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Mostrando postagens de 2014

Relações amorosas me apavoram

Relações amorosas me apavoram. É, é isso mesmo. Ao mesmo tempo em que me fascinam e povoam minha mente com suposições fofinhas e legendas de fotos, me aterrorizam. Eu tenho medo pra caralho. Fujo. Me escondo. É muita timeline pra esconder. Muita amiga e amigo pra suportar. Muita minhoca na cabeça pra deixar pra lá. Muito ciúme pra engolir a seco e com sorriso amarelo. Muito capitalismo pra conviver com civilidade. Muito status social pra sustentar. Muito trauma de infância pra sufocar o outro. Muita falcatrua pra levar na boa e ter que relativizar, porque, afinal, o sistema é esse. Não sei que tom essa postagem tá tomando, mas definitivamente não é sobre vitimismo. É mais sobre preguiça mesmo, estafa, tédio, laconismo. Vejo tantas histórias - algumas com mais riqueza de detalhes que outras - e não consigo entender como a gente pode errar tanto. Como pode se enganar tanto. Como pode ser tão animalesco, quando tinha é que colocar a cabeça para funcionar. HAHAHAHA AI, AMO MINHA INGENUIDAD

Sobre um ano de merda, aniversário do blog e esperança que vem com The Beach Boys

''Então é Natal, e o que você fez?'' SIMONE, MIGA, NÃO FODE E aí, marujos deste marzão chamado vida? Muita rabanada? Sabe, não foi um ano dos melhores para mim. Ao contrário de muita gente no Facebook espalhando glórias nas fuças alheias, vim aqui, na humilde, dizer que meu ano foi uma merda. Tá, não uma merda, meeeerda - há coisas piores no mundo - foi uma merdinha, saca? Fiz umas escolhas erradas. Perdi pessoas queridas. Meu peludinho me deixou - e ainda dói. Tive momentos bacanas, mas no geral foi como se eu tivesse passado dormindo desde a quarta-feira de cinzas. É surreal como eu me lembro daquele sentimento de impotência naquela tarde. Porém, felizmente passou. O bom é que os anos passam. E tô me recuperando. Comecei a fazer novos planos, aqueles planos de leonino, coitados, que nascem com o fogo, a excitação, a fúria da esperança, e vão, paulatinamente, perdendo o fôlego. Aff, espero ter maturidade desta vez para agir com perícia. Mais estratégia e menos empo

TOP 10 MUITO MAIS DESCOLADAÇO

TOP 10 MUSICAL DA MIGA CATÁRTICA 2 Devido ao sucesso da última postagem (ninguém leu), eu voltei com mais musiquitas . Eita porra, rolou uma dor na consciência por não ter colocado a bandinha do Knopfler . E outras aí que escutei compulsivamente, inclusive, altas lembranças, só saudades. Vem comigo, porque a inspiração ultimamente tá foda - só tenho pensado merda e escrito também. RUNAWAY (BONNIE RAITT) - MINHA NOSSA FAZ UNS 7 ANOS QUE EU SOU LOUCA POR UMA MÚSICA DA BONNIE ESSA GRITONA MARAVILHOSA MAS NÃO ACHO EM LUGAR NENHUM PORÉM ESSA QUE VOS APRESENTO É ÓTIMA TAMBÉM ADORO ESSA VAIBE COUNTRY DE NASHVILLE QUE EU ESCUTEI NUM FILME DO JOHN CARPENTER RUIM DEMAIS KKKKKKK E ASSUSTADOR DEMAIS BOM TALVEZ SEJA ASSUSTADOR SÓ PRA MIM QUE SOU RETARDADA FICA A REFLEXÃO ROCK 'N' ROLL SUICIDE (DAVID BOWIE) - ESSA MÚSICA ESSA MÚSICA ESSA MÚSICA CARALHO MINHA NOSSA ME EMOCIONA PUTZ ESTOU ARREPIADINHA YOU'RE NOT ALOOOOOOOOOOOOONE NOT ALOOOOOOOOOONE GENTE TIVE

TOP 10 DESCOLADAÇO

TOP 10 MUSICAL DA MIGA CATÁRTICA Lá por 2012, fiz umas postagens mongas e nada a ver sobre músicas que eu andava escutando. Não tinha nada melhor pra fazer, eis a razão. Como estamos chegando ao final de mais um ano, vou dividir com vocês as dez canções que eu mais escutei nos últimos meses no meu radinho rosa pink com fones pretos mega ~~deskolado~~. Este é mais um oferecimento da Agridoce Estatísticas , apreciem minha descoladez musical muito louca.  SUPERMASSIVE BLACK HOLE (MUSE)  - PUTA MERDA ESSA MÚSICA DO CREPÚSCULO QUANDO ELES JOGAM BEISEBOL É MUITO VICIANTE UMA COISA LOUCA E MUITO MATT BELLAMYCA SEXY PRA CARALHO FICO ME SENTINDO MUITO GATA LEOA MIAU QUANDO ESCUTO SEUS LYRICS AMO DEVERAS STILL INTO YOU (PARAMORE) - GENTE ME PERDOA ACHO PARAMORE UM SACO SAQUÍSSIMO MAS NESSA MÚSICA A MINA DO CABELO VERMELHO MANDOU BENZÃO VAI DIZER ADORO ESSA BATIDA MUITO DOIDA E DANÇANTE E TEENAGER PENSO NAQUELE AMOR LINDO QUE EU NUNCA TIVE RISOS PUBLIC IMAGE (PUBLIC IMAGE) -

''É o que temos pra hoje''

Final de ano, corpos mais à mostra. É hora de mostrar a barriga, o biquíni novo, o vestido comprado para a ceia que se avizinha. ''É o que temos pra hoje'' , bradam uns nas tais selfies previsíveis, pois, afinal, é necessário mostrar que estamos desesperadamente aproveitando a vida. Viu, sociedade? É o que eu tenho pra hoje, não deu pra fazer muito, mas uma Budweiser com batatinhas foram a redenção da noite. Anota aí, eu estou aproveitando minha folga proletária. O ''É o que temos pra hoje'' parece ser o slogan de uma geração. Sei lá, que coisa mais uniforme, mais previsível. Não é inveja, sabe. Sábado, eu e umas criaturas aí fizemos petiscos e bebericamos cervejas ao luar, com uns covers animadíssimos do Robert Nesta Marley (o verão, esse sabe ser previsível). Ninguém soube. Na semana passada, eu tomei umas, em um banho de piscina, e cheguei gritando sem sandália em casa, além de ter saído atrás da minha cadela de madrugada. Pura diversão e nenhuma l

A década em que o Misha chorou

The Works é minha capa preferida do Queen. Não álbum, somente capa, ainda que nele constem ''Man on the prowl'' e ''It's a hard life'', músicas pelas quais tenho carinho especial. Em 2014, completaram-se 30 anos de seu lançamento. Fiquei viajando nisso aqui e me veio uma vontade de escrever sobre anos 80. Amo/sou. Pior que sou mesmo, nasci em 89 e fico fantasiando que carrego um resquício da inventividade dessa época dos blazers com ombreiras. Um tempão atrás, tive uma fase obcecada pelos tais anos, ainda mais quando me caiu às mãos, num jornal onde trabalhei, um almanaque sobre a década. De ursinho Misha chorando à queda daquele murinho lá , passando por Paolo Rossi e os 3x2 da Itália contra o Brasil, eu sabia de tudo. E falava para quem nem queria escutar, insuportável que sou. Só acho que eu não precisava ter me fantasiado de Cyndi Lauper naquela primeira festa à fantasia da faculdade, mas, pensando bem, até que foi bom. Quando mais eu poderia

Os namoradinhos estão na sex shop

Vocês viram que a cantora Anitta disse que os homens não estão assim tão interessados nas mulheres mais, pois elas ''dão muito em cima deles'' , né? Claro que viram, óbvio que viram, quem não sabe de alguma coisa hoje em dia? Nas minhas timelines, já choveu textão - ah, o textão! -  sobre o assunto, e a vida seguiu. Done . Sabe, há alguns anos, eu, com minha criação do jeito que o status quo gosta, teria aplaudido mentalmente as palavras da funkeira, que foi catapultada à fama há pouco mais de um ano e meio. Porque, lógico, recompensas vêm àquelas que se comportam, certo? Ser uma menina boazinha vai me garantir um príncipe montado num pangaré. Quanto mais recatada e santa eu for e mais pano minhas roupas tiverem, mais pontos estarei ganhando com algum lindo por aí que anda me observando, certamente. Credo, que mentalidade tirana essa. Dá pra acreditar que as mamães ainda estão passando esse ensinamento às meninas? Estou longe de ter tido uma educação repressora, um

Sobre fracasso, Belchior, Scarlett O'Hara e Charlie McDermott

Eu fracassei assombrosamente. Não passei no que queria, morri na praia. Tentei, blá, blá, mas qual é, ninguém lembra dos tentadores. Todos lembram é dos fracassados. É o fracasso que ganha quadrinho na parede. E na parede da memória, essa lembrança é o quadro que dói mais . Não é preciso ser Belchior para se dar conta. Os pais, as mães e aqueles poucos que nos amam seguem dizendo que somos awesome , que somos uns tesouros travestidos de gente, mas, argh, como é difícil sentir isso depois de um tombo. Estou me sentindo um lixinho de olhos castanhos, não há quem mude isso. Uma burra completa, uma imbecil. Se em um universo paralelo, eu tenho inimigxs, possivelmente agora elxs estão degustando um chá de ervas feito com minhas lágrimas. Quem dera meu tombo tivesse sido como esse  aqui . Pobre leãozinho com esse ascendente escorpiano que o faz descer dez metros de lama abaixo do fundo do poço. Pobre leãozinho que começa a se martirizar e sentir cada centímetro de sua juba inundada pelo dr

Lorena e Vítor - o começo

Estava eu aqui de bobeira, cá com meus botões, e me toquei de não ter dado satisfações nenhumas sobre a Lorena e o Vítor. Caso não se lembrem deles, aqui tem dica. Vítor e Lorena, o casal que nunca foi, mas que, depois que deixou de não ter sido, deu certa saudade. Eram muito improváveis os dois. Conheci bem de perto. Nem imaginam, aliás, que os desnudo por essas bandas. Não contem, a propósito, our little secret .  Lorena segue vivíssima, mas vou conjugá-la no passado. Era um tipo curioso. Fumante crônica. Chata convicta. Petulante, estudava arquitetura, mas era boa mesmo em arquitetar meios de se esconder de si mesma. Toda problemática, detestava o curso, escolhido a esmo, tudo porque ela era muito boa em desenhar janelas. Gostava de dançar Lust for life pelada em frente ao espelho, com os peitos balançando, sonhadores, enquanto achava que ninguém podia vê-la. Servia mesas num barzinho onde um cara tocava piano magistralmente - era o Vítor. O Vítor era músico e ator, mas não

Queria Talking Heads, mas só consegui gauchinho pernóstico

Uma noite dessas, eu fiquei meio louca despirocada, querendo ir a uma festa especial Talking Heads . Minha nossa, preciso ir pra algum lugar que toque Talking Heads a noite inteira. Puta merda, onde, Osíris? Deve haver algum lugar nesse mundo, nessa cidade, nesse perímetro. Eu necessito fazer as dancinhas dos anos 80 desesperadamente. Até minha camiseta das cabeças dançantes eu encomendei, porcaria. Por um mundo onde eu possa ser new wave sem culpa, sem restrição, sem medo. AJUDA LUCIANO AS CABEÇAS VERMELHAS DANÇANTES NÃO PODEM ESPERAR Mas terão. Terminei numa Quartaneja , desejando não ter nascido. Porque a neja , ela te faz sentir assim. E porque cada um tem o que merece. Eu, certamente, estava em dívida com o cosmos. Mas, sabe, bem modéstia à parte, eu sei criar personagens ótimos para atravessar umas horas de tortura social longe da minha bolha. Até que me saio bem, pois, havendo cascata sem fim de cevada, a gente se amortece de si mesmo e entra no joguinho. Só que dess

Ode a Chandler Bing

Eu curto caras abobados. Vou explicar. Há tempos, venho confirmando que, do sexteto que monopoliza o Central Perk descaradamente, Chanandler Bong é o que mais me arranca contorcionismos provenientes de riso. Ai, riso. Quem não gosta de ter alguém irresistivelmente engraçado ao lado? Quem não quer companhia passível de fazer rir em qualquer momento da vida? Ai, preciso, desculpa. Eu gosto é de gente abobada, dá licença. Caras abobados, então, passam na fila do meu coração facim facim . Curiosa, ao menos, eu vou ficar. Porque o abobado, geralmente, ele sabe rir de si mesmo. E pessoas que sabem se zoar são uma graça e um alento neste mundinho de esquetes prontas e gravando. Af. Mas, voltando ao Bing, o Bing é uma delícia. E eu seguidamente me reconheço em cada imbecilidade que ele faz. MENHA NOSSA, EU SOU UM CHANDLER DE SAIAS Por aí. A identificação beira o ridículo. Seguidamente, coloco as mãos no rosto: não aguento me assistir duas vezes. Chandler é muito zoado. Chand

Desapaixonar-se

Se apaixonar é bom. Se for correspondida, melhor ainda, viu, amiga catártica? R I S O S Não, sério, se apaixonar é bom, é saudável, é curioso, é engraçado, é bizarro e é bonitinho. Mas desapaixonar....... olha, sei lá, não sei muita coisa da vida, mas diria que se desapaixonar é o nirvana. Tô brincandinho, migos buditas, não me xinguem. Mas que é libertador, isso é. É uma sensação única de reencontro com você mesmo. De apaixonamento gratuito por você mesmo. Porque você fica naquela, né, encantado por aquele outro ser, meio hipnotizado por aquela outra vida tão simplória e óbvia, que vai esquecendo gradativamente da sua obviedade. Sei que não posso falar por todos, mas geralmente não sabemos brincar de paixão de outro jeito: invariavelmente a gente sofre pra caralho, se destrói, se martiriza, ficando na ponte aérea paraíso-inferno com escalas masoquistas nos condados de ciúme e possessividade. A gente é feliz também, mas é aquela coisa, tudo muito pautado por uma realidad

Eu te amo, meu Brasil, eu te amo

A história do desaparecimento do pai do Marcelo Rubens Paiva foi algo que me marcou ali pelos 17 anos. Quando li pela primeira vez Feliz Ano Velho , a passagem em que ele narra o dia em que militares invadiram sua casa e levaram seu pai arrastado - para nunca mais - calou profundamente em mim. Até hoje, mexe comigo, me dá vontade de chorar. Ele nunca mais viu o pai. E é uma narrativa parecida com muitas de um passado bem recente do país - e ao qual, vejam só, muitos imbecis travestidos de sujeitos de bem fazem coro, pedindo sua volta. Se tá complicado de assimilar, digite aí no seu buscador do Google : desaparecidos políticos. Se quiser variar, tempere a pesquisa com ditadura chilena, ditadura brasileira, ditadura argentina, ditadura cubana - sim, cubana, porque toda ditadura é terrível - e reflita um pouco. Há um número bizarro de pessoas que nunca foram encontradas. Nunca houve paradeiro. Seus descendentes já morreram - e grande parte sem saber que fim tiveram seus pais, irmãs, tios,

EU COLOQUEI A MÃO NUM LESMÃO

E aí, lindxs? Andei meio afastadinha, sem querer querendo, porque precisava priorizar outras cositas na vida aí - como eu odeio isso de ter que escolher, nem sempre parece que opto dedicar tempo ao que é mais produtivo..... enfim, no dramas anymore . Como hoje o dia é carregado de simbolismo (não que eu dê a mínima), vou lhes contar um causo de terror que me ocorreu há uns dias. EU COLOQUEI A MÃO NUM LESMÃO!!! EU, BRUNA, COLOQUEI A MÃO NUM RAIO DE LESMA QUE ESTAVA REPOUSANDO NUM PANO DA COZINHA !!! Eu já comentei aqui uma vez que poucas coisas me aterrorizam tanto na vida quanto lesmas. Eu também acho ridículo, gente, mas não consigo evitar. Lá se vai uma vida toda tendo síncopes cada vez que vejo uma. Tempos de umidade realmente são desafiadores para mim. Até aqui vai uma dica para potenciais inimigxs - se é que eu tenho algum nessa vida -, me coloque em enfrentamento com uma lesminha marota. Qualquer armadura ou pose autossuficiente cairá por terra. Tipo a múmia lá, quando o

Sobre eleições - que eu já estava levemente agoniadinha

Preciso escrever alguma coisa, desabafar mesmo, não é nem vontade de debater, tô cansada dessa gente que prefere alimentar discursos prontos a ler, se informar, buscar ter empatia pela situação do outro. Sei lá eu, não sei como organizar as ideias aqui - eu que, modéstia à parte, faço isso muito bem. Irônico é que grande parte do pessoal que eu vejo criticando e ridicularizando outrem em virtude da escolha eleitoral, é quem mais arrota santidade, vomita compartilhamentos sobre Jesus e sua família.... fico aqui viajando na minha bolha se a tal do ''amar uns aos outros'' não carrega um pouco desta empatia às mazelas de quem nasceu em um contexto miserável e sem perspectiva........... MAS OK Sabe, digo isso de verdadinha mesmo, felizmente pouco importava quem fosse eleito no domingo para mim e para minha família. Como diz meu pai, ''não mamamos em partidos políticos'', não temos o rabo preso. Felizmente, nossa economia doméstica não depende de auxílios e

Sobre leviana, Groucho Marx e seu curso pra aturar, maçãs coradas e Freak Scene

E aí, também estão com os cabelos em pé com PT, PSDB, Dilma, Aécio, Esquerda, Direita, Sartori, Tarso, ataques, Petrobrás, aeroporto, delação premiada, propina, debate, meme do twitter, leviana, não levanta o dedo pra mim, vinte listas que você tem que ler antes de votar, Tancredo, Minas como nova Pasárgada e etc, etc, etc? Eu tô, mas tô resistindo bravamente. Eu tô amando a gente bem empolgado com esses trastes em quem temos que votar, porque isso se opõe à máxima de que não ligamos para esta lady, a política. A gente tem que ligar e muito para política. Tem que se envolver, ler, pesquisar, ler muito, procurar enxergar variadas realidades por diferentes janelas, debater - não brigar e partir para a ofensa pessoal, mas, entretanto, se afastar lindamente caso testemunhemos algumas opiniões muito cagadas. Vai despistando, saca? Muito já fiz, laconismo se aprende. Ou beba, tal qual Groucho Marx, que aí as coisas ficam mais interessantes. Vomite tudo depois, a propósito. A gente pode vo

Confissões de Brunescente

Sempre, desde nova, tive um ímpeto maria-marianesco de cultivar diários, agendinhas, anotações. Uma necessidade introspectiva de caçar palavras para registrar minhas impressões sobre os dias. A diferença é que meus escritos seguem no anonimato, enquanto os da Maria Mariana - filhota do Domingos - deram cria e se transformaram em série de televisão e filme, leia-se Confissões de Adolescente . Para ser franca, nem sou fã dela - sou é entusiasta disso que ela fazia, incentivada pelo pai. Se eu pudesse deixar um recado às gerações mais novas, seria esse: não se preocupem tanto em deixar fotos na frente do espelho para a posteridade; escrevam, meus queridos, teatrizem, roteirizem a vida. Adociquem o amargor dos dias. Achei uma aqui, perdida e acuada em meio à bagunça dos gibis, medalhas de interséries e revistinhas de signos - aquela máxima da adolescência (como se eu não buscasse comparações astrais até hoje no Personare , né, mas tudo bem, vamos supor que eu seja adulta). Mas voltando à

Eu não uso o Tinder

Veja bem, embora pareça, não quero me colocar em uma casta superior de meninas devido ao fato de não marcar presença neste fabuloso e lascivo aplicativo. Eu poderia facilmente instalá-lo também. Segura minha mão aqui e diz que me entende. O que me incomoda é colocarmos a chande de sucesso de nossas vidas amorosas nas garras de um celular, de uma máquina que nem sempre pode ser amigável. Claro que é preconceito, mas, por enquanto, penso que ele tem me salvado de algumas ciladas - sim, Bino, já ouvi histórias. Não é nada do tipo ''encontrei um maníaco sexual sociopata'', são aquelas bizarrices comuns a quem nunca olhou no teu olho, pegou na tua mão, dividiu teu fone de ouvido, riu tua risada. Aquela bizarrice de quem está ali só pela própria lascívia, robôs que nos tornamos. Robôs, pelo jeito, incapazes de olhar para os lados e fazer o acaso. Ai, o acaso... Escrevendo isso, até parece que eu sou muito romântica. Acho que sou, mas não obviamente romântica, gosto do roma

300

THIS IS SPARTAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAA (GERARD BUTLER EM - FILMINHO EM QUE O RODRIGO SANTORO FEZ O XERXES) Chegamos à trecentésima postagem aqui na bloga. O que isso quer dizer? Nada. Por que eu fiz relação com o filminho do Santoro? Porque eu sou idiota. Achei que ficaria tendência. Mas, olha, estava eu aqui pensandinho com meus botões........ tem coisa muito boa aqui. Sem falsa modéstia, tem textos em que eu sou genial pra caralho. Também tem muita porcaria, mas foquemos nas partes em que não provoco vômito geral. Bem que vocês podiam ler........ assim, uma lidinha não custa nada. TEM 300 POSTAGENS, UAI ALGUMA COISA HÁ DE AGRADAR Fica o apelo. Fiquem com o Gerard. Todo Sparta, todo gritãozinho, que meda.

Tira essa colher de açúcar do meu suco de abacaxi com hortelã

É curiosa essa história de não gostar de nada muito doce, afinal, açúcar é preferência nacional, não é mesmo? Mas comigo sempre foi assim. Mamãe conta - e talvez esta danadinha seja a culpada - que, quando preparava meu leitinho do crescimento, economizava na glicose - possivelmente já empenhada em me presentear com um spoiler de vida, quem sabe. Pouco açúcar em meus mamás , em meus suquinhos, em meus chás para curar gripe, em tudo. Logo, eu sofria quando ficava sob os cuidados de alguma titia desavisada, dificilmente tomando alguma coisa preparada por elas que pecasse pelo excesso. A coisa deveria conter algum amargor ou nada feito. Cresci, esse ser humano deveras equilibrado e meigo, mas sigo sem gostar muito de açúcar. Nos dias e nos chás. Assim, não me olhe com essa cara, gosto de doces com convicção, inclusive, como toda ansiosa que se preze, recorro muito a eles em dias de cão , mas em se tratando do meu suquinho sagrado de abacaxi com hortelã: não. Não! Chega de açúcar no meu

Expliquitismo agudo

Eu sou uma explicadora. Demorou até cair a ficha, mas agora que caiu, só vai. Em virtude disto, eu tomo no cu de uma forma abismante todos os dias, mas não posso evitar. De ser uma explicadora e de me desgraçar da cabeça. Eu explico. Eu explico de novo. Eu faço questão de explicar. Eu passo por chata. Aliás, passar por chata é eufemismo e gentileza: a chatice aqui já foi somatizada. Tudo porque eu insisto em explicar. Eu contemporizo como ninguém. Vai ver é porque eu sou jornalista. Blé, grande jornalista. Explicadores sofrem. Sofrem porque explicam. Explicam porque sofrem. E serão assim até o cerrar de suas cortinas devidamente explicadinhas para a plateia. Às vezes, no auge da ingenuidade, me passa a ideia de que eu tinha que deixar as coisas meio no ar, meio bolinha quicando antes de ser raquetada, a fim de, quem sabe, ficar até mais interessante para os que me ouvem. Como se eles fossem ir atrás do que eu deixei pendente quando explicava. Ledo engano. Ninguém se importa. Se foram,

Sobre homofobia e os corações gelados

''Ai, porque agora tudo é homofobia...'' KIRIDINHA, QUEM SABE DÁ UM TEMPO NAS MARY KAY E VAI LER UNS LIVRINHOS, HEIN? QUE TAL? QUEM SABE PARA DE COMPARTILHAR PORCARIA DO TESTOSTERONA, HEIN, FERA? Desculpa aí, amigs, mas sim, praticamente todo um arsenal de piadas escrotinhas e insinuações que ouvimos desde a tenra infância são de cunho homofóbico. São cruéis, são nojentas, são mesquinhas, desde sempre. Devem ser criminalizadas com urgência. Pra ontem, meu país. É terrível que pessoas sejam humilhadas e, em muitos casos, assassinadas ainda em virtude de sua orientação sexual (lembra? não é opção sexual, é orientação sexual : ninguém escolhe acordar um dia com a boca cheia de formiga, ninguém opta deliberadamente pelo sofrimento, ponha sua massa encefálica para trabalhar, queridx!). O caso do adolescente morto em Goiás há uns dias, e que ganhou destaque na mídia, é mais um triste exemplo de mártir dessa intolerância travestida de fé e moral, incitada por Malafaias,

Frases Chorão

Ele me trocou por outra. Uma outra que curte  Frases Chorão  no Facebook. Não sei o que é pior: ter sido trocada por uma mina que curte Frases Chorão no Facebook ou ter me interessado por um cara que é capaz de gostar de alguém que curte Frases Chorão no Facebook. O fato é que isso me levou à questão do erro antes do erro. Ele não parecia ser o cara que curte garotas que curtem Frases Chorão ... parecia? Quer dizer, ele não me deu pista nenhuma. Vivemos dias e mais dias, sem que eu suspeitasse dessa mácula horrorosa no currículo dele. Do cara que, hoje, pega a mina que curte Frases Chorão no Facebook, enquanto eu saboreio um James Taylor azedo no repeat infinito. Se existisse, eu curtiria a página Frases James Taylor no Facebook, só de vingança. Também faria um perfil falso, bem psicopata, e deixaria no mural dele em letras garrafais que não só não deixei de escutar ''Handy Man'', como também curti uma página, no caso Frases James Taylor  no Facebook. Ufa. Aquel

Sobre a ceifadora e os lúcidos

E aí, proletários? Lendo muitos best-sellers sobre personagens com câncer que resolvem se pegar? Vocês curtem sofrer, hein? Bom, cada um na sua. Mas que vocês já foram mais exigentes, isso foram. Perdi um tio maravilhoso, há uns dias, vítima do mesmo mal explorado à exaustão nestes livrinhos muquiranas para entreter adolescentes mijonas. Que me perdoem as mijonas, digo, adolescentes, mas é, sabe. É um consumo muito óbvio, muito pronto. Enfim, foi aí que veio o pânico: eu preciso escrever sobre a ceifadora e tentar afastar essa nuvem de fumaça que parece estar rondando os meus. Nunca escrevi sobre ela - ao menos não com envelope endereçado, bonitinho e coisa - e a verdade é que nem sei se quero lhe dar uma sobrevida no presente blog, tô confusa, eis a questão. Queria tanto escrever que tô confusa e que essa confusão pudesse me absolver, mas sei lá. Tô me sentindo sei lá, acuada, pensativa, com medo de me encarar no espelho. É dela, da ceifadora, a incumbência de nos torturar, sorra

Sobre atmosfera seriada insuportável e as séries que eu amo

Tô numa crise profunda de irritação com séries gringas e assemelhados há tempos. Não por serem gringas, em aboluto, até porque eu sou fascinada por Friends. Mas pelo fato de o pessoal não trocar o disco, saca? Abro os portais de notícia, lá está a informação de que não sei quem de Game of Thrones matou não sei quem, e agora o trono (???) de sei lá qual reinado está em aberto. Confira o look de não sei quem que ganhou não sei qual prêmio no tal Emmy . Ou confira a música de abertura do... AFF MEU CARALHO. Ou, em uma rede social, alguém está em processo de congelamento cerebral porque não superou o final de algum episódio... tipo? Sério? É pra tanto? Vão se catar, sabe? Que gente mais chata. Só uma dica: vocês não podem implicar com quem acompanha religiosamente os dilemas do Aguinaldo Silva ou do Maneco - por mais previsíveis que possam ser (e são!). Vossas senhorias estão iguais, ainda que suas séries pareçam super descoladas. Mais chata sou eu, sabemos, mas me deixem desabafar sobre

TEVE PREMIAÇÃO

Este blog, ele está aos poucos saindo do seu ostracismo característico. Dia destes, fomos premiados. Coisa fina, coisa louca... Até foi uma forma de encerrar com chave de ouro a fase ''Agridoce'' deste antro de idiotices muito bem intencionado. Pra quem ainda não se ligou: agora, somos "Mi Catarse Es Su Catarse'', porque, francamente, eu sei que nossas catarses se revezam e se batem toda hora, leitores. Enjoei de ser agridoce, quero explorar outras cositas . Mas, em meio a toda aquela formalidade que me desconcerta, só conseguia lembrar de uma coisa: DO JOSEPH TRIBBIANI, CLARO                                                                                                                  MAIOR SER HUMANO Auxiliou no post: Shine on you crazy diamond - Pink Floyd

Sobre meus últimos aniversários

Aniversário realmente é uma coisinha indigesta. Sério, pensa um pouco mais profundamente aí. Depois que parei com as anarquias com os brinquedos e com os amiguinhos que vinham religiosamente provar os brigadeiros de mamãe, só catarses. Só draminhas. Ok, sempre válido perceber que, uhul, vivemos mais um ano, 365 dias de respiração - ainda que muitas vezes no piloto automático - mas o gosto agridoce é inevitável pra nós, profundos cronistas e pensadores da vida que levamos. O que não acontece com os imbecis, claro. Imbecis amam aniversariar. Em 2008, passei trabalhando. E era algo de que eu gosto tanto, que nem me importei de caminhar alguns quilômetros atrás da minha pauta. Que puta dia gostoso aquele! Em 2009, passei atulhada de roupas que comprei e que não usei nem metade, obviamente. Porque quando a gente compra demais, não usa é nada. Em 2010, passei dando uns beijos ótimos em um projetinho de príncipe. Foi bem interessante. Em 2011, passei chorando. E incrivelmente puta da cara