Ok, confesso: por pouco não cursei Letras. Só não levei adiante a idéia, pois não possuo, realmente, a complacência característica das educadoras, além de cultivar a paixão pela Língua Portuguesa mais como um hobby doentio que como um possível meio de ganhar a vida. O fato é que eu, muito malandra, desde cedo tratei de me afeiçoar ao idioma materno e lhe devotar notas açucaradas no colégio, tudo isso para me livrar de uma possível rasteira sua no futuro. Sabem como é, não se pode tratá-lo com negligência - um dia a conta vem. (Mentira. Isso ficou bem didático e gracinha, mas nossa relação sempre foi cimentada por uma irresistível atração. Nada de decoreba, foi instinto puro). Entretanto, há uns cinco anos, notei que, de mera estudante obediente e temerosa, passei a ser uma verdadeira entusiasta de suas regrinhas e conexões estapafúrdias, de suas orações intercaladas, de suas pontuações, de suas conjugações, de sua capacidade fascinante de confundir mei