" combina com a gente. - Nossa, com isso eu concordo. - Pra mim, tanto faz. - O mesmo ceticismo barato de sempre... - Por que eu mudaria? - Porque é um hábito terrível. - Pode até ser, mas não é o pior. - Qual é o pior? - Gostar de ti até os ossos. - É sério? - É, preciso parar com essa ideia nociva e estúpida de te querer mais que a mim mesma. - Não vai conseguir. - Como é que tu sabe? - Tô vendo nos teus

Mea culpa

           E não é que eu voltei àquela confraria de doidos chamada Twitter? Até pensei aqui com meus botões: poxa, aí eu desço o pau em cima das redes e bla bla bla, e agora, volto com uma cara de gato de botas para um dos canais, outrora, humilhados? Credibilidade vai bem, obrigada. Não acho que eu deva satisfação a vocês – sejam quem forem – mas, enfim, vim fazer meu mea-culpa. Mais que tentar sair por cima, vou buscar refletir (mais uma vez)! Sigam-me os filhos pródigos.            Confesso, senti falta. Das idiotices, de saber das notícias (?), de uns perfis ótimos que eu seguia e etc, pois, querendo ou não, aquela droga alucinógena pautava muitos dos assuntos do meu cotidiano. Isso é um fato para o qual não posso torcer o nariz, por mais pupila do Che que eu queira ser: faço parte desse mundinho intrigante da web e ficar à margem pode ser perigoso - ainda mais, sendo estudante da área já mencionada por aqui em outros posts. Não que estar dentro seja garantia de algum bônus t

Um dia é do Peixe, outro é do caçador

            Adoro ter a sorte de assistir a algum jogo cheio de gols, viradas, jogadas bonitas e afins - se não assim, ao menos com uma boa dose de emoção, susto e interrogação nos olhos. Uma partida com essas coordenadas evidencia algo que já notei, há algum tempo: cabemos exatamente dentro de um campo de futebol. Com juíz ladrão, carrinho , gol de voleio e torcida. Sem exceções, todos estão dentro e sendo testados pelo imprevisível.             Pois bem, na última quarta-feira, engoli o orgulho e prestigiei um do co-irmão - morador da Avenida Padre Cacique e muy valoroso rival do meu time do coração. Com um placar de 3x0 bem construído em cima do Peixe , nada parecia abalar a confiança do time gaúcho, que caminhava, de fato, à consolidação dos três pontos, em casa. Mas - e, como diz Juremir Machado da Silva, sempre há um "mas" em tudo - algo aconteceu no caminho vermelho e branco.              Em questão de minutos, o time praiano empatou o certame e enfiou na mala um res