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Mostrando postagens de agosto, 2011

Metalinguagem agridoce

       Vou fazer algo diferente. Usarei a postagem de hoje para falar das minhas postagens - umas das minhas preferidas e tal, e que, de certa forma, foram relegadas por vocês, gracinhas! Eis um legítimo exemplo de metalinguagem agridoce.        Qual é o problema com vocês, velho? Já escrevi por aqui uns textos que amei e tal - cujos momentos foram de inspiração extrema, um luxo - mas que não ganharam nada, além do ostracismo eterno de vossos olhinhos. Sei que a geral lê o que quiser, quando quiser - e se quiser, claro. Mas, poxa, aí eu falo de um sonho tosco que tive com uma música do Trem da Alegria - até hoje muito incógnito para mim - e o post torna-se um dos mais visitados da história do Criatura Agridoce Corporation ? rs // Frankly, my dear, boiei. Devem ter sido os fãs dos pirralhos cantores, só pode.        Não me xinguem - caso não tenham notado, esse post é da galera, do bem, tô di zua - só estou mostrando meu espanto quanto a esse fato, que me pareceu muito peculiar. Já e

Pra ver se cola

         Vocês, certamente, já sonharam muitas coisas toscas e abismantes durante esses anos de sonecas aleatórias à tarde e noites de sono bem dormidas. Eu também. Todos nós temos um histórico ridículo de sonhos para divertir qualquer um. É cada uma, né, galera? Como somos criativos nos enredos, nos personagens, nos detalhes, nos efeitos especiais, no suspense, hein? No meu caso, as histórias renderiam, tranquilamente, um novelão mexicano daqueles. Acho até que tô perdendo de ganhar uns pilas ...           Pois, esses dias, estava vendo alguma porcaria na TV sobre grupos musicais infantis que fizeram sucesso na década de 80 e eis que fiquei - lógico! - com um refrão-infantil-chiclezão de um tal Trem da Alegria atucanando as idéias. Tá, confesso, achei "Pra ver se cola" bem engraçadinha e simpática. Um lovezinho, até me imaginei na escola, novamente - naquele clima de sedução entre crias que vão apontar os lápis, juntas, com o intuito de paquerarem numa nice . Mas sonhar co

A Legalidade e o Jango

         E não é que a chamada "Campanha da Legalidade" está completando 50 primaverinhas? Há alguns dias, Zero Hora e Correio do Povo têm feito matérias bonitinhas acerca do ocorrido - que garantiu a posse do nosso gracioso João Goulart, após "forças terríveis" terem feito Jânio Quadros abrir mão da presidência. Fico aqui pensando sobre esses acontecimentos que definiram os rumos da pátria, sabem? Nesse caso, não fixo os neurônios, necessariamente, à Operação Legalidade: Brizola contra-ataca , mas, sim, a todos os meandros que levaram ao fato... ao que poderia ter sido e não foi... ao que nunca se explicou... às aspas abertas pelo tempo, enfim. Não reparem, sou suspeita para falar disso: tenho paixão doentia por história, e não quero me curar. Sem falar que esse período brasileiro me instiga de um modo muito particular.          Já pararam para pensar que o Brasil poderia ser muito diferente do que é atualmente? (Devo ser a única criatura disposta a viajar na ma

Hamlet me entende

          Eu ainda tô naquela vibe filosófica do texto e suas intrincadas correlações. Por que escrevê-lo? Aonde tudo vai? Ele ganha vida própria no instante em que é publicado, e vocês entendem o que querem? É tão curioso como seu processo de materialização é secreto, não tendo testemunha alguma além de quem o faz. "Há mais coisas entre o ato da escrita e a tela do computador do que sonha a vã filosofia de vocês." (#HamletFeelings #90Facts). Não resisti.           No meu caso, são inúmeras as vivências tentando ter voz, ainda que, muitas vezes, fiquem mudas no melhor da polêmica. É simples: não é possível postar tudo fielmente com a crueza com que ocorre. Todavia, as entrelinhas estão aí, marcando presença, existindo um pouquinho em cada parágrafo percorrido. Misturando-se aos eufemismos bobos, às metáforas sem sentido, às hipérboles vaidosas, aos vícios de linguagem, a um corrosivo e agridoce jeito de ser... a uma particular e humana idiotice, enfim.            Penso que

Feliz ano novo

       Feliz ano novo para mim e para aquela genial da Martha Medeiros! - sim, adoro o fato de saber que, hoje, também é "ano novo" para uma das minhas escritoras preferidas. Que ela siga escrevendo com maestria, enchendo meus olhos com aqueles textos incríveis de sempre, e que eu siga disciplinada nessa indiada pelo mundo das palavras. Quero uns 10% do faro literário dessa mulher, tem como? rs         Pois é... sabadão gelado, sol petulante naquele joguinho clássico do "apareço e me escondo" - não fui brindada com um dia calorento, devo estar sendo uma menina má, só pode - e eu aqui meio que tentando curtir a data, afinal, tô aí, né... refleti, sonhei, desacreditei, sorri, chorei, tomei na cara , aprendi, regredi, amadureci, ganhei, perdi e, principalmente, sobrevivi. Um viva a essa imperfeita que vos fala e ao seu novo começo.         Bueno, para ilustrar o momento pieguinhas, deixo uma letra que eu amo de paixão e que fala um pouco de como somos eternos aprendi

Eu quero

O mistério escondido O momento perdido A culpa amadurecida A dor diminuída O beijo não dado O colo negado O tempo engatinhado O desencontro superado O vazio preenchido O sonho revivido A mágoa esquecida A vida menos bandida A palavra silenciada A confissão escancarada A palpitação desenfreada A semelhança declarada O sorriso seduzido O medo vencido A malícia subentendida A alma enternecida O olhar desviado O abraço apertado O gosto entranhado O pensamento adivinhado O zelo oferecido O ciúme engolido A tolice permitida A fantasia atrevida A lembrança anestesiada A loucura abençoada A química explicada A magia para sempre guardada

Ninguém sabe

          Ninguém sabe, mas eu já iniciei uns 3 textos diferentes pelo menos, aqui, e nada. Pensei em uns títulos ótimos, fodásticos, e nada. Inspiração mandou lembrança. O que ocorre? Um minuto, que vou averiguar. Talvez seja meu editor imaginário, barrando minhas pautas na maior cara dura . Qual é a dele?           Escrever é aquela espécie de tara. Ou você tem ou não tem - sei lá, me faltam argumentos plausíveis no momento, sejam bonzinhos. No meu caso, foi uma coisa que começou meio no susto e tal. Eu fazia umas redações bonitinhas e engajadas no colégio, abarrotava meus diários de escritas doces e panacas sobre garotos que ignoravam minha singela existência e quando vi, passei a considerar que estar nessa área seria um bom meio de ganhar a vida. Optar pelo Jornalismo foi o mais lógico para esse fim, naturalmente. Cheguei a flertar com o Direito, a Psicologia e a Moda - até Médica Pediatra eu quis ser AHEUHAEUAHE - mas o desejo de usar a "palavra" como matéria-prima de

Leozinho tem poder

           Eu sou patética. Irrecuperavelmente patética. Tanto, que, depois de um profundo exercício de monopólio do controle remoto (vulgarmente chamado como ato de zapear em frente à televisão), acabei assistindo ao Titanic, pela milionésima vez, em detrimento de tantos outros bons filmes - e para mim inéditos - que passavam simultaneamente. Me consola o fato de que, certamente, uma boa parcela de moças dispostas a chorar por Jack Dawson, novamente, também acabou prestigiando o filme do Sir James Cameron.             Sejam tolerantes, poxa! Existe alguém que consiga ficar indiferente à história, às roupas puídas do Léo DiCaprio, ao amor dele e da Kate Winslet, à magnitude da produção, à adrenalina de imaginar que aquele navio, de fato, afundou e que cerca de 1500 pessoas perderam suas vidas nas gélidas águas do Atlântico Norte? Não, né? Eu, pelo menos, assim que vi estar passando, me senti inclinada a largar o que estava fazendo para acompanhar. E foi o que fiz. É uma das grandes o

Serenar o coração

        "É preciso serenar o coração". Escutei tais palavras, dia desses, de uma pessoa - muito sábia, por sinal - e tive que rir. Não um riso debochado, mas de condescendência. Tipo "bacaninha você me dizer isso, mas comigo não rola, porque eu já nasci assim, meio surtada e querendo tudo para ontem". Quem diabos consegue serenar o coração nesse mundo de gente doida? O que, realmente, essa oração subordinada subjetiva engraçadinha, tirada de algum livro barato de autoajuda, quer dizer? Virem-se, preciso de respostas.          Esse verbo é um achado, é uma doçura, é um infinitivo digníssimo, mas não é para mim. Que mané serenar o coração o quê! Serenar o escambau, não sei fazer isso. Não sei brincar de ser serena. Ando sempre com o músculo cardíaco a 100Km/h, numa velocidade assassina e necessária. É aquela velha assertiva: "ruim com, pior sem". Já saquei. Tenho que conviver com essa (in)serenidade. Coração sereno in memorian . Nunca existiu no meu script

Sobre "Maluca Paixão"

A história, realmente, não contraria as críticas: não é lá grande coisa. É incomum e desastrosa. Mas, ainda assim, "Maluca Paixão" me acertou em cheio com sua proposta inovadora - ao menos no campo das comédias românticas onde tudo já é muito conhecido e previsível. Talvez eu leve uns tomates na cabeça por defender um filme que foi alvo de todos os esculachos possíveis quando estreou, mas o fato é que nunca prometi ser original por essas bandas. Ele é ruim, mas é daqueles que ensinam, entendem? É tudo muito desconexo, sim. Não há lógica nenhuma. Bradley Cooper, todavia, sabe ser charmoso como o cinegrafista Steve, objeto de cobiça da protagonista Mary Horowitz - personagem de Sandra Bullock - que, ainda que pareça carregar consigo toda a patetice existente no planeta, vejam só, é dona de uma incrível personalidade e de um coração que ousa sonhar. Embora o roteiro sofra de uma irreversível falta de lucidez, gostei de tudo. Tudinho. Da trilha, então, nem falemos. Não consigo

A retardada

          Era um daqueles trajetos clássicos à universidade para aprender. O ano era 2009, a van, como de costume, estava lotada, e o tédio - comum àqueles dias que parecem sempre iguais - era soberano. Bom, havia alguém que insistia em não calar a boca. Era a Bruna. Seus monólogos variavam bastante -escorregavam entre a suspensão da obrigatoriedade do diploma de jornalista, a implicância patológica de uma teacher com seus sapatos até declarações de tara irracional pelo Bento Ribeiro. Enfim, lá pelas tantas, seus devaneios ganhavam audiência. - Ai, Bruna, tu é tão fora-da-casa ... tão retardada. Tu devia fazer um filme, sei lá, uma comédia romântica, dessas bem bestas! - sentenciou uma colega de coletivo da matraca. - Ai, juuuuuura? Jura que eu sou retard.. DIGO, que eu seria capaz de um roteiro vagabundo desses? - indagou, surpresa e xingada. Quem se importa com rótulos, quando se tem uma história para filmar, não é, minha gente?

O "incronicável"

          É madrugada em mim, os pensamentos estão a mil, o café esfriou ao lado do mp4 e o sol parece soletrar meu nome para admirá-lo lá fora. Mas acontece que eu estou aqui, presa em um looping eterno de Jéssica Rose , dos Cascavelletes - aliás, alguém poderia explicar esses momentos em que o cérebro gruda em determinada música e faz a gente repeti-la 1928127 vezes? Não, né. Ok, prossigamos. Mentira, não vou prosseguir. Vou é dar voltas, voltas e voltas e não vou contar nada. Cheguei à conclusão de que eu quero "cronicar" o "incronicável". Sorte a de vocês.           Tenho mais conclusões, no entanto, e essas são fresquinhas dos últimos tempos da última semana (#TitãsFeelings). Quer dizer, nem sei se são conclusões, então vou chamá-las de impressões recentes. Whatever, esse post implora para não ser levado a sério, tadinho. O fato é que eu, mina agridocinha, ando com a leve sensação de estar perdendo algo pelo caminho. Não sei, é tudo muito estranho, muito ac

Solitude

          Faça o que fizer, diga o que disser, ame quem amar, uma coisa é certa como dois e dois são quatro: você está sozinho nessa vida. Irremediavelmente, sozinho. Sozinho, só você e você. Você e seus pensamentos; Você e seus princípios; Você e suas memórias; Você e seu pé atrás; Você e seu quebra-cabeça; Você e seu jogo dos 7 erros; Você e seus livros; Você e seus ídolos; Você e sua verborragia medrosa; Só você entende.           É muita pretensão da sua parte querer que os outros partilhem do que diz respeito só a você - essa solidão intrínseca que simplesmente acontece e chega sem pedir licença. Está latente em você. Em mim. Em todos nós. Isso é libertador, mas também amedronta. Cega. Enlouquece. É você pedindo ajuda a si mesmo e lutando contra você próprio, em uma competição silenciosa para ver qual metade desiste primeiro. Você pensa que é o único, mas pertence a um enorme time de solitários e péssimos jogadores. Você sabe que é assim. Eu também sei.

Ô, baiano!

          E não é que aquele sonífero televisivo chamado "Insensato Coração" me serviu para alguma coisa? Estava eu aqui fazendo não sei o que, até me deparar com a trilha sonora da tal novela das 9 - e caralho !! Que música é essa cantada pelo Caetano Veloso? Gente, o coraçãozinho não anda lá essas coisas, e aí se depara com uma canção desse calibre? Perda total! A composição nem é dele - trata-se de uma regravação de Gilberto Gil - mas, para mim, caiu como uma luva em sua voz. (Existe algo que não caia bem naquela voz? Eis a questão...) Sem falar na companhia do violãozinho esperto e despretensioso. Salve!           Bom, fui dar uma olhada em algumas coisas a respeito dele e acabei descobrindo, assim do nada, que hoje esse baiano déééélícia está de aníver! Fiquei rindo sozinha com a coincidência, achei o máximo. Então, aqui vai um parabéns bem querido para o filho da Dona Canô e pelo talento presente em 69 anos de estrada! Ah, cara, vou rasgar seda. Eu adoro o Caê, tenho s

Sobre "Pequena Miss Sunshine"

"Atordoada" não é uma palavra que caiba muito aqui, porém creio que ilustre bem o modo como me senti, hoje, após assistir “Pequena Miss Sunshine” – sim, o atraso é enorme e imperdoável. Referido filme está impregnado de humanidade e, embora carente de minha atenção por tanto tempo, demonstrou-me que segue incrivelmente fresco em seu propósito. Já vi bons filmes nessa vida, mas nunca me deparei com tanta verossimilhança em uma história tão improvável. Poderia ficar discorrendo sobre aspectos técnicos – dos quais, aliás, ainda sou mera aprendiz – e fazer uma legítima resenha, mas não é meu objetivo por ora. Vou é tentar abstrair o encanto que a saga de Olive e seus parentes rumo à Califórnia provocou na criatura agridoce que vos escreve. Mas farei isso sem as coerções exigidas pelas críticas cinematográficas, então, tentemos. Dizer que o longa fala de um clã desestruturado que embarca em uma viagem que mudará para sempre o rumo de seus membros soa, no mínimo, simplista. Aind

Declaração

         Te quero como nunca pensei que fosse querer. De um jeito que só eu sei, de um jeito que me faz ficar fora do eixo. Depois de tanto tempo sem te ver, sem te sentir, nem sei do que seria capaz, se houvesse um reencontro. Talvez eu saísse gritando como te amo, como me sinto ligada a teus caprichos únicos e instigantes. Mas chego à conclusão de que não diria nada, apenas me embeveceria com tua presença lânguida que me encanta mais e mais, sem cessar.          Mesmo naqueles dias difíceis, em que eu te maldizia, esbravejando como eras insuportável e imprevisível, te adorava como nunca. Sempre fui tua - não do outro. Sofria um pouco com teus exageros, é bem verdade, mas só tinha olhos para ti - não sei como ainda duvidavas da minha fidelidade. Tinhas a manha para lidar comigo, me dominar, me deixar maluca de paixão. E bem sabes que vivo te exaltando, falando do quanto és incrível, do quanto me fascinas pelo simples fato de existir. Na verdade, tu não vales nada, mas confesso que an

Old habits die hard

Olhava, só olhava - procurava apreender o que nunca havia despertado seu desatino de viver. No entanto, pouco enxergava. Não via familiaridade nas conversas, nos rostos, nos sorrisos - insossos flashes de entusiasmo, levados pelas circunstâncias. Onde estaria o motivo de tanto desencontro? Em alguma gaveta do esquecimento, certamente. Abri-la tornou-se trabalhoso, talvez nem existisse mais chave. Quem sabe... Foi um minuto de distração e tudo foi perdido, virou rotina. Acostumou-se a olhares sem brilho, perguntas protocolares, falsos interesses, socializações por conveniência, guerras frias e mornidão nas ações. Ainda que isso incomodasse, era previsível. Todos eram estranhos e nunca deixariam de ser. Queria chorar, mas não havia sinceridade. Queria gritar como tudo era banal, mas faltava verdade. Sobrava leviandade. Se pudesse colocar cada evidência em seu lugar e reescrever cada dia vivido pela metade, possivelmente, o faria. Contudo, uma certeza: nunca pertencera àquele lugar.

Obrigada, gracinhas virtuais!

       Bueno, quando comecei a fazer as postagens, nunca imaginei que vocês leriam com tanta assiduidade. Eu sempre quis ter um blog, mas, seguidamente, esbarrava na insegurança de talvez não dar certo e bla bla bla. O fato é que estou aqui já com essa embromação, há quase 8 meses (logo, vou parir. rs), e pude perceber que vocês estão lendo pra caralho !        Não se trata de ser reconhecida na rua, ganhar milhões com publicidade ou ser citada em rodas de conversa - estou longe disso, caríssimos. Bem longe AHEUHAEUAHEUAHEUAHUE - mas também não posso ignorar o feedback que tenho recebido, seja através de palavras diretamente a mim, via messenger , ou pelos comentários anônimos nos posts. Estou cada vez mais animada com essa história de ser blogueira, tem sido muito satisfatório. Sem falar que até agora não recebi nenhum xingamento! Muito amor!        Enfim, era isso. Essas palavras são para expressar o meu agradecimento a cada um que "perde" um pouquinho de seus minutos di