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Mostrando postagens de maio, 2014

Procura-se chatice

''Jornalista é chato.'' ''Jornalista acaba ficando é com jornalista mesmo, porque só eles se aguentam.'' ''Jornalista não é chato. Chato é gentileza, eles são é insuportáveis.'' OLHA, EU VOU TER QUE CONCORDAR, HEIN? **ROLANDINHO NO CHÃO** Por isso, declaro aberta a temporada de caça aos corações de   jornal . Se você pensa que meu coração é de papel, vai tirando a sua pauta do   deadline , meu amô! Meu coração é de jornal. E corações sinceros de jornal me interessam, me interessam. Porque mala tem mais é que se juntar com mala, é da vida. Penso da chatice não se poder fugir muito. Este perfil interessa-se SOMENTE por chatos genuínos. Mas tem que ser chato, daquele em extinção mesmo. Seres  da espécie  Chatus Braziliensis Puxa-Sacus , burocráticos e perfeitos para as corporações, que enfrentam o exército de um   czar   pela empresa, por exemplo, nós, aqui do site, estamos dispensando com muita vontade. A chatice que procuramos 

Sobre as cotas, fome e páginas de merda

É impressão minha ou o país está querendo mudar? Sinto os ânimos à flor da pele. No meu perímetro, vejo muitas reações em virtude da extinção do vestibular da Universidade Federal de Santa Maria, que adotou o ENEM como exame único de seleção, além de ter decidido destinar 50% de suas vagas a cotistas - fato este que veio muitíssimo ao encontro do que sempre defendi. Pode chorar, caro leitor que virá com discurso de ''coitadismo''. Sim, está acontecendo. É um momento lindo para se estar vivo. Quem sabe, estejamos dando alguns passos rumo à indenização legítima de uma etnia que foi sempre marginalizada, não é mesmo? Agora, eles é quem vão sorrir. Eu sorrio também, estou feliz. Não, meu leitor cerebral e desconfiado, ninguém me pagou para escrever isso. Não tenho o telefone do Genoíno, nem do Lula, tampouco da Dilma. Não sou filiada ao PT, nem faço parte de uma horda de blogueiros buscando demonizar inconscientemente a população com um discurso vermelho inflamado, a fim d

Já vou lá ver se eu tô na esquina

Quem sabe eu esteja vivendo uma fase diferente aqui no blog. Há uns dois meses, venho observando meus textos e eles não têm me apetecido muito. Não tô dizendo que eu sou uma perfeccionista obcecada, não tenho pretensão de agradar ninguém aqui (aquele clássico para se atenuar diante do público, claro), mas alguma coisa anda me incomodando. E se a inspiração sumir? Se sumir, eu vou ter que parar. E se as palavras emudecerem? Se não conseguir organizá-las, eu vou ter que parar. Ainda que eu goste de passar um tempão aqui escrevendo para as paredes, não vou me sentir apta a continuar. Sem verdade, não vai rolar. Sem essa verdade que só eu vejo, da qual vocês não desconfiam, sabe... Só que aí, velho, vai ser uma lástima, porque, francamente, eu acredito muito neste blog, neste meu, er... ofício. Eu gosto de contar causos , uai. Eu gosto de trocar descaradamente o bah pelo uai , porque os mineiros são muito mais graciosos que nós. Tá, mas que eu amo Minas, vocês já sabem, falemos de coisa

Sobre a linguagem do coração partido do Nick

Ando encantadíssima por um filme que eu vi, há uns dias, pessoas. Fala sobre rejeição, amor bandido, superar um rosto, essas coisas que fazem sofrer. Creio, aliás, não se tratar de um blockbuster americano característico, pois nunca vi passar nos telecines da vida, entretanto, para mim, não deixou a desejar: Language of a Broken Heart (2011) é suficientemente existencial do jeitinho que eu gosto. E rende uns risos não óbvios - só porque o protagonista é um chato bem engraçadinho. Chamei o moço de chato, mas que nada, ele é um tipo que deveras me agrada: Nick é um escritor que foi traído pela namorada e por quem ainda é loucamente apaixonado. Ele transita entre um amor lírico juvenil e uma obsessão teimosa. Sua ex, por sua vez, deixou de amá-lo, porque sim, porque enjoou dos dramas inerentes a sua carne e pele - logo, foge dele. E como foge. Não sei se meu senso de humor é meio bizarro (claro que sim), mas o fato é que chega a ser engraçado o modo como o boy literato não aceita o

O sereio

''O Leonardo é o sereio  da seleção'', afirmou uma guria, em uma enquete que eu achei numa Capricho roída pelas traças, lá dos idos de 98. SEREIO Poucas coisas me deixam tão abobalhada quanto jornais e revistas velhos, e a verdade é que eu rio demais quando me deparo com algum - tipo, só eu entendo, nem se deem ao trabalho. Pois o fato é que na ocasião, o Léo foi uma unanimidade - uma dezena de adolescentes histéricas enumeraram os atributos físicos dele à publicação, elegendo-o muso da Copa da França - e foi aí que me veio à memória o moçoilo da lateral.  Peraí , eu conheço esse cara! Ele era bonitão meeeeeesmo. Choquei com o sereio. Aqui, o sereio fazendo o sério na sua passagem pelo Milan. Amei o cabelo.  Aqui, o sereio sensualizando no terno e gravata quando virou cartola no mesmo Milan. Amei o carão.  Aqui, o sereio num lance brilhante ou fazendo alguma cagada em campo. Façam suas apostas.  Aqui, fiquei com vontade de mo

Sobre arrancamento capilar, mudar de país e bananas

Eu sei que minha profissão não é grande coisa, assim, sabe, não é lá uma medicina para a qual vocês arriam as calças sem pestanejar, mas bagunça também não é. Pera lá, campeão. O jornalismo flutua num mar de ideologia e técnica quase mimético, sabemos. Falemos, hoje, de alguns desdobramentos infelizmente relacionados a ele, pois me encontro num momento sublime de arrancamento capilar. Sei que pode parecer fácil, sei que pode parecer risível, mas dá trabalho se intitular jornalista, viu? Se você acha que não, largue o microfone, pare de tirar fotos com jornalistas que pagam de celebridade e leia o que titia Bruna tem a dizer, calouro. Não tenho muita estrada na área, mas o mínimo para não ser uma trouxa eu domino, pode ter certeza. Vivemos uma era desgraçada em que boatos na internet são responsáveis pelo linchamento de inocentes à luz do dia. Era maldita de compartilhamentos infinitos de montagens toscas misturadas a textos de impacto sem contexto algum. Contexto! C O N T E X T O!

Duas pedrinhas de gelo derretendo no copo

Eu nunca tinha assistido ao filme ''500 Dias Com Ela'', uma vez que não simpatizava com o casal protagonista. Mas o destino, ele age. E, um dia desses, acabei vendo tudinho. Sabe, em meio àquelas sinopses hollywoodianas previsíveis para entreter casais, eu diria que o argumento do filme se sobressai à conhecida cantilena do ''nos batemos na rua, enrolamos mil dias, mas finalmente nos beijamos e ficamos juntos, pois os créditos já teimavam em subir''. Diria também que seguirá originalíssimo por alguns tempos, única e exclusivamente porque fala a verdade. Cretina verdade (essa mania de pensar como uma socióloga da Sorbonne tá me aniquilando aos poucos, mas penso estar tarde para reverter o processo). Só o fato de a história terminar mal para nosso protagonista, já é um indicativo de que ela vale mais a pena que uma, sei lá, daquelas clássicas com a Sandra Bullock. Nada contra Sandrinha, em absoluto, mas é que a gente vai cansando de comédias românticas,