O povo acha que a gente começou a escrever ontem, né? Só a título de carteiraço literário desnecessário e escrotão: eu sou graduada no Liceu Clarice Lispector de Epifanias, tá? Também me especializei com louvor no Instituto Machado de Assis de Sarcasmo Aplicado e na Academia Inglesa de Sentimentos Obscuros Byronianos. Catarse aqui não é pouca coisa, percebam. É inegável que eu tenho influências. Muitas, incontáveis. Qualquer coisa me inspira. Adoro autores que conseguem extrair boniteza das misérias humanas... convenhamos, que misérias ambulantes nós, entregues às mais provincianas das sensações, aos mais privadíssimos traumas. Morro de peninha e de amores - aquela relação doentia de sempre. Gosto de ler me doendo, me remoendo, me gastando, me perdendo, me achando, mea culpa . É destrutivo, mas sempre me faz renascer. Eu sempre renasço, guarde aí. Ou quase isso. Então hoje, dia nacional do escritor, é dia também de me dar um afaguinho que seja, um abraço mais demorado. De mim para mi