A tragédia está ao alcance de nós todos sempre, bastando que abramos algum portal de notícia ao redor do mundo. Ou catemos na TV algum programa policialesco sensacionalista. Nunca o absurdo foi tão banal, tão corriqueiro, tão "de casa": definitivamente estamos vacinados. Só que a coisa muda de parâmetro, quando acontece no nosso quintal - a proximidade apavora e dilacera os - outrora - resignados. Em nosso quintal tudo aparece apático, nada acontece. É normal, é da natureza do nosso senso de comunidade: enquanto espectadores a quilômetros e idiomas de distância, nada parece merecer tanta atenção - não por insensibilidade, claro, nos chocamos do mesmo jeito, mas não há o sentimento de identificação gratuita. Todavia, o quadro muda de figura ao presenciarmos ruas que já percorremos, rostos com quem já cruzamos, seres com quem já tivemos algum tipo de relação, lugares que já frequentamos... ao presenciarmos, principalmente, histórias que se cruzam e que nos fazem aliment