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Mostrando postagens de junho, 2012

Torto amor

           Bem, o que eu posso dizer? Apesar de tudo, um orgulho ressentido invade meu semblante. Você teve três namoradas depois de mim, e nem em cem vidas elas saberiam tanto da sua como eu sei. Eu sei mais que as três juntas o que toda e qualquer franzida de testa que vem do seu rosto quer dizer. Sei que você padece de um pavor irracional de trovões, sei que banho de chuva não é seu esporte preferido – ao contrário de mim, que sempre fiz questão de aproveitar os pingos recém caídos na janela para sair sorrindo para estranhos na rua. Eu sei que ama bolo de cenoura com calda de chocolate, e erra a quantidade de açúcar cada vez que vai prepará-la. Você é doce demais e eu sinto falta disso, já que meus dias ficaram insuportavelmente amargos desde que meu ciúme levou-o para um itinerário longe de mim. Sei que você fazia a barba toda vez que eu ia viajar a trabalho; porém deixava sua carinha ser engolida por ela no resto dos dias, porque isso renovava minha paixão. O fato é que você foi

Diga-me se ris e te direi quem és

          Duvido muito da sanidade de quem insiste em levar uma vida amarga, uma vida algemada a chateações, uma vida órfã de riso - ato de mostrar os dentes, buscando alimentar, inconscientemente, a alma ferida de misérias cotidianas e pontuais. Riso, riso, riso. Rir é remédio, ainda que não cure todos os males. Eu, se ainda não ficou claro a vocês, estimados leitores, sou da turma que paga por uma bela gargalhada. Não vivo sem. Sou do time dos piadistas incompreendidos anônimos, sou da família dos bobos alegres, daqueles que se entregam pelo sorriso. Sou uma completa idiota, sim, mas, honesta.           Tá difícil para todo mundo, tem uma selva desgraçada depois dos nossos portões. O tempo é inimigo, aniquila nossos suadíssimos momentos de alegria sem dó, passa como vendaval, só nos faz deixar atordoados. Somos obrigados a mostrar cada vez mais às organizações que morremos e vamos até o fim do mundo por nossos chefes - eles que, não raro, mal sabem nosso nome. Precisamos consumir f

Pingos nos is

            Tá , agora é sério, vamos colocar os pingos nos is. Vou falar umas verdades e não quero escutar um pio no recinto. Desde que cheguei ao mundo - em agosto de 89 - notei que há uma eterna briga no meio musical, a fim de outorgar quem é ruim, quem é genial, quem é clássico, quem é escroto, quem vale o preço do ingresso, quem não vale nem um centavo e por aí vai. Não condeno o fato de haver essa segregação natural entre ''escutadores de música''. É da vida, ótimo, estamos conversados. Mas muito me intrigam os critérios para classificar algo como fantástico e outro algo como apenas medíocre. Aqui vai um segredo em primeira mão: não há critérios. Há bagunça, uma miscelânea sem volta, isso sim.             Depois de refletir um bocado sobre o porquê de as coisas serem como são, me surpreendi com a conclusão que se aninhou em minha cabecinha castanha: vamos nos permitir escutar o que der na telha, o ritmo que agrada aos ouvidos e ao coração, o resto é discursinho d

Não se apaixone, vá tomar banho

- Pode parar, Bruna, tu que é a mais chata com vírgula e não sei o quê, nem deu bola que o guri escrevia tudo errado? Quem é que “brochava” com falta de capricho gramatical e bla bla bla? VAI TOMAR BANHO            E depois dessa frase malcriada proferida a mim, fiquei a pensar em como elegi, durante certo tempo, critérios a caras bacanas com quem gostaria de ter romances fofos, e nunca segui as indicações à risca. O fato é que eu gosto, realmente, do tal capricho gramatical. Sabem aqueles caras que escrevem, ao menos, se fazendo entender? Sem frescura, apenas com postura de quem entende que uma vírgula bem empregada faz a diferença? Pois é, fico fantasiando em como o cara, ao valorizar uma reles vírgula, também pode prestar atenção na alma feminina, e não só no derrière, enfim. Tem quem goste de sons de carro ensurdecedores. Bem, eu gosto de babacas que curtem colocar vírgulas em suas frases, acho um charme.            Acho válido discutir algumas cositas a respeito desse encant

Sobre músicas e garotinhos

             Se você é um louco descontrolado por música como   yo , vai ter a mesma ideia a respeito: se queremos escutar a música, tem que ser já, tem que ser agora, tem que ser sem demora, não podemos ficar um segundo sem ouvir o ritmo que toca todas as válvulas do coração e faz o sangue enlouquecer dentro das veias. Tem que ser pra hoje! Tem que ser já, caramba!   Num guentamos esperar nem mais um segundo, né mermo?  Incrível que nem sempre querer é poder nesses casos, a droga da cançãozinha vai baixar (termos dos anos 2000, quem diria, não?) quando quiser - se quiser.               Acontece seguidamente comigo, não sei com vocês. Dia desses, eu queria porque queria escutar “Human”, dos   Pretenders . É,   I play a good game but not as good as you... I can be a little cold, but you can be so cruel... Tava   louca da vida para cantar a plenos pulmões junto com a minha miguxa Chrissie Hynde, acordar quarteirões inteiros com meu sofrível, porém bem intencionado, inglês, mas adivinh

SOUL

Quando leio esse “quem sou eu” aí do lado, dou uma mordiscada marota no lábio inferior e gargalho por dentro. Honestamente, foi-se o tempo em que eu me importava com definições, com respostas prontas para pessoas que nem me conhecem. Sou isso aí, uma curiosa, uma andarilha, um nada no planeta, um tudo no meu planetinha, uma filha. Sou morena, mas, às vezes, posso ser grisalha. Quase sempre sou canalha. Comigo mesma.  É do fundo do coração, eu não dou a mínima. Eu amo ser assim. Também odeio ser assim. Mas é o que temos para o momento: trata-se de um irresistível casamento. Tem dias em que eu não sei que parte ficou dormindo e qual saiu para a rua, mas para que perder tempo útil de vida tentando definir a tua? Se martirizando com rótulos? Sou jornalista, e não sou fanática por café. Sou adulta, e amo rir fora de hora. Vê se colabora com meu riso, é tudo improviso.            Se eu escrevo que “foi-se o tempo”, é porque ele existiu. E até resistiu. Tempinho imprestável: tratei de ma

Plantão Agridoce

 Após passar mal durante evento, congressista faz planos  - marcar presença no próximo Intercom sem vomitar é uma das metas -           Uma das primeiras coisas que Bruna Daniele Souza de Castro fez, ao chegar em sua casa em Cruz Alta, no noroeste gaúcho, no último sábado, dia 2, foi chorar desconsolada nos braços de sua mãe - que a esperava, aflita, depois de saber que sua primogênita passara terrivelmente mal em Santa Catarina, onde se encontrava. A jovem participava do IntercomSul - conhecido congresso de comunicação da região sul do país - com colegas da Unicruz - Universidade de Cruz Alta - e já, na quinta-feira, quando chegou à cidade de Chapecó, teria demonstrado certa indisposição - que, segundo testemunhas, teria começado no próprio trajeto da excursão, na quinta-feira, dia 31.            De acordo com a estudante, o motivo do mal-estar - que durou cerca de três dias - teria começado quando ingeriu uma certa bebida láctea, cuja energia dá gosto , na casa de uma amiga ante