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Mostrando postagens de maio, 2011

Verdinhas

        Vocês, certamente, as conhecem. Elas enchem os olhos. São charmosas e circulam na mão de gente tida como interessante, bonita, cool e de melhor caráter. Não adianta, as verdinhas têm poderes mágicos. Desde a minha infância, escutei que elas não eram assim tão importantes, que nunca substituiriam uma boa índole, um bom coração, um sentimento nobre. Porém, creio que fui, gentilmente, vítima de um equívoco. Gente, aqui vai um segredo que guardo, faz tempinho: a geral só pensa nelas. O mundo gira em torno da superfície lisinha e colorida delas e do pacote de bonificações que vem a tiracolo. Como pude ser tão ingênua? Não se assustem, logo tô voltando para Saturno.           Essas glamurosas estão no cerne de tudo. Tudinho. Se você estuda, por exemplo, é para tê-las. Não pense que é para agregar conhecimento a sua existência e bla bla bla. Balela. Você estuda horrores de textos e fórmulas para atraí-las. Como imã, sabe? Tenha uma coleção de diplomas e elas virão. Danem-se as refle

Dj da tristeza

        A fossa é um fato da vida, não? Não há como fugir daqueles momentos de embate interior - eles nos assaltam onde estivermos - e nem como sair inteiro, depois de tanta lágrima chorada. Desidrata-se. Não sei por vocês, mas quando eu tô nos meus momentos chorosos, querendo que a vida vá à puta que pariu , acabo cutucando mais ainda meu estado emocional em frangalhos. Começo a escutar aquelas músicas, cujas letras moem o coração. Aquelas que só eu sei como me tocam. Deprimo legal. Embora pareça pouco glorioso, sei que é necessário. Fechar os olhos para o que anda doendo me parece covarde e pouco produtivo.          Se é para ficar na deprê, que, ao menos, façamos isso com dignidade, escutando gente com sensibilidade aguçada e com algo a dizer. Não importa muito a origem do mimimi: amores, títulos de futebol ou celulares perdidos. Chora-se igual. O drama é inerente à vivência do ser humano, o que não significa, entretanto, que ele deva viver impregado em nós, sem deixar que a comédi

Boleto da depressão

        A faculdade apertou. A inspiração sumiu. A preguiça bateu. Os questionamentos tomaram o tempo. E outro período sabático deu as caras. Eu já havia avisado. Às vezes, eu sumo. Sou campeã de fazer dessas, sumir sem dar muita satisfação. Claro, o ônus desse "desleixo" sempre vem junto, aquele amargo de não estar presente, de deixar passar, porém sou sempre eu mesma, quando ajo assim. Consolo bom.          Enfim, eu poderia abordar tanta coisa aqui hoje.. falar do tanto que me vejo introspectiva em dias chuvosos e cinzas, de como essas metamorfoses diárias no pensamento me assustam, de como não consigo raciocinar - muito menos escrever uma crônica que preste - quando me vejo desesperadamente faminta - como é o caso no momento. Eu poderia falar de tanto... quantas idéias deixei perdidas naquela correria dos outros dias, soltas ao vento sem chance de materialização? Quantas epifanias passíveis de reflexão trouxeram sensações distintas, e não foram aproveitadas por mim - ocu

Filme de terror

(O texto a seguir foi, originalmente, escrito em 17 de junho de 2009. Embora o fato que o motivou esteja fora de evidência, acredito que valha a pena postá-lo. Segue urgente discutir a impunidade nesse país surreal.) É desoladora essa praga da impunidade. Não bastam mais leis, mais decretos, mais ditaduras, creio eu, nada faz com que o respeito ao coletivo volte a pautar as relações entre as pessoas. Assisti ao programa Profissão Repórter, ontem à noite, com um profundo pesar, pois o tema que orientou os jovens repórteres na elaboração das matérias foi o trágico acidente, provocado pelo, agora, ex-deputado Fernando Carli Filho – o inconseqüente abdicou do cargo ainda no hospital - e que teve como saldo a morte de dois jovens inocentes em Curitiba. Fiquei estarrecida, mas não com o fato em si, já que, infelizmente, trata-se de um acontecimento rotineiro em nosso cotidiano e com o qual, principalmente nós estudantes de jornalismo, devemos nos habituar. Mas, sim, com o estúpido