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Mostrando postagens de julho, 2011

Por você, fone!

        Essa é para você que, assim como eu, foi mais feliz quando descobriu os fones de ouvido. Ah, os fones! Poucas coisas fazem meus olhinhos nerds e míopes brilharem tanto quanto fones. De qualidade, lógico - se é para ficar surda, que seja, ao menos, com dispositivos que estourem meus tímpanos com dignidade.         Eu amo fones, desde o dia em que vi que não precisava escutar o que todo mundo convencionou chamar de "bom". Logo, não soube mais o que era rádio, não dei mais a mínima às canções escolhidas pela audiência da MTV e até hoje estou pouco me lixando para quem é a bola da vez nesse mundinho surreal - que superestima gente bizarra, medíocre e sem nada a acrescentar em suas letras. A notoriedade desse povo não me corrompe, visto que o conceito de sucesso , principalmente no Brasil, é altamente questionável. Não acham?          O fato é que já não sei o que é viver sem os tais fones, sinceramente. É fone, almoçando; É fone, indo dormir; É fone, estudando; É fone,

Por quem os sinos dobram?

           Ando com essa indagação na cabeça. Às vezes, eu pego no pé de algo que me tocou e fico semanas ruminando a respeito. O que temos para o momento é essa frase do famoso poema renascentista - e utilizada como título daquele célebre romance do Hemingway - que não me deixa, há alguns vários dias. Não sei racionalizá-la, nem quero interpretá-la no seu sentido original, pois referida passagem me remete a outras nuances... outras vastidões, ora perdidas dentro da alma.            Por quem os sinos dobram? Por quem diabos os sinos dobram? Há quem ache que literatura é idiotice - e eu respeito, pois são poucos os que merecem reverenciá-la - mas, para mim, ela funciona como uma fuga única e indolor. É sua culpa eu ter ficado com essas palavras à toa, assim, azucrinando as idéias, fazendo eu sentir ciúme do que já foi pensado e discutido. Sei que o que essas palavras soltas provocam no meu coração é só meu e de ninguém mais. Mas, ainda assim, ele permanece.            Por quem os sino

Fazenda ecológica faz história no RS

(Estão achando que o blog é só bagunça? rs // Aqui vai uma matéria que fiz, em novembro do ano passado, e que é uma das minhas preferidas - uma espécie de diário de bordo sobre um dia muito agradável.) -         Localizada no coração de Viamão, a fazenda Quinta da Estância Grande foi, antes de tudo, fruto de uma tentativa de inovar quanto ao aprendizado de temas rurais e ecológicos para crianças e adolescentes. Sônia Goelzer, educadora e idealizadora do projeto, conta que sempre buscou formas atrativas de trabalhar conteúdos durante suas aulas. Logo, em 1992, a idéia já estava lançada e começava a ganhar contornos: desenvolver práticas pedagógicas em um ambiente que propiciasse conhecimento sobre questões ambientais e áreas preservadas para um turismo ecológico de qualidade. O biólogo Fabrício Bonfiglio, que é um dos monitores do local e trabalha lá desde setembro de 2007, explica que o processo de seu trabalho se apoia muito no fato de ele gostar de trabalhar com crianças e de s

80

         Saindo um post chinelão no capricho. Eu já havia dito aqui que gosto dos anos 80 e tal - quem leu, ficou sabendo desse grande fato. Sim, sou uma entusiasta oitentista. Me convide para uma Festa Boys e já seremos amigos de infância! Pois não é que saiu uma lista das 30 mais mais da década na revista  Bruna's Embromation ? Acho que foi transmissão de pensamento.          Dividirei com vocês, agora, as músicas internacionais preferidas dessa publicaçãozinha fajuta, no período compreendido entre 1980 e 1989. Enjoy it! Easy lover - Phil Collins The killing moon - Echo & The Bunnymen Victim of love - Erasure Manhattan skyline - A-ha Should I stay or should I go - The Clash Eyes without a face - Billy Idol Smooth criminal - Michael Jackson Like a prayer - Madonna Love changes everything - Climie Fisher I drove all night - Cyndi Lauper Dressed for success - Roxette There must be an angel - Eurythmics Just like heaven - The Cure I don't wanna lose you - Ti

Sobre "Gone with the wind" - só porque o ineditismo não é o meu forte

         Já dediquei aqui uma crônica para "Gone with the wind" - essa maravilha que até hoje convulsiona meu cérebro e me convida a 4 horas de puro nó na garganta e ooohhhhs. O fato é que eu assisti ao filme, novamente, na semana passada, e fiquei louca da vida para falar dele outra vez por essas bandas. Sou repetitiva? Pouco me importa, só sei que tal pérola cinematográfica merece mais um mimo dessa reles espectadora que vos fala. E, opondo-se à primeira análise, em que metaforizei sobre as perdas de Scarlett e trouxe seu exemplo a um plano palpável a nossas vidinhas, a que vem por aí não tem pretensão alguma. Só quer mesmo é lançar palavras no ar e matar minha vontade de divagar...          Adivinharam, não? Vim falar um monte de abobrinhas sobre meu casal favorito - que, diga-se de passagem, não se entendia muito bem nos sets de filmagem. Eu sou gamada nesses dois e na sua perfeição. Ops, perfeição? Me corrijo: nunca vi dois personagens imperfeitos tão imperfeitos um par

E eu sou o Bozo

       Pensei muito. Hesitei. Fui dar uma volta. Retornei e finalmente decidi ligar para o acaso - só porque ele falou que não tinha problema, eu poderia telefonar quando quisesse. Ou será que entendi errado? - Alô, é da casa do acaso? - É ele. Quem fala? - Hum.. err.. é a Bruna. Tá lembrado da magrelinha hiperativa, fã de polainas? Ele, muito surpreso com a ligação - nunca pensou que a dona teria audácia de ligar - assentiu com a cabeça, meio estafado, meio com vontade de desligar... como esquecer daquela moça, a personificação das urgências? Não havia como. Estava lascado. - Sei, sim, de quem se trata. Como vai, chati.. ERR, SUA QUERIDONA? - Hehe, galã, como acha que eu vou indo? Tô esperando que tu aconteça com toda a pompa e circunstância. Tu me deve algumas cositas ... - Opa, então quer dizer que tu ainda leva fé em mim? Depois de tanta topada na parede, tanta mentira a meu respeito, tanta opinião desse mundaréu de leigos por aí? Estou, no mínimo, espantado. - Ah, sabe.

O que o Poetinha ensina

           Estava eu aqui muy ansiosa - normalíssimo - pensando no que escrever para vocês, meio p. da vida com algumas coisas, meio querendo sair sem rumo (mas com a certeza de que tudo daria certo) e eis que lembrei que, no último sábado, dia 9, fez 31 anos da morte do Poetinha, aquele ser adorável. Para quem não lembra da alcunha, falo de Vinicius de Moraes - Vini para os leitores íntimos, como eu. Para quem não lembra ainda, falo do moço dos sambinhas gostosos de ouvir, dos sonetos de atazanar coração e do cachorro engarrafado, fiel escudeiro.             Já havia visto algo no jornal ou na internet, mas acabei esquecendo. Então, hoje, voltaram à mente, o tal do Seu Vinicius e seus pensamentos, algumas frases ditas por ele, pequenos fragmentos que já li a seu respeito. Fiquei aqui viajando na lembrança desse cara, que foi um entusiasta acima de tudo. A real é que a gente tem uma conexão, perce bem? Ele sabe muito de mim. Seguidamente, a alegria de viver que habitava sua alma cario

Gosto(so)!

           E u gosto de uma infinidade de coisas. E, podem ter certeza, quando eu gosto, é para valer. Antes de gostar, posso afirmar com veemência que eu sou extremamente passional. Gosto de coisas bobas, gosto de coisas pouco usuais. Gosto de dirigir comédias românticas na caixola e inventar personagens surreais. Eu sou a atriz de mim mesma, gosto do meu espetáculo. Mas poucos sabem o que se passa aqui no meu camarim. Fácil assim? Nem tanto.           Gosto de nega-maluca, mas detesto fazer a calda. Gosto de dias ensolarados. Gosto de falar com voz de criança para os meus cachorros. Gosto de pessoas altruístas e humildes. Gosto de gentilezas. Gosto de letras de música. Gosto de trocar idéias com pessoas sagazes e com algo a acrescentar. Gosto de viajar na maionese. Gosto de aeróbica. Gosto de fazer piadas. Gosto de discutir sobre Guerra Fria. Gosto de ler biografias. Gosto de sintonia. Gosto de olhares reveladores. Gosto do Clark Gable e da Vivien Leigh juntos. Gosto de ser canhota.

Ainda sobre rede social

          E não é que um dos posts mais visualizados dos últimos dias foi aquele em que desabafei sobre redes sociais? Sinto cheiro de ironia no ar. Não que eu conte com uma legião de leitores ávidos e fiéis - devo estar longe disso. Mas, se houve um número considerável de acessos, foi porque, de alguma forma, se sentiram instigados, não? Ok, também podem ter lido apenas com o intuito de desprezá-lo. Contudo, algo me diz que não se trata disso, não...            Acho irônico, pois vivemos em uma época em que "momentos felizes" só têm validade se forem expostos nas ditas redes. Logo, com tanta foto exalando felicidade, tanto comentário gentil, tanto nick de msn bom-bás-ti-co, tantos momentos esfuziantes de amor, compartilhados e esfregados na cara da sociedade, supõe-se que a satisfação seja geral. Mas não é o que eu vejo. Cada vez mais, flagro gente reclamando de vazio existencial, de amizades que só existem no papel, de pseudo-amores, de relações superficiais. Cada vez mais

Os estranhos

Dia desses, me aconteceu uma coisa bem curiosa que me fez (adivinhem!) refletir. Estava eu em um papo aleatório com um colega na faculdade quando, de repente, um amigo - conhecido há mais tempo e com quem eu tenho mais intimidade - veio ao meu encontro. Convidei-o a se sentar e em um segundo nós três já trocávamos ideias, assim como quem não quer nada. Discorremos sobre assuntos variados, partilhamos alguns pontos de vista, discordamos acerca de outros e assim o tempo foi passando sem que notássemos. Após o time de desocupados ficar desfalcado, comentei com meu velho amigo como a conversa fora produtiva - a essa altura, meu coleguxo já havia encerrado sua participação na prosa - e eis que sua réplica foi uma surpresa para mim. "Achei ele meio estranho" - afirmou. Atentem para a sutileza da frase, pois tal colocação aguçou minhas teorias filosóficas, profundamente. Não sei explicar, mas aquele "estranho" dito com tanta convicção a respeito de uma pessoa recém conh

Sobre agridoces, barras com cookies e etc

Olá, meus queridos anônimos! Como vão? Como têm se saído com suas dores cotidianas e suas misérias de sempre? Muita luta? Muito a vencer? Vivo matutando, aqui na minha insignificância sem fim, sobre algumas cositas e me saio com algumas conclusões tortas e sem sentido... poxa, quem queremos enganar? Somos uma família de desajustados, solitários, sedentos por atenção alheia - ainda que não gritemos isso aos quatro ventos. (Não pega bem admitir que estamos só sobrevivendo, em vez de vivermos essa vida voluptuosa que escandaliza nossos olhos preguiçosos.) Somos uns eternos desesperados em agradar, em cativar: queremos, inconscientemente, ter pessoas grudadas em nós, fascinadas por nossas personalidades incríveis e irresistíveis. Só que é muita mão, não acham? O ostracismo é mais digno, se bobear. Vocês não têm idéia (sim, eu vou colocar acento em idéia até quando eu quiser) do quanto eu gostaria de ver suas reações quando leem o que eu escrevo por aqui. Adoraria vê-los lendo. Morr

Tudo que eu não disse

          Tudo que eu não disse permanece em mim. Entalado , somatizado, guardado como um papel de bombom naquela agenda velha: aparentemente, não tem importância, porém sabe ser fiel às lembranças. E talvez isso doa mais. Tudo permanece, resiste, ainda que nada possa ser feito a seu favor: o insucesso daquelas palavras proibidas de existir é o que tenho para todo o sempre. E talvez isso seja a razão de eu chorar baixinho, quieta em em recanto especialmente verdadeiro, toda vez que não consigo fugir de mim mesma. Agridoce rotina.           Tudo permanece, ainda que eu lute para extirpar essas sílabas não pronunciadas do coração tal qual um doente batalha pelo direito de continuar vivendo. Tudo permanece. É força escancarada que se impõe. Tem raízes, tem poder, tem forma e data. Permanece, porque eu deixo - teimosa - mas mais ainda porque sabe que terá vez - outra vez. Decidi não brigar mais. Que esse querer querido de tudo que não foi dito ressuscite quando for hora e me faça sorrir

Sobre rede social

       Bom, hora de pôr o dedo na ferida. Como sou filha de uma época em que redes sociais proliferam-se loucamente, acho pertinente discutir numa boa a importância - muitas vezes sem base - que tais ferramentas têm em nossas vidinhas medíocres e vazias.        Sei que, sendo comunicóloga em formação e mediadora em potencial de debates sobre fenômenos da mídia em geral, devo estar a par das mudanças tecnológicas. Ok, contingências da futura profissão. Também sei que não posso ficar à margem das mudanças de comportamento relacionadas a essas tais redes, pois isso pode me levar a parar no tempo. Bla bla bla, tá, entendo. Mas a verdade é que me sinto perdida, atordoada com tanto lixo travestido de evolução. Com essa voz insistente que me assombra, dizendo "se você não aderir, a sociedade va te engolir". Mais ou menos por aí. Sei que não se trata de um drama catastrófico, mas totalmente irrelevante também não é.         Espero que vocês tenham maturidade interpretativa suficien

Não tem explicação

      Ando relendo algumas obras daquela linda da Clarice. A verdade é que, ainda que tenhamos ficado um período afastadas, sempre a considerei uma das mentes mais sagazes do Modernismo. Eu penso, penso e penso mais um pouco, e não vejo lógica em tanta inteligência junta numa criatura só. Qual o segredo da escrita dessa mulher, que não dominava direito a própria existência, fazendo desta uma incógnita para si mesma? Qual a origem daquela resignação disciplinada e que, divinamente, ela converteu em trechos literários embasbacantes? Não tem explicação, gente!        Vocês que são fãs sinceros da nossa ucraniana amada - e não meros visitantes do Pensador - devem sentir o mesmo que eu, ao lerem uma frase que seja, proveniente daquela alma atormentada. Devem engolir o choro, sentir o sangue estagnado e entender o cérebro como um felizardo, por receber tantas palavras dóceis e bem casadinhas, naquele pacto de vivência mútua entre a realidade que grita e o sonho que envolve.       Sinto ca

Detector de cilada

As coisas deveriam ser mais práticas, não acham? No âmbito amoroso, por exemplo. Não que eu sofra horrores por tal sentimento: hoje em dia, me encontro resignada, debochando de quem é romântico demais. Contudo, fico em estado de agonia eterna aqui, ao imaginar como tudo poderia ser mais simples, e não é. Em como a gente cria mil fantasias sobre situações remotas e em como projeta infinitas atribuições a seres que não sustentam nenhum dos sonhos que causaram em nós. Eu vou falar, tô sem saco para joguinho. Queria era um detector de cilada... botou pilha, ligou e pronto: fica lá na dele, fazendo o serviço quietinho, nos livrando de desilusões e não deixando que gastemos nosso precioso latim com qualquer um. Ninguém vai inventar isso? Cadê a galera da Engenharia para dar conta desse meu desejo - e de toda a torcida do Flamengo? No fundinho, a gente queria adivinhar qual o caminho exato do pote dourado, para se dedicar só a essa procura insana pela qual vale a pena viver. Mas isso não p