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Mostrando postagens de 2016

A garota de rosa shocking fez trintão

Deem uma sobrevida às ombreiras e ao fixador de cabelo, pois vem aí uma resenha super deluxe edition dos 30 anos de Pretty in Pink : sim, a garota de rosa shocking agora é uma simpática balzaquiana. Chama a mamãe, pois estou convicta de que ela já quis dar uns beijos no Andrew McCarthy - o bonitinho, logo ali em 1989, seria um dos patetas hilários que descobre o chefe morto num final de semana na praia e resolve fingir que nada aconteceu. Todo mundo completamente doido na década de 80 ou nem? Lançado em fevereiro de 1986 e dirigido pelo magnata das comédias adolescentes oitentistas, John Hughes, o filme, ao longo dos anos, saiu da sombra de mero entretenimento jovem e acabou ganhando roupagem cult. Aconteceu o mesmo com Curtindo a Vida Adoidado e Clube dos Cinco - ambos também dirigidos por Hughes. O porquê disso? Boa pergunta. A ambiência  hipster cinematográfica, ela não tem limite. Ou, quem sabe, o diretor seja mais profundo do que eu imagino. A comédia romântica é protago

Ex-gremista também ama

Oi, sumidos! Vi que vocês não têm visitado mais o site... queria saber se tá tudo bem... A ambiência futebolística zoadíssima que deu as caras domingo merecia que eu escrevesse umas palavrinhas nostálgicas - uma espécie de recompensa pelos anos de serviços prestados à instituição Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, pois, sim, já fui bem fanática por aquela desgraça. Quem sabe eu tento a sorte na crônica esportiva? Já ensaiei tímidas escritas em jornais tenebrosos nesta senda de vitórias . Hah     Eu realmente nunca achei que o Internacional fosse ser rebaixado, não sei, mas isso me parecia um castigo exclusivo para quem ousava torcer pelo seu oponente. Fala sério, o Grêmio é muito inacreditável. Tem que ter uma boa dose de coragem para abraçar aquele azul, preto e branco na vida. É uma disposição natural para ir às maiores glórias e às maiores derrocadas em questão de meses, jogos, acréscimos. Quem consegue levar 5x0 numa final de Libertadores? Quem consegue ganhar um jogo, pegand

Orna Donath e o Regretting Motherhood

Lá vamos nós de novo. Acabei lendo uma entrevista de uma socióloga que afirma não existir o tal instinto materno. Polêmica à vista. Aí eu gosto, porque polemizar - dependendo do assunto - nem sempre é gastar energia de graça. Muitas vezes é simplesmente pensar fora da caixa. Que delícia, vocês deveriam experimentar.  A israelense Orna Donath, em seu recém lançado livro Regretting Motherhood , entrevistou 23 mães que se arrependem de terem tido filhos. Chocados? Que nada, isso deve ser mais comum do que pensamos. E amor não tem nada a ver com a questão. Estou convicta de que se pode amar imensamente um ser, e ter ojeriza à relação e às circunstâncias tidas com esse ser. É claro que se perguntarmos a nossas mães se elas se arrependem da concepção, as coitadas vão desfiar um rosário dizendo que é uma indagação descabida, que fomos a melhor coisa que aconteceu na vida delas e blá blá - e longe de mim ser responsável por um congestionamento nas salas de espera dos terapeutas de vocês -,

Dia mundial de amar o Cartola

Eu tinha tudo para dar certo na vida, mas conheci o Cartola com 15 anos. Juventude roubada é pouco. Foi assim, eu fui ver Cazuza - O Tempo não Para  no cinema sozinha (ênfase no ''sozinha'', porque amo ir sem ninguém mesmo), e naquela cena fatídica em que Roberto Frejat todo mauzão dá um chilique dizendo que o Barão toca rock, porra!!!!  e   começa aquela intro doída de "O mundo é um moinho", eu entendi um pouco da vida. Aí não teve jeito. O Agenor Cazuza deixou o Barão Vermelho, e eu deixei a sala, maravilhada, conhecendo uma pista do Angenor de Oliveira, ou se preferirem... Cartola. Aqui até cabe uma curiosidade: diz que o exagerado detestava se chamar assim, porém passou a gostar quando descobriu a coincidência com o icônico mangueirense - que teve a letra n adicionada ao nome devido a um erro de registro. Espero que eles tenham falado disso quando se encontraram. Gosto muito de ambos, mas o sambista me comove, me deixa catatônica. É muita sabedoria

As questões dos minions e da passagem do tempo

Um dos maiores medos da minha vida é começar a compartilhar Minions Irônicos ou Qualquer Personagem De Novela Indelicado na rede ao lado sem nenhum pudor. Imagina só, ir dormir sendo um ser humano normal e acordar no outro dia... glup, uma tiazona. Se eu começar a compartilhar videozinho de receita, aí é pulinho do 13º andar. Que terror. É claro que eu tenho medo de envelhecer. Rezo para envelhecer cabeça e bem, com o mínimo de sintomas possível. E sem minions, lógico, que moda desgraçada. Mas queria mesmo é fugir dessa obrigação de passar os anos. A juventude é tão boa. Inebriante. É ter uma folha de papel em branco no caderninho da vida (cristo, que cafona isso!). Dá para escrever qualquer coisa ali, tudo é permitido. Talvez por isso estejamos tão doentes e ansiosos: diante de todas as possibilidades do mundo, bugamos e congelamos nas próprias ambições. A juventude é um concerto de rock, uma madrugada insana na rua, no copo, desce mais uma dose que hoje eu vou me acabar! Coisa boa

Os 40 anos de Taxi Driver

Coube a um Robert De Niro com um frescor insuspeito de juventude - e recém saído de um Oscar de melhor ator coadjuvante por O Poderoso Chefão: Parte II (1974) - o personagem-título do filme que colocou Martin Scorsese no rol de monstros sagrados de Hollywood. Estava eu, aqui, viajando na maionese, quando me veio a revelação de que essa relíquia completou 40 primaverinhas.  Vai ter que ter resenha! Iniciei o texto falando especialmente do De Niro, porque, de fato, acho sua interpretação primordial para a crueza da porra toda. Reconheçamos o óbvio: o cara está insano. E se você não refez aquela cena dele no espelho falando sozinho com o seu ridículo, não podemos ser amigos. Mas vamos aos fatos. Do que trata Taxi Driver? Travis, Travis Bickle, é um ex-fuzileiro naval (a propósito, isso é o que ele diz) de 26 anos, que sofre de depressão e insônia numa Nova York entregue a problemas comuns a qualquer grande metrópole - caos, solidão, violência, prostituição, corrupção, políticos demago

I WAS BORN TO LOVE YOU

A voz estaria completando setentinha nesta semana, mais precisamente dia 5 último. Aí eu, que até já debutei na idolatria, entrei numa espiral de Freddie Mercury e até agora não saí. Cataaaaaaaaarse! Mas quem era o moço, afinal? Segundo biógrafos oficiais - eu -, ele era essa coisa curiosa, dançante, criativa, introspectiva, teatral, demônia, genial, demasiado humana, magnífica, adepta de all stars e regatinhas, cretina, purpurinada, dentuça, gatólatra , estranhamente tímida e engraçadinha dando entrevistas, um amor difícil de esquecer, por supuesto. Foi muito louco, tocava Bohemian Rhapsody numa rádio qualquer, e me lembro de algo ter mudado dentro de mim. CARACA, O QUE É ISSO? Em 2001, nós, projetinhos de adolescentes, falávamos caraca . Era caraca pra tudo, mano. Imagina um pingo de gente metido a glam rocker falando ''caraca''. Era ridículo. Bom, como boa filha de pais avessos a enlatados , nem um LP da vida consegui nas estantes de casa. Atordoada e sem inte

O cachorro sem nome

- Que graça, qual o nome dele? - Ele não tem nome... nem pensamos nisso. É peludinho, fofinho... sabe...? - EHEHEHE LEGAL Sério? Really? Ora não tem nome, que mundo é esse? É quase uma negação à identidade do cão. Não dar nome para um cachorro não é das piores coisas que se veem por aí, claro, mas que a vida perde em encantamento, ah perde. Não perde? Fala sério. Que me perdoem os pragmáticos, mas criatividade é fundamental. Eu me amarro. Eu, por exemplo, sou mãe, cof cof, do Menelau, do Aquiles e do Ulisses. Vivo rodeada por três felinos gregos. Quem terá a ousadia de dizer que não sou uma desocupada espirituosíssima? Dia desses, revelei o nome do primeiro quando recebi a visita de uma prima, e ela, surpresa, só faltou rir na minha cara. O nome pode até ser feio, mas é de reizinho. Reizinho do meu coração. A infinidade de possibilidades me faz divagar, e, divagando, não consigo não ficar prostrada quando me deparo com ''peludinhos'', ''fofinhos'

Check-in no Aeroporto Charles de Gaulle

Aconteceu há algumas horas. Quando vi, pulava de perfil em perfil, imersa em um mundo que não é o meu, mas é realidade de alguns poucos abastados desse Brasilzão varonil. Não é de hoje que sabemos que redes sociais são uma ilusão muito bem arquitetada para nos odiarmos - nós e nossas vidinhas prosaicas. Só que, às vezes, essa ficha cai como um soco na cara. Maldito Instagram . Sou uma pessoa demasiado reflexiva - talvez isso vá na minha lápide, vamos torcer - e qualquer mínimo pensamento meu, não raro, desencadeia uma curto-circuito de impressões e revelações - aqui jaz um cérebro doente. Bom, a de hoje é sobre essa vida de faz de conta da confraria de imagens citada. Essa a que aderimos porque não queríamos ficar fora da onda, e, bem no fim, o aplicativo estava tão à mão na tela do celular... essa que alimentamos com fotos previamente produzidas e cheias de efeitos. Meu Deus, o que nos tornamos? Um bando de ostentadores. Ai... isso me parece tão, tão problemático que me corrói. Ass

Eu poderia ser genitora dos seus filhos?

Sabe quando você conhece aquele cara? Sim... aquele. Aquele! Aquele nem é mais pronome sem eira nem beira nesse momento, aquele é tudo menos qualquer aquele. Aquele é pronome demonstrativo de que você se ferrou. Ah, é disso que eu tô falando, que saudade. Que curioso, o tempo congelou, as horas pararam. Como se nada tivesse feito sentido antes daquele encontro ridículo em que vocês se pegaram conversando sobre Beavis and Butt-Head e agridoces lembranças de infância - porque o fato é que ambos tiveram infâncias bizarríssimas nos anos 90. Então você também não conseguia dormir por conta das peripécias do chupa-cabra? Que vidinha patética deliciosa. Deita essa cabecinha cansada de tormentos adultos aqui no meu colo, vai. E você tem certeza de que, na fatídica hora em que aquela dança de retinas agoniadas se desenrolava, tocava um rock muito nervosão. Com uma letra moralmente questionável, uma loucura. Meus delírios sempre têm muito a ver com música, muita música. Sim, eu lembro... e

Ouro

Enquanto eu me desmanchava em lágrimas ali, fiquei a pensar no tal do ouro. Porque nós, os chorões, choramos. Choramos porque chorar de alívio traz paz, limpa. Choramos porque chorar também é digno. Choramos porque trazemos o coração meio aos pulos sempre na garganta, agoniados por viver tudo, sentindo o caminhar das coisas dum jeito tão mais diferente, tão mais sensível a tudo. Choramos porque chorar de alegria é o melhor de dois mundos. E aquele sal que cai não faz mal. A medalha também é minha, é muito minha. É também de todo mundo que se doou, que viu, que vibrou, que torceu, que emanou a mais ínfima energia - vá saber, isso pode ser transformador. Essa medalha é muito minha. É minha porque eu amo esse país. Porque a gente se conhece, se sente, se tolera, se ama e se odeia. É minha porque eu o defendo, brigo por ele. É minha porque conheço sua história toda, sei de suas dores, sei de suas vergonhas e suas glórias. É minha porque quando a gente se olha, simplesmente ri e sabe o q

Para que serve uma Olimpíada?

Sim, eu gosto dela, da Olimpíada. Eu amo, eu entro em parafuso, choro, me descabelo. Lá se vão 20 anos acompanhando. Em Atlanta, 1996, nos primeiros jogos de que tenho recordações, lembro o arremate nos cadernos de esporte das leituras entusiasmadas do primeiro ano escolar. Na manchete do jornal: Gustavo Borges, a lenda das piscinas. E eu sentadinha no chão do escritório de casa - os olhinhos admirados, curiosos, com um horizonte todo pela frente. Acho incrível como essa lembrança segue viva na minha cabeça. Nostalgia boa.   Eu gosto de esporte desde que me conheço por gente (e não, eu não falei em futebol, seu fanático, mas de qualquer um). Felizmente, sempre tive facilidade em aprendê-los, logo, não houve uma competição em que eu não tenha me metido nos fatídicos anos escolares. Os coletivos sempre foram minha menina-dos-olhos, e o fato é que todo fracasso-social-nem-um-pouco-transante da pior época de nossas vidas acabou sendo transmutado em medalhas. Medalhinhas de latão, mater

Polarização política, sanduíches de mortadela e quiz cristão

A polarização da política brasileira chegou a níveis bizarros, credo. Ao mesmo tempo em que afirmo e reitero sempre que posso que todos, bem no fundinho, têm  lado , logo, ficar em cima do muro é doce ilusão, caio em contradição e vejo quão burro é esse afastamento ''ideológico'' - não que ele não precise existir, mas no momento em que sobra mais ódio que debate saudável, é preciso rever certas coisas. Posso estar equivocada, mas penso que a ''coisa'' ganhou mais força após as eleições nacionais de 2014, não? De um lado, um pessoal sedento por mudança de legenda , com indignações diversas (que considero legítimas) e apoiado, mesmo que não queira admitir, por setores conservadores da sociedade. De outro, os miseráveis, os comedores de pão com mortadela (falando nisso, que delícia um sanduichão de mortadela, né, não?), a escória de ladrões e os perdidos tipo nós, que ficamos meio a contragosto ao lado de uma situação ridícula por não ter muito sentido apo

Gradicida, escrivinhadores

O povo acha que a gente começou a escrever ontem, né? Só a título de carteiraço literário desnecessário e escrotão: eu sou graduada no Liceu Clarice Lispector de Epifanias, tá? Também me especializei com louvor no Instituto Machado de Assis de Sarcasmo Aplicado e na Academia Inglesa de Sentimentos Obscuros Byronianos. Catarse aqui não é pouca coisa, percebam. É inegável que eu tenho influências. Muitas, incontáveis. Qualquer coisa me inspira. Adoro autores que conseguem extrair boniteza das misérias humanas... convenhamos, que misérias ambulantes nós, entregues às mais provincianas das sensações, aos mais privadíssimos traumas. Morro de peninha e de amores - aquela relação doentia de sempre. Gosto de ler me doendo, me remoendo, me gastando, me perdendo, me achando, mea culpa . É destrutivo, mas sempre me faz renascer. Eu sempre renasço, guarde aí. Ou quase isso. Então hoje, dia nacional do escritor, é dia também de me dar um afaguinho que seja, um abraço mais demorado. De mim para mi

Beijos à vontade, almas em pedaços

Quem ele queria no comecinho? Mas bem no comecinho? Hum, não era eu... era a minha amiga. Hum, era a cunhada da prima da melhor amiga de sei lá eu quem, acontece. A gente nunca sabe que tipo de carência está preenchendo, que tipo de vivência está querendo abraçar, que pessoa está idealizando. Quem é você? O que quer de mim afinal? Já devo ter escrito isso nestes anos de labuta incansável - previsível que sou - porque segue me atormentando: essa conexão de amores e quase-amores é uma selva de esparadrapos ambulantes. Sim, prazer, os esparadrapos ambulantes somos nós, sendo usados para curar sabe-se lá quais dores. De repente até rola, que sei eu das ideias que vocês cultivam sobre amor e resiliência emocional, não é mesmo? Mas por outro lado... hum, que ideia bem problemática. Nada como um amor novo para esquecer um velho - eles dizem. Jura mesmo? Pessoas tapando buracos que elas sequer fizeram? Ok, então. Beijos à vontade, olhos fechados para não ver o caos, almas em pedaços, toques

Só Pra Contrariar feat. MC Tinder

Estou conversando com umas cinco pessoas Mas meu superlike  vai ser pra sempre teu O que as circunstâncias tecnológicas fazem A alma perdoa Tanta enganação Quase me enlouqueceu Vou mandar um emoji de amor Vou mandar um coração E dizer o que eu sinto Com certo nojinho Pensando em você Vou bloquear, o que for E com toda emoção A verdade é que eu minto Que esse celular tá cheio de contatinho Não sei te esquecer E depois não rolou Ilusão que eu criei Bateria foi embora E a gente só pede Pra algo menos tedioso aparecer Já não sei quem me elogiou Que será que eu falei Dá pra ver nessa hora Que o amor-próprio só se mede Depois de o porre ceder Fica dentro do meu histórico Sempre uma vontade Só pensando nas tuas fotinhos Eu me encanto de verdade E quando eu instalo o Tinder de novo É teu nome que eu chamo Posso até dar match com alguém Mas é você que eu  amo   quero muito dar uns pegas                                                 Quem foi trouxa de

A gata no fundo da fiorino e a conjuntura sertaneja atual

Credo, esse post sertanejo aí embaixo anda me aterrorizando a existência. Nada contra a cultura sertaneja em absoluto, até porque procedo de uma linhagem muito simpática de caipiras - interiorana que nasci. O pavor reside muito é na questão de em segundos me imaginar em um camarote de uma baladinha  #top rodeada de agroboys , vendo quem gasta mais em vodkas e energéticos variados, e no dia seguinte aparecer em alguma foto na página "Os Brutos da Agricultura'', fazendo paz e amor com a palma da mão virada pra dentro. Terror da melhor qualidade. É questão de tempo para o John Carpenter filmar algo bem trash com a temática. ''O ataque zumbi de Munhoz e Mariano no Camaro amarelo'' - já imagino em neon em um universo paralelo por aí.   Bom, como diz nosso amigo da cerveja artesanal e do post catatônico: vamos abrir os trabalhos. Ou melhor, continuá-lo. Ando postando pouco. Não que eu pense pouco, claro, isso nunca, pensadores de pensações que não levam a lug

A música do violão e do cachorro

Zoei Henrique e Juliano magistralmente aqui , mas aparentemente fui castigada pelos deuses sertanejos, pois me encontro viciadíssima no arquivo intitulado "Meu violão e o nosso cachorro'', das, outrora, desconhecidas por mim Simone e Simaria - lê-se com entonação no ''ma'', não como em sesmaria, leitor. Amanhã, certamente terá passado, o encantamento é chuva de verão, conheço bem. Mas, olha, enquanto isso... gente... eu tô sentindo a dor dessa mulher aqui de casa. Como grita a coitada! ''Se o nosso amor se acabaaaaaar Eu de você não quero naaaaada...'' CATAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARSE AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH (se joga no chão) Tem muito sentimento ali, cara. Um sentimento que não emanou dos  cores de Henrique e Juliano pra mim. Minha implicância com esses meninos baseia-se, basicamente, em um ódio platônico à primeira vista, não há nada de científico na minha análise. Pois bem, a tacada de beisebol das coleguinhas - segundo

Yo soy doida pelos sultões do balanço

Dire Straits é uma banda, né? Não, não precisa nem concordar, cala a boca e escuta. Põe sua faixinha a la Knopfler na cabeça e vem com a fanática. Me lembro de ser bem pequena e ver o Mark uma vez num desses clipes antigos que passavam na televisão - e, meu!!!, ele era a cara de um tio meu muito querido, hoje até falecido infelizmente. Não sei vocês, mas eu achava a latinha mesmo. Então, para todos os efeitos, ele sempre foi da família, ainda que só mais velha eu tenha ido atrás das canções de sua bandinha inglesa (malditos ingleses e suas bandas viciantes). Pois bem, com o  delay imperdoável de um ano, vim falar dos 30 anos do lançamento de  Brothers in Arms , o único disco dos sultões do balanço  a figurar na  lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame . Para ser franca, nem é meu favorito, mas aparentemente estar nesse rol é grande coisa, então vamos entrar no joguinho - sem falar que nele repousa a belíssima música que dá nome ao álbum e é uma das minhas f

Vadia

Ei, menina, deixa eu contar um segredo: você não é especial. Não aos olhos de um mundo de supremacia masculina em todos os âmbitos da sociedade. É válido sempre colocar a máxima em cima da mesa: não se trata de um jogo em que você compete com as outras mulheres para ver qual merece mais ser feliz. Ser feliz por andar na linha, ser feliz por beber pouco numa festa e ser discreta diante dos amigos daquele bostinha que tanto quer impressionar. Ser feliz por ficar sexta à noite em casa e tirar fotos dizendo que é pra casar , afinal, isso vai lhe garantir um príncipe montado num pangaré e fazer da sua vida um conto de fadas morno e sem sal. Ser feliz por julgar aquelas periguetes que saem de barriga de fora e vestidos minúsculos. As periguetes e você estão todas no mesmíssimo barco. Para todos os efeitos, você será uma vadia, puta, vagabunda em algum momento da vida. Vadia porque deu. Vadia porque não deu. Vadia porque deu muito. Vadia porque deu de menos. Vadia porque é direta. Vadia po

Christine me mata

Preciso falar sobre Christine . Não, pera , não é a Fernandes, errei. É essa aqui, ó: Sim, essa , porque tal carro é uma menina muito temperamental. Não tá entendendo nada, né? Eu menos. Sempre fui chegada numa coisinha trash dos anos 80, quer dizer, aquilo ali é meu território. É, amigo... polainas, cabelo ridículo, cor neon, dancinhas pop, ombreiras, dramaticidade, Blitz, exagero, Cyndi Lauper... desta cafonice vim e dela renasço. Mas me cagar de medo dessa coisa ridícula do John Carpenter depõe muito contra minha pessoa. Sim, porque eu me cago. Não literalmente, caro leitor doente, mas que fico agoniada, fico. Já procurei nos vãos mais obscuros da minha alma por que raios ela, Chris, me assusta tanto. Vai ver, eu fui morta por um Plymouth Fury 1958 vermelho e branco em outra vida, após uma perseguição básica madrugada adentro. Bem meu papel. Pra quem não sabe, a patacoada oitentista é fruto do livro de mesmo nome do escritor Stephen King, o reizinho literário do

Clube da Luta

Desde que comecei com minhas abobrinhas, venho negligenciando Fight Club , então vamos lá. Que senhor nó na cabeça. É bem verdade que, 15 anos após seu lançamento, a sinopse sobre dois marmanjos que resolvem trocar uns socos a troco de nada parece ser a preferida de 11 entre 10 adolescentes revoltados com a existência e o preço do lanche do colégio. Porém não sejamos levianos: tem profundidade das boas no filme de David Fincher. Tem profundidade demais - demais - naquela carinha linda e cheia de hematomas do Jack . Na história, nosso narrador - que até então não tem nome -, interpretado pelo ótimo Edward Norton, é um analista de seguros extremamente consumista e de saco cheio. Sua gana de adquirir o último catálogo da Macy's é diretamente proporcional ao seu niilismo diante da vida e do seu lugar no mundo. Com um pequeno detalhe: ele sofre de insônia galopante. Por conta deste problema, o jovem vai acabar conhecendo umas figuras bem curiosas, como uma tal Marla Singer (Helena B

Dia de gordinha tensa

HMMMMM GORDICES~~ GORDINHAS TENSAS~~ SENDO GORDAS~~ SENDO GORDOS~~ DIA DE GORDICE~~ HOJE É DIA DE SER GORDO~~ Porra!!!! Que merda, sabe? Tem pouca gente dentro do padrão legendando foto feia, mal tirada e previsível com as citações acima. Pode muito mais. Manda mais, miga, sua loka!!!!!!! DIA DE GORDINHA TENSA COM MINHAS MELHORES E MUITO BRIGADEIRO AWNNNNNNN SUAS LINDAS AMOOOOO #TOP #MINHASMELHORES #CATS Veja bem, eu sempre fui magra. Sempre fui magra, mas somente há uns três anos reconheci meu privilégio magro .   Não fiquei imune aos sofrimentos e reprovações sobre o meu corpo quando adolescente - isso é praticamente um bônus de ser mulher -, TODAVIA achar que minhas encanações foram e são iguais às de meninas gordas é no mínimo má-fé. Burrice. Alienação. Eu e mais uma penca de gurias sempre reconhecemos nossos corpos na televisão. Na capa da Boa Forma , nas passarelas de moda, nesses flyers idiotas de empresinhas mequetrefes de suplementação alimentar. Nós sempre fomos p

Águas de abril

São as águas de abril iniciando o outono É a promessa de vida no meu mais singelo sono Aqui - sim, você sabe, bem aqui - caiu uma chuva fina e gelada à tarde, como que antecipando a melancolia dos dias frios que esperamos, agoniados. Chuva é ótimo para materializar insights criativos. E mergulhar no obscuro da alma, das divagações. Pra mim, que sou uma uma curiosa eterna das fraquezas humanas, é um deleite calmo e contemplativo. Tom Zé e seu Tribunal do Feicebuqui (2013)   me acompanham na empreitada. Tom e outros absurdos vivendo à margem dos holofotes de feicebuqui , bem no fim, penso serem melhor apreciados nas madrugadas da vida. Alguém tem a ousadia de explicar este homem? Por que MPB aninha-se tanto com o escuro das noites e o silêncio dos atormentados? Questões.... questões. Questiono, questiono, quanto mais o faço, mais fico sem dono. Mas me fala aqui, por favor, a quantas anda você? Eu quero saber a quantas anda você Se está zen ou deprê Up to date ou tipo demodê Qu

O Brasil pede menos fuças

Trata-se de uma coisa que me deixa agoniada. Desconcertada. Intrigada. Meio sem palavras. Fascinada. Comovida. Dadas as circunstâncias, até meio invejosa. São tempos difíceis para se gostar da própria cara, reconheçamos o óbvio. E as pessoas conseguem. Resistem. Na tela do celular. Na capa da outra rede . Jesus Maria José, na área de trabalho do computador pessoal!!! Meus olhinhos com astigmatismo chegam a brilhar. São infindáveis as opções para se ilustrar estes espaços, vocês hão de convir comigo. O mundo está cheio de belezas. De feiuras igualmente admiráveis e passíveis de significado. Cachorrinhos. Gatinhos. Ornitorrincos. Um filhinho. Família. Mamãe. Papai. Vovozinhos. A Grande Família. O Tuco e o Popozão. Papagaios - o verde deles está em alta com essa onda verde-amarela, não acham? O lábaro que ostentas estrelado. Qualquer lábaro, até do Tio Sam tá valendo. Abaporu. O seu cu. Quadros do Romero Britto. Guernica. Capa de algum álbum do Amado Batista. Ou do Arctic Monkeys. Jor

¯\_(ツ)_/¯

Juro que, ao falar em política brasileira atualmente, me vem à mente esta simbólica carinha: ¯\_(ツ)_/¯  S o m e n t e ela.  Sério - seríssimo -, eu queria opinar simplesmente em toda e qualquer conversa política com essa carinha. E sair soberana. Eu diria que os   emojis   nos dão alento para viver. Porque não está fácil viver. Se está fácil pra você, faça um canal no youtube e dê umas dicas pra nós, reles mortais que estamos nos arrastando neste jogo diário de suportar o peso da existência. Argh, o peso da existência. Porque existir pesa. Dá trabalho, cansa, martiriza, produz dúvidas. Não aguento mais ler sobre política. Não aguento mais ser um ser político. Aristóteles, seu magnânimo filho da puta, como eu te odeio.   Eu só sei duvidar. Eu não aguento mais duvidar. Quem sabe, por isso, eu seja uma gênia. Mas não é assim que me sinto. Me sinto apática e completamente perdida. Não sei o que esperar dos próximos acontecimentos. Que a corrupção é uma desgraça crônica da nossa

Feminista eu? Tá louca, Bruna!

O rótulo ''feminista'' assusta, né? Onde já se viu ser chamada dessa coisa horrenda aí. Eu não sou feminista, sou feminina, meu bem. Argh, pausa pra vômito. Como se uma coisa excluísse a outra. Nenhuma mulher deve ser coagida a se denominar feminista, mas fazer suposições sobre uma palavra cujo significado verdadeiro se desconhece é desonestidade intelectual. Burrice, sabe. Eu já elenquei neste espaço os momentos que despertaram em mim uma consciência feminista e não vou entrar em detalhes novamente, mas queria deixar claro que eu também morria de medo de ser ''tachada'' de . Sei lá, não me sentia confortável. Mas isso era quando eu não tinha lido nada profundamente. Pois aí eu fui ler, estudar - sim, porque é um estudo - e aprender. Em suma, sair das trevas da ignorância. Você, amiga que me lê no momento, pode até espernear e dizer que não é feminista, mas, se por algum motivo, já se sentiu discriminada única e exclusivamente por ser mulher, devo diz

Mulher de verdade

Sou uma feminista medíocre, raramente milito em detrimento de minhas rotinas pessoais. Mas nunca fui escrachada ou tive minha ''carteirinha'' confiscada no movimento. Sigo me depilando, usando maquiagem e sendo uma romântica insuspeitíssima (é a vênus em libra, perdoa). Eu sou uma mulher de verdade, sabe? Mas também tem mulher de verdade que não é feminista. Mulher de verdade que nem sabe o que é feminismo e por algum motivo acha-o dispensável em sua vida. Também tem mulher de verdade que é feminista e, ao contrário de mim, escolheu não se depilar, usar maquiagem ou acreditar no amor. E tá tudo bem igual. Todas são mulheres de verdade. Todas têm suas dores e vivem segundo as circunstâncias que acharam em seus caminhos. Tem mulher de verdade que gosta de rosas e mulher de verdade que acha isso um saco, tipo eu. Posso receber minha parte esmagando gatinhos? Tem mulher de verdade que já abortou, muita mulher de verdade que ainda vai abortar. Tem mulher de verdade que já t

Leozinho e minha preguiça de existir

E aí, insuportáveis? Me dei umas férias após o carnaval, sabe como é, muito glitter pra tirar do cu , muio pensamento pra colocar em ordem, aquela coisa preguiçosa de janeiros e fevereiros em que a gente só quer sombra e água fresca. E, sim, eu começo texto com pronome oblíquo, porque a caralha do blog é minha e esse é o meu jeitinho. Pois bem, não posso fugir da ovação do dia, DiCaprio finalmente levou aquele bonequinho dourado engraçado pra ornamentar a estante de casa. Mas, olha, no Oscar do meu coração, ele já tinha copado desde aquele doido do Billy Costigan de Os Infiltrados (2006). Ai, posso falar? Amo um problemático de camiseta branca assim, todo arruinado dos neurônios, todo sexy de barbinha por fazer, todo pedOK, ESTÁ ÓTIMO, PESSOAL.                                                NÃO FAZ ASSIMMMMMMMMMMMMM Bom, embora pareça, não vim falar sobre Jack Dawson , mas divagar sobre preguiça - e até rolou um trocadilho maroto aí. Devagar estamos. De vagar, queremo