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Mostrando postagens de julho, 2014

Sendo Bruna & fracassando

Fracassar é uma arte. E é a mais antiga do mundo, possivelmente. Fracassar é exercitar nossa bizarra humanidade e, sobretudo, não escondê-la. Quando eu afirmo, copiosamente, numa postagem aqui que estou sendo Bruna e fracassando, quero dizer que estou sendo real, sendo como a Gisele, o Luciano, a colega da frente, a tia da Beltrana . E, se eu estou fracassando, há uma chance bem grande de eu estar tentando. Só fracassa quem tenta. Quase posso ver vossas fuças outorgando minha infelicidade, ao lerem um gerúndio tão indigesto e incompreendido.  ''Pobre guria, tem tudo e só passa reclamando... se fazendo de vítima naquele blog idiota.'' Confessemos, é nosso hit parade diário: classificar felizes e infelizes. O que nós, do alto da nossa lente míope, sabemos de fato da vida de quem nos cerca? Eu diria que muito pouco, ainda que nos esforcemos para deixar todos a par de nossas andanças particulares. A gente sabe muito pouco. A gente, sinceramente, não tem que saber de muita

Você prefere ser bonitx ou interessante?

Não lembro bem qual a ocasião, mas a pergunta nunca me saiu da cabeça. Numa destas revistas femininas cretinas (provavelmente), lá estava ela: Você prefere ser bonita ou interessante? Percebam a capciosidade da questão, pois, obviamente, uma característica não exclui a outra: é possível ser bonita e também ser interessante. Mas a dita revista mandava escolher. E eu, ainda que não tivesse a feiura como objetivo de vida, sem pestanejar (ok, sem pestanejar pouco), assenti internamente que preferia ser passível de interesse. Nossa, mil vezes. A ideia de ser desinteressante me apavorou a existência - ainda juvenil até ali, porém, reconheçam, dotada de esperteza. Anos depois, sigo com a segunda opção. Vamos imaginar que realmente as duas condições sejam excludentes, ou seja, ou só se possa ser muito bonitx ou só muito interessante nesta vidinha severina metamorfoseada de Daslu . Qual vocês prefeririam? Claro, aqui não entro no mérito de pessoas bonitas serem necessariamente sempre muito int

As jubinhas mais incríveis do universo

CARL JUNG                                                CAETANO VELOSO                                                                                                    J-LO                                    ELBA RAMALHO                                                                                                 MATTHEW PERRY                                                                    LISA KUDROW           MATT LEBLANC                                                                                FIDEL                                         MARK KNOPFLER                                                                                                              DRICA MORAES                                                                                    SANDRA BULLOCK                                          JOHN DEACON   ROGER TAYLOR                                                                                                                          

Tem amigos e amigos

Escrever sobre amigos requer uma carga alta de nostalgia e manteiguismo derretido , mas não estou me sentindo necessariamente assim hoje (aí reside o problema destas datas encomendadas: nem sempre o coração acompanha a pedida do calendário). Todavia, vou levar a pauta adiante, por pura falta de originalidade. Os migo ... ah o que dizer dos migo? Os migo são essa entidade, essa sorte, esse azar, essa corja, essa legião. Todo mundo diz que tem os melhores, mas eu, só para dar uma sacaneada, direi que os meus são bem meia-boca . Será que eu ainda os tenho? Amigo é tipo objeto que a gente guarda na gaveta e diz que é da gente para sempre enquanto tiver pilha? Que piadista euzinha. Eu também não sou lá essas coisas... veja bem, eu vivo furando encontros, quase sempre estou atrasada e não sei agradar. Como assim agradar, tia Bruna? Ah... sei lá, menino, não me peça detalhes que eu não sei falar sobre mim. Mas será que os outros sabem? Não é bizarro que pessoas muito próximas nos conheçam tã

Acabou irritare (mentira)

Estava aqui de boa, sendo Bruna e fracassando, quando comecei a pensar no quanto somos impelidos a irritar. A sermos irritantes. Como se isso estivesse nato em nós: a arte de irritar. Claro, por mais que nos esforcemos em sermos bacanas e tal, no fundo, mas bem no fundo, tudo que a gente mais quer é fazer valer nosso direito de ser irritante, porque, oras, isso é o que fazemos de melhor. Eu também, meu, não estou tirando o meu da reta. Eu devo ser intragável para certas pessoas. Ou não também, vai ver eu estou é me dando importância demasiada. Das questões que sempre serão uma incógnita. Exceto quando alguém estiver bêbado e resolver gritar isso na minha cara, pode acontecer. Porém, como vivemos sem nos estapearmos diariamente, já que isso é inevitável? Bom, digamos que nós criemos vínculos com irritantes semelhantes a nós, como se nosso talento buscasse uma sobrevida longe do nosso casulo para poder simplesmente existir e se relacionar. Então, temos muralhas que dividem os irritante

Sobre a perda - e um texto reconfortante

Poucas coisas devem doer tanto quanto sentir um corpo sem vida entre os braços. Ou deve haver algo, não sei, não vou entrar no mérito de discutir pesos de dores com que topamos pelo caminho. Todas são únicas no que nos mostram e nos ensinam. Todas doem e para cada um é diferente. Enfim, perdi meu bichinho de estimação recentemente (não vou referenciar nada com datas, pois estou fazendo o possível para deletar alguns momentos do meu pensamento) e tem sido uma experiência muito difícil. Estive em um estado de atordoamento como, há muito, não via. Não que eu não me reconhecesse - guardadas as proporções, sempre fui sanguínea além da conta -, só não conseguia organizar as ideias, fiquei completamente transtornada. Conjugar quem se ama no passado é uma coisa absurdamente cruel. Mas, aos poucos, percebo que preciso me ajudar. Eu, felizmente, tenho saúde e muito amor no coração pelos felinos. Eles ainda existem e estão à mercê da boa vontade humana nas ruas. O jeito como adotei meu amor me