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Mostrando postagens de setembro, 2013

Sobre ignorar, ficar quieta e cuecas

Pegando um gancho na postagem em que confessei não saber bulhufas sobre o que ocorre na Síria, vamos analisar a palavra ignorante . Sim, eu sou ignorante quanto aos causos de lá, só sei meio por cima que há um ditador - óbvio - que oprimiu por trocentos anos uma galera, e era isso. Não quis ler mais nada, ando f a r t a, >> farta <<, fArTa destas mesmas coisas de sempre. Ou seja, eu sou ignorante, uma vez que ignoro. Ignorar não é crime, não sei o porquê de tanto pavor em relação à palavra. No fundinho, ignorante é tipo aqueles vocábulos que já incorporaram a sua semântica um estigma pejorativo indestrutível. Ignorante é xingamento. Mas o fato é que a gente ignora, eu ignoro, tu ignoras, nós vivemos ignorando. Na verdade, eu acho uma delícia ignorar, tenho pra mim que é um estímulo a seguir melhorando como pessoa, lendo, sei lá, passando por cima dos meus preconceitos. Não me apavora a ideia de ignorar, mas sim a de sair despejando palavras sobre o que eu desconheço. Ah,

Lagriminha

Ele tem aquele jeito que faz cair lagriminha de quem olha, mas nem nota isso, porque é muito ocupado. E é um jeito tão dele, que é impossível não querer ter perto, não querer encostar. É um jeito tão curiosamente comum, que instiga. Tão estranhamente bonito, que afasta. Tão urgente, que paralisa. Tão anônimo, que sensibiliza. E sensibilizar é o que menos quer, na verdade, ele só fica ali existindo na dele, incógnito, e nessa distração é que acaba sendo percebido. Rompendo com o horizonte de expectativa dos olhos que querem encostar. Das mãos que querem dizer. Auxiliou no post: No cimento - Érika Machado

Eu não li nada sobre aquele negócio lá na Síria

Vocês querem conhecer a história do Vítor e da Lorena, eu sei. Eu também quero contar, mas vou fazer isso em doses bem homeopáticas. Ou vocês morrem de tédio com a falta de continuidade da trama ou ardem de curiosidade, vou correr o risco. Porém, na postagem de hoje, não tem nenhum dos dois. Na verdade, eu ando meio sei lá com essa vida, sabem? E vim despejar coisas. Nem sei onde li, mas sei que li por aí que nós, consumidores e receptores, andamos produzindo um absurdo de conteúdo inútil na internet - inclua, por obséquio, meu bloguinho na jogada. Aonde vai o monte de abobrinha que a gente escreve, pessoas? Já pararam pra pensar a respeito? É muito fácil interagir hoje em dia, né? A gente fica se sentindo assim meio superespecial, apto a falar de qualquer coisa, a produzir conteúdo. Conteúdo a um click de ser gerado, é a era da instantaneidade (fiquei meia hora raciocinando pra escrever instantani? cuma mesmo?). Ninguém escreve cartas pro Domingo Legal mais. A gente senta o pau n

Lorena ainda não sabe lidar com a corrente elétrica – Capítulo 1

Ela dizia que não se importava mais, Lorena, a cética. Mas no momento em que o reviu naquela fatídica tarde de verão, indo para o trabalho, sentiu aquela maldita corrente elétrica percorrendo todo seu corpo de novo. A corrente elétrica era a conhecida paralisia incompreensível, que fazia com que todos os ossos fossem tomados por uma energia arrebatadora - e com a qual ainda não sabia lidar de modo racional, por não ter conseguido subtrair aquele rosto da memória. E era isso o que mais doía – mais que sentir o estômago retorcido, os olhos começando a lacrimejar timidamente, o coração atordoado dentro do tronco, como se pudesse ser ouvido a quilômetros de distância dali. E para ela, seus batimentos cardíacos eram ouvidos por todos, em uníssono, como se fossem a pior sinfonia de acompanhar. Tanto que, quando se cruzaram na Avenida Morrinhos , na mesma tentativa de alcançar a calçada, ela não soube o que dizer, ela engasgou nas palavras, ela emudeceu e ficou ali, olhando pro chão, pro nad

Deu merda

Olá, pessoas legais que leem meu bloguinho! Pela primeira vez, em quase 3 anos escrevendo, eu ando sem tempo para atualizá-lo. Santa ironia, Batman! Logo eu, que sempre procrastinei everything, a fim de abastecer meu filhote de coisas legais e tal, não tenho arrumado horas no dia pra lhe dispensar atenção. Mimimi. Ou seja, as visitas desta que vos escreve neste setembro – ou neste semestre, não sei - possivelmente serão mais esparsas. Tudo porque eu resolvi não procrastinar outras coisas por aí. Percebam a mudança: eu sempre fui uma procrastinadora de marca maior. Eu até já documentei isso, tomada por um acesso de fúria indescritível, (cata os arquivos de fevereiro do ano passado aí, ô, preguiçoso), porque, realmente, hein, Bruna, ajeitar a versão final da monografia cinco dias antes do prazo final para entregá-la à universidade não é lá uma jogada muito promissora, né não???? É claro que ia dar merda. Ia dar e deu. Deu uma merda abissal. Uma merda antológica. E lá fui escreve