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Mostrando postagens de janeiro, 2018

Funk não é cultura

Depois do milionésimo ''funk não é cultura'' ouvido na conversa, decidi sair dali. Meio abismada com a burrice humana, mas muito convicta de que precisava escrever algo. Eu queria realmente entender o que vem à cabeça das pessoas quando falam em cultura. Inteligência? Refinamento? Saber usar este ou aquele talher? Vamos começar pelo basicão: cultura não é grau de instrução. Uma pessoa analfabeta tem cultura, assim como nós e nossos diplominhas fétidos. Quando ouço alguém dizer que fulano não tem cultura, só consigo pensar num esvaziamento daquele ser. É de uma ignorância aterradora dizer que as pessoas não têm cultura, quer dizer, toda a vivência delas não significa nada? E o jeito como elas levam a vida, se vestem, se relacionam, consomem?  Eu, particularmente, acho funk um saco, prefiro ouvir um Greatest Hits inteiro da betoneira do vizinho a dar ibope. Não me sinto empoderada ouvindo, não gosto das letras, não consigo apreciar os arranjos e não consumo estando 1

Show da vida

Saquem o conto açucarado do qual tomei conhecimento hoje - na verdade, sei dele há uns meses mas somente hoje fui atingida pela epifania. Epifania louca que caiu como uma bigorna na minha cabeça - epifania boa é assim, rasgando convicções. Que história! Digna de passar em algum programa de auditório no domingo e tudo - não por ser ridícula e sensacionalista, mas por ser verdadeiramente linda e comovente. Não que programas de auditório no domingo não sejam ridículos e sensacionalistas, vocês me entenderam. Enfim, vamos aos fatos.  É sobre um casal, claro, awnnnnnn . Ela, gaúcha, meia idade, filhos criados, várias desilusões pelo caminho. Ele, um italiano que vivia na Suíça (e muitas coisas trazia de lá, zoei), e todo o resto também pois o roteiro costuma se repetir com todos os mortais que já têm algumas bagagens na vida - boas e ruins. Entre eles, impensáveis quilômetros e o Atlântico inteiro. Quem diria? Até eu, que creio em todas as possibilidades amorosas, duvidaria. Mas aí um ap

A fraqueza do Alex - e a minha

Minha última sexta-feira foi punk. Culpa dele, do russo. Do Tchaikovsky (sim, eu fui procurar como se escrevia, neste bloguinho não há espaço para arrogâncias). Na busca por aprender a ser mais cisne negro para sobreviver com mais dignidade e deixar o cisne branco somente para ocasiões especiais, me perdi na mágica do homem. Do Liszt também. Porra, Liszt! Aí eu fui mais adiante, seguindo o coelho branco, e topei com Schubert, cujas traquinagens pouco conhecia. Cataaaaaarse! Droga pesadíssima. Como é que deixam adultos desavisados escutarem isso? Estou até agora meio entorpecida.  Ah... esses estrangeiros maravilhosos. Estrangeiros que eu adoraria gritar que fossem brasileiros, claro, mas por alguma razão a maioria das pérolas são enlatadas - essas latas eu abro com gosto. Primeiro mundo auxiliando brasileiros medianos a escrever textos complexos em madrugadas febris - muitos dos meus trabalhos de faculdade foram feitos à base de Chopin e chazinhos muito loucos de ervas legalizada