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Mostrando postagens de março, 2014

Vai uma hipotenusa aí, Bru?

E aí, seres pensantes, e essa vida? No último post, tivemos uma aulinha básica sobre o verbo ''haver''. Sei que é manezice da minha parte cagar regrinhas de Português, mas acontece que eu sou mané. Todo mané se importa. Se eu não fosse mané, vocês acham que eu teria uma úlcera a cada erro lido, e me prestaria a vir escrever esses mimimis com veemência e sofreguidão? Magina , inocente. É por isso que eu gosto até mesmo de me intitular mané - como na descrição sobre mim (favor direcionar suas retinas ao lado). Ah... e também porque eu gosto das coisas bem escritas. Todavia, quando recrimino pessoas que escrevem errado, faço referência àquelas que têm/tiveram condições de estudarem, que puderam ter acesso a bons livros e bibliotecas, e, mesmo assim, negligenciaram-se. Aquelas que aprendem trocentas línguas para impressionar sei lá quem, mas não sabem sequer pontuar uma frase. É a essas que a metralhadora cheia de mágoas se volta. Jamais teria a falta de tato de conde

FEIPRACARAI

AH NÃO Enquanto eu viver, eu vou encher o saco. Sério, vocês vão ter que aprender a escrever direito, vai ter que ser na marra, mas vai ter que ser. Fico muito possessa da vida com colegas de profissão errando coisas mínimas, bestas, que, sei lá, desde a quarta série as professoras vêm nos enfiando goela abaixo. Cês têm obrigação moral de escrever suas mensagens de forma polida, galera, cês estão formando opiniões!!!! (amo exagerar)   É feipracarai jornalista escrevendo errado, é desconcertante, é triste, é pau, é pedra, é o fim do Pasqualinho. Por que vocês negligenciam o Português? (cara de choro) Eu amo a Língua, ela é linda e cheia de peculiaridades. E não merece. Sei que nossos receptores acabam digerindo as notícias do mesmo jeito, mas cês  estão ligados, né? A cada desleixo, a credibilidade se vai um pouquinho. A cada desleixo, um bloquinho é esquecido em alguma coletiva de imprensa.     Tipo com o verbo ''haver''. (suspiro) NO SENTIDO D

Um casal problemático

Era um casal problemático. Talvez chato - para quem olhava de fora, sucumbindo à redoma de vidro onde os dois permaneciam presos. Ela, inconstante. Ele, prático demais. Ela amava ele, mas queria brincar de ser livre, numa liberdade de expressão que não apetecia ele. Ele, embora prático, amava ela de um jeito que a praticidade não conhece, com encantamento, com devoção, com medos escondidos. Os medos às vezes viravam brigas, mas eles não sabiam brigar, uma vez que não entendiam os protocolos da situação. Se brigarmos, não falamos mais um com o outro, é isso? Se brigarmos, retiro meus vinis do teu quarto? Logo, nunca brigavam, não no modo convencional - apenas batiam portas, exageravam nos goles, debochavam da previsibilidade um do outro. Ela, artista, pintava quadros. Ele, metódico, pintava na área para dizer que agora está tudo bem, até comprou ingressos para irem àquele concerto de rock de que falaram semana passada, topa? E eles sofriam, pois, apesar destas discrepâncias emocionai

Das coisas que eu lamento

Se tem uma coisa que me deixa desnorteada da vida, é gente burra. Mas pera lá, caro leitor, há diferenças no conceito - que, sim, admito, não é lá muito politicamente correto. Aliás, EU acho que há diferenças, pode ser que para você não haja. Burrice técnica, por exemplo, que eu considero inofensiva e, digamos, reversível, é algo fácil de contornar. Não dominar um instrumento, uma técnica, um computador Mac , um celular touch (euzinha advogando em causa própria)... ah, dá-se um jeito, são chatices cotidianas. E, no mais, é possível aprender, treinar o tato, ele adapta-se às necessidades na maioria das vezes. Agora, uma burrice de pensamento, minha gente.... essa é difícil. E é a que mais se dissemina, porque traz em seu cerne uma criação , uma vivência cultural, conceitos enraizados desde muito tempo atrás, ou seja, papais burrinhos e com mentes minúsculas serão naturalmente mentores intelectuais de criancinhas preconceituosas e burrinhas desde a tenra idade. É algo que vai passando

Em vez de rosa, um cactus

Não sei de onde surgiu a ideia - aparentemente incontestável - de que mulheres são loucas por flores. Deve ter sido mais uma invenção capitalista, certamente. (A propósito, se alguém tiver algum texto elucidativo explicando o porquê de relacionarem rosas, lírios, orquídeas, etc a nós, me indique, realmente tenho gana de saber.) Não tô falando que flores - rosas em especial - são desprezíveis, elas são, sim, cheirosas, embelezam ambientes, são agradáveis, ok. Agora, não me venham oferecer rosinha em Dia Internacional da Mulher, por favor, tenham um pingo de consciência das coisas . Mas que coisas, sua rabugenta que não aceita nenhuma florzinha? O dia 8 não é para ser comemorado, meus queridos, ele é um dia de militância, de reflexões, dia de ouvir, de aprender, de rever estatísticas - que nem sempre são positivas a nós. O mercado, este escroto pagando de ''gentil'', apenas se apropriou de uma data, cujo significado não tem nada de festivo. Para você que está chegando a

Sobre o dia 8 de março

É de uma dificuldade aterradora tentar mudar um discurso opressor internalizado em nós, entranhado em nossa vivência desde o dia em que nos conhecemos por gente. É como dar murros em pontas de facas. Sangra. Dói. Desgasta. ''Por que se incomodar em mudar?'' - dirão alguns. Oras, porque estamos vivos, e resignação é morte. Se o Darcy Ribeiro disse que há duas opções na vida e que uma delas é a resignação, digo que nunca deixarei de me indignar. Enquanto estiver viva, hei de me indignar. Eu nunca dei muita bola para o feminismo - como muitxs de vocês. Para ser mais franca ainda, eu achava que, sim, isso era coisa de gente sem mais o que fazer. Ora bolas, se a gente já pode votar e fazer faculdades e etc, o que essas minas ainda querem com isso? Tolinha essa Bruna... Só que, buscando alguns arquivos empoeirados pelo tempo - lá da aurora da minha infância - me dei conta de que ele nunca esteve tão forte em mim. Desde sempre. Como quando meu pai me buscava no colégio,

Sobre carnaval

Eu já fui uma foliona de marca maior. Nas matinês dos anos 90 só dava eu. Mas aí eu cresci, né? E comecei a achar tudo um grande exagero, uma coisa sem sentido. Se ao menos fosse sem sentido, mas com música boa... mas não, não é. São sempre os mesmos hits enjoados e com coreografias depreciativas. E então eu racionalizei e parei de ir, não me considero menos tupiniquim por isso. O que me enerva no carnaval - mais que a overdose de Asa de Águia e adjacentes - é essa necessidade pela loucura, como se ela fosse um instinto sazonal. Anjinhos, nós podemos ser livres e pegar geral depois da quarta-feira de cinzas também. Por que o moralismo velado no restante dos meses, se nos dias de folia é tudo liberado? Conheço casos de pessoas que terminaram namoros para aproveitar mais e melhor, porque, sabe como é, namorar é um fardo mesmo, ainda mais nestes quatro dias maravilhosos em que a lascívia corre solta. Hipócritinhas adoráveis. Não me apetece esta ambiência momesca, mas não por ser santa,

A voz de vós

eu já amava tua voz antes mesmo de ouvi-la e quando eu sonhava era tu que narrava minhas cenas a minha sina mas eu não te percebi eu não te vivia e então aconteceu eu escutei o que tua voz dizia ela emudeceu a minha sentei em teu colo e escutei de pertinho teu âmago teu coração batendo forte o meu, atônito os dois extasiados por tanta sorte e quando eu ouço agora tudo faz sentido essa rouquidão escondida que é pedido esse detalhe que é sorriso é preciso esse jeito de dizer que é jeito ímpar de encostar nas notas certas que é macio tocando nos ouvidos e ainda me aguça o resto dos sentidos isso tudo que me acalma é a tua alma Auxiliou no post: Colors - Amos Lee