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Mostrando postagens de junho, 2011

Xenofobia às avessas

(A disciplina de Mídia e Cultura Brasileira expandiu meus horizontes nesse semestre. Acompanhem esse artigo, feito com carinho sobre um assunto discutido em aula e que deveria interessar a todos vocês.) A sociedade brasileira evidencia-se por uma incrível síntese de origens. Ainda que tal afirmação possa remeter à desordem, há certa coerência em seu conteúdo, uma vez que, enraizado, no seio da colonização portuguesa, o solo tupiniquim abriga os mais variados troncos provenientes da terra de Cabral. É muito simplista aqui, entretanto, voltar as atenções apenas a essa irrefutável riqueza cultural. O que se discute no momento é o fato de haver várias facetas de um povo que carrega profundas heranças, muitas, fruto do domínio imperialista. No artigo "Plural, mas não caótico", do historiador Alfredo Bosi, vemos bem esse conflito de conceitos. Enquanto uns insistem em manter a solidez do legado português e daquilo que ganhou forma, genuinamente, no país, outros preferem marg

Vivendo na heresia

(A crônica a seguir é uma espécie de xodó para mim. Não que seja da conta de vocês, mas foi com ela que ganhei o Prêmio Talento Júnior/Crônica, da semana acadêmica do meu curso, em junho de 2008. Escrita em 24/05 do mesmo ano, sob forte estado de raiva e comoção.)              Um pai e dois filhos caminham por uma rua do Rio de Janeiro e, de repente, quase são atropelados por um automóvel dirigido por um sujeito que atravessou o sinal vermelho. O pai, indignado, esbraveja em defesa sua e dos seus, entretanto, é, covardemente, espancado pelo fulano inconsequente, com uma barra de ferro até agonizar ensanguentado em frente aos filhos - a essa altura, em estado de choque.       Barbárie, heresia! Como é possível que nem na calmaria de uma saída a passeio em família tenhamos garantia de retorno com vida para casa? Não podemos sequer exigir que os motoristas não passem por cima dos pedestres, pois corremos o risco de parar em um hospital por coisa muito pior. É triste, mas, quando somos

Pizza de contradição

        Não vejo palavra mais cabal que "contradição" para definir vida. Vivo pensando nisso.. nas contradições do mundo, nas contradições das pessoas, nas minhas próprias. Penso que o "caos" a que estamos sujeitos, diariamente, são as variadas expressões da talzinha ganhando forma e gritando na nossa cara. A questão ambiental apavorante é uma delas. Contradição pura, permeada por interesses mesquinhos e por hipocrisia escancarada. Seguimos vivendo até que a ruína iminente nos alcançe na próxima esquina. Vamos chorar para quem? Não perguntem a mim, sou contraditória demais.            Falei aqui em um plano social, mas, tranquilamente, pode-se verter o exemplo àquele da gente com a gente mesmo. Sabem aqueles momentos em que a gente tá sozinho, pensando naquilo que é e naquilo que quer/pode ser? Então, é aí que meu mundinho cai. Momentos desgraçados, em que vejo que nada que eu faça é só meu. Nada é genuíno. Tudo é fruto de múltiplas vivências, ora, incrustadas em a

Secreto respirar

        Nossa! Um mês certinho que não ponho meus pés nesse porão empoeirado. Um mês! Tô me sentindo com a cara no chão, meio sem argumentos para explicar o hiato de silêncio que se estendeu até hoje. Hum, como fazer? Bom, não vou voltar àquele bla bla bla  brunístico de que "às vezes eu sumo e não dou satisfação". Ok, vocês já sabem disso, está claríssimo que eu abraço meus ímpetos de solidão sem coerções e fico uns dias sem dar as caras. Ponto. Contudo, ainda sinto necessidade de explicar certas reticências...         Meu cérebro, esse lindo, esteve deveras atarefado nos últimos 30 dias. Foi de tudo um pouco: congresso de comunicação, tensão pré-apresentação de trabalho para uma sala de aula inteira, projeto de monografia etc. E outros fatores bem menos relevantes com os quais não soube lidar e que me fizeram procrastinar: frio, preguiça, falta de inspiração, minhoca na cabeça, leve desgaste de relação entre mim e esse blog maroto e por aí foi. Não dá para explicar a ausê