Tenho feito um severo exercício de autocrítica nos últimos tempos - exercício esse que, somado a um problema pessoal bem pontual, me deixou sem tesão algum de escrever. Mas voltei para uma transadinha rápida e certeira. Um mea culpa inspirado nos velhos tempos - desta vez sem o deboche costumeiro. Realmente quero me retratar.
Há alguns meses, quando escrevi, estupefata de indignações diversas, sobre youtubers, eu nunca estive tão certa do que escrevia. Sigo achando que o Youtube amplificou a voz dos imbecis e vem cooptando principalmente crianças a uma sintomática era da baboseira - entre trolladas épicas envolvendo mães e banheiras cheias de nutella, criou-se um nicho bizarro cujo terreno é a falta de discernimento infantil infelizmente. Só que foi aí que residiu meu erro: reduzir a plataforma a um lamaçal de creme de avelã - e nada mais. Não me ative ao fato de que ali coexistem muitos canais interessantíssimos sobre os mais diferentes ramos do conhecimento humano, inclusive fazendo jornalismo, esse ingrato com quem vivo dias de paixão e ódio.
Não escondo que a minha ortodoxia midiática me cega e me faz perder grandes maturações acerca do ato de informar. Talvez seja um dilema inerente aos jornalistas mais românticos, que, na ânsia ingênua de protegerem seu já frágil conhecimento, param no tempo e não veem que as tendências - sejam elas quais forem - moldam o mercado da informação. No entanto, vislumbro uma pista para o meu desdém: a quantidade de pessoas confundindo as coisas e tomando meras opiniões desconexas (a maravilha de possuir um dispositivo eficiente de filmagem e ter o mínimo de oratória mimetiza legítimos tapados, não?) como verdades cabais me apavora, porque isso vai gerando uma bolha de burrice praticamente impenetrável. Todavia, não quer dizer que não haja canais muito bons por aí difundindo conhecimento, fazendo humor, ensinando tutoriais de maquiagens e de como viver, levantando reflexões, e isso é extremamente interessante - ainda mais se levarmos em conta, a título de comparação, que quem acessa determinado canal realmente quer consumi-lo naquele momento, diferentemente da televisão que muitas vezes está ligada sem, de fato, estar sendo assistida.
Só não me peçam para achar aceitável adultos falando bobagem, xingando por xingar, e disseminando notícias falsas, adolescentes tardios besuntados em comidas diversas e enlouquecendo crianças com truques manjados de consumo em uma época em que se discute repetidamente o limite da publicidade infantil - além das próprias crianças ficando milionárias - única e exclusivamente - por desempacotarem presentes para o deleite de sua audiência questionável. Aí acho que já excedemos a linha do bom senso naquela pequena terra aparentemente ainda sem lei. Em suma, há flores no lodo, mas é preciso saber procurar.
Não escondo que a minha ortodoxia midiática me cega e me faz perder grandes maturações acerca do ato de informar. Talvez seja um dilema inerente aos jornalistas mais românticos, que, na ânsia ingênua de protegerem seu já frágil conhecimento, param no tempo e não veem que as tendências - sejam elas quais forem - moldam o mercado da informação. No entanto, vislumbro uma pista para o meu desdém: a quantidade de pessoas confundindo as coisas e tomando meras opiniões desconexas (a maravilha de possuir um dispositivo eficiente de filmagem e ter o mínimo de oratória mimetiza legítimos tapados, não?) como verdades cabais me apavora, porque isso vai gerando uma bolha de burrice praticamente impenetrável. Todavia, não quer dizer que não haja canais muito bons por aí difundindo conhecimento, fazendo humor, ensinando tutoriais de maquiagens e de como viver, levantando reflexões, e isso é extremamente interessante - ainda mais se levarmos em conta, a título de comparação, que quem acessa determinado canal realmente quer consumi-lo naquele momento, diferentemente da televisão que muitas vezes está ligada sem, de fato, estar sendo assistida.
Só não me peçam para achar aceitável adultos falando bobagem, xingando por xingar, e disseminando notícias falsas, adolescentes tardios besuntados em comidas diversas e enlouquecendo crianças com truques manjados de consumo em uma época em que se discute repetidamente o limite da publicidade infantil - além das próprias crianças ficando milionárias - única e exclusivamente - por desempacotarem presentes para o deleite de sua audiência questionável. Aí acho que já excedemos a linha do bom senso naquela pequena terra aparentemente ainda sem lei. Em suma, há flores no lodo, mas é preciso saber procurar.
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