Penso que a inveja sempre existiu. E, por mais indigno que seja, todos - eu disse todos - já experimentaram o seu amargo na boca. O que não quer dizer, entretanto, que mereçamos arder numa fogueira. Menos, né, galera? Tenhamos sagacidade para lidar com os sentimentos negativos, eles aparecem às vezes, é da vida. Eu, por exemplo, sempre vou invejar o cabelo da Rachel Green . Sempre, não dá para evitar, cada vez que ela aparece, com aqueles fios milimetricamente obedientes e sedosos, eu sinto vontade de me esconder. Mas daí a sentir pena de mim e do meu cabelo - que pode não ser de comercial, mas é bem simpático - existe uma distância oceânica. É um exemplo bobo, mas vem ao encontro do que defendo: transmutar o sentimento em algo benéfico ou que, ao menos, mude alguma postura, um hábito, uma percepção. Ninguém está imune a sensações pouco gloriosas como a citada, mas todos podem escolher o que fazer com elas, não? É tudo culpa dessa grama do vizinho que insiste em ser mais verde, vez que