Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de abril, 2012

Essa é para ti, Joaquim José!

De todos os caras tidos como herois pela nação - e que tive que estudar no colégio - Joaquim José da Silva Xavier foi o que mais me cativou, desde sempre. Nunca soube explicar a admiração que nutro pelo Joca . Não sei se foi em virtude de sua mineirice (amo esse povo, uai!), de sua audácia de ter peitado a Coroa em uma época tão sanguinária quanto a do Ciclo do Ouro, ou de sua alcunha tão simpática – Joaquim, como é sabido da massa , era conhecido por ''Tiradentes'', pois ganhava a vida extraindo dentições do povo carente da bela São João Del Rey e imediações. Enquanto me perdia viajando pela Inconfidência Mineira, pela Conjuração Baiana, pela Revolução Farroupilha, entre outras, a imagem do Seu Joaquim José e sua saga polêmica em Minas viveu corroendo meu discernimento estudantil. Qual era a dele? Pagou pela revolta toda unicamente pelo fato de ser um Zé Ninguém? Seu fim melancólico poderia ser considerado cenário para esse presente medíocre que vivemos, no qual

3 coisas que aprendi no banho passado

         Vocês sabem, né? Estar vivo é, digamos, metáfora de aprendizado. Aprende-se. Erra-se. Convence-se. Erra-se outra vez. Às vezes, nunca se aprende. O risco é grande, claro, mas, ainda assim, vale a pena. No fundinho, sempre fica uma lição meio torta, um conselho meio capenga cansado de ser citado, e pouco seguido, uma experiência que arranca algum sorriso bobo na face por onde já escorreram tantas lágrimas. Sempre ficam resquícios, marcas, cicatrizes... que remédio! Pior é sentar na cadeira, esperando alguém chamar para dançar. Na dúvida, o negócio é dançar sozinho. No escuro, na frente do espelho pelado ou na festa pavorosa onde só os fracassados ficaram. Ninguém vai fazer isso por nós, não custa lembrar.            Não se trata de autoajuda barata, meus caros, mas, sim, de um tutorial honesto para tentar ver paisagens rosas em paredes que insistem em aparecer cinzas, feias, sem vida. Acompanhem três constatações que me visitaram, enquanto eu tomava banho, na última noite.

Da série: diálogos agridoces

VOCÊ ME FAZ SONHAR - Desde que te conheci, voltei a sonhar... - Ah, minha linda... - É sério, assim que chego em casa, depois de te ver, caio na cama e sonho, sonho... - E eu te amo cada vez mais... - E eu te amo mais ainda, só você me fez sonhar, finalmente, poxa!! Eu andava sofrendo de insônia, há 4 semanas, mas graças a você, tenho dormido como um bebê. Tédio, sabe? Tédio me faz dormir.

Quem tem medo da "filosofada"?

          Acho uma graça quando flagro estudantes de curso superior - tidos como a parcela pensante da sociedade - bradarem que "sociologia e não sei mais o quê" é conversa para boi dormir . Ou que as filosofias e suas derivadas são matérias inúteis, cujos períodos merecem ser matados com prazer. Lindo de ver! Nesses momentos, sou deveras inundada por um orgulho tupiniquim indescritível: dá gosto fazer parte de uma geração assim, hein? Sigam sendo essa expressão de intelectualidade que enche os olhos. Parabéns!            O fato é que na academia somos instintivamente impelidos a devorar conhecimentos práticos e ficar a par dos meandros de atuação que escolhemos - aqui entram jargões da profissão, relações de poder, entre outros. Bucamos efetivamente ter noção da "massa de manobra" de que faremos parte no futuro e suas correlações com outras áreas do conhecimento. Ok, é natural, no fundo, sabemos que só o trabalho intere$$a e só através dele teremos valor perante à

Os desertores

        "Lute pelo que você quer". Tá aí um imperativo que sempre me intrigou. Ele e suas variantes, claro: "lute pelos seus sonhos", "lute pelos seus objetivos", "lute por aquele cretino que você acha que é o amor da sua vida". Em se tratando do amor da vida, que, carinhosamente, chamaremos de cretino, o intrigômetro  explode em mil pedacinhos e me presenteia com uma bela e penetrante dor de cabeça. Lutar é subjetivo demais, não acham? Luta-se com armas ou flores? Com palavras ou atitudes? Lutar me parece tarefa indigesta, pois remete ao sentido de guerra, e nem sempre tenho certeza de que meu contingente emocional vai dar conta do serviço.          Quando eu era mais nova, ficava viajando na maionese sobre o tema. Uma infância povoada por filmezinhos de romance e leituras água-com-açúcar fez isso comigo. Em meio aos clássicos "felizes para sempre" e "era uma vez", a metáfora do "lute" sempre se sobressaiu dentro d

Sobre felicidades insuspeitas

Olá, pessoas!               Quem costuma me fazer umas visitinhas anônimas e gentis, deve ter visto que me ausentei nos últimos dias. Não por falta de inspiração, claro - vivo no mundo da lua imaginando causos para brindá-los. Ando é sem tempo, tecnologia e um tantinho de saco. Não sei o que ocorre, meus queridos, talvez o divórcio seja iminente. Ou não também, quem sabe eu tente uma reconciliação... aguardem os próximos capítulos agridoces. Só não mudem de canal tão cedo.         Por ora, venho falar de uma banalidade. Aquela velha banalidade que vive no escuro, mas carrega aura de felicidade. De repente, algo muda, ligam a luz e TCHARAM, lá se foi ela, a tal banalidade, que sempre foi renegada. Ou que nunca foi percebida, sei lá. No fundo, somos uns baita mal-agradecidos, reclamando de barriga cheia, praguejando o marasmo de cada domingo, quando, na verdade, nada está tão ruim quanto parece. Sabem aqueles momentos em família, de muita risada e alguns sermões? Sabem aqueles dias