Encerro o mês de novembro com uma homenagem ao saudoso Angenor de Oliveira - ou Cartola , como ficou eternizado - cujo aniversário de morte se dá hoje, dia 30. Tenho fascinação pela história desse homem, que, mesmo tendo origem humilde, trilhou um caminho brilhante na música brasileira. É o tipo de figura pela qual tenho interesse genuíno, uma admiração gratuita, um carinho inexplicável, sem que seja necessário racionalizar. Sentir está de bom tamanho. E Cartola inunda meu coração tímido e boêmio de sentimentos, assim meio que de graça, sabem? Mais que a doçura de suas canções, o que me instiga mesmo é a trajetória marcada por percalços que protagonizou ao longo da vida - em que sua arte escandalosa conviveu com a mesquinharia e sua genialidade com o abandono. O famoso mangueirense, ainda que compusesse verdadeiras relíquias, foi em boa parte de sua existência, um andarilho, sem eira nem beira, trabalhando em atividades que pouco contemplavam suas habilidades artís