Sim, O Poderoso Chefão completou 45 anos agora em março, e eu estou enrolando há um mês esse texto, logo, falemos de uma vez dos Corleones - até porque, vocês sabem, presente bloguinho ama um clichê cinematográfico. Devo confessar que não simpatizava com os mafiosos de Nova York quando mais nova, achava-os qualquer coisa menos lendários, só que aí - só que aí!!! - me caiu às mãos o livro do Mario Puzo, irmãozinho... e eu não estava preparada. A história é machista, feita por homens e basicamente para homens? Uhum. Mas, como sou uma familióide sentimental gravíssima, há tempos diagnosticada, acabei achando uma brecha para uma paixão arrebatadora. Don't ever take sides against the family again, seu fiadaputa!
Devorei as famigeradas páginas após ter visto a trilogia, por isso foi meio impossível não associar Vito Corleone a Marlon Brando, Michael Corleone a Al pacino, Kay Adams a Diane Keaton, Tom Hagen a Robert Duvall (brilhante, por sinal!), e por aí vai. Os mais puristas talvez considerem isso uma blasfêmia, mas o fato é que enriqueceu o folhear de páginas - o que uma trilha sonora de gênio não faz também, né? Aquela valsinha do Nino Rota sabe moer os pobres corações sicilianos. Soube moer o meu, lia e chorava, coisa linda.
É possível que eu tenha um passado policialesco sombrio, porque o fato é que aquela trama de cabulosidades me prendeu do início ao fim, me fazendo realmente tomar partido daquele lodo mafioso amparado por sangue quente e amor paterno além das consequências. São fabulosas, por exemplo, as tramas psicológicas dos personagens que tinham tudo para serem secundários mas revelam-se determinantes, como Michael, o filho militar que considerava odiosas as práticas do pai e inicia o filme de maneira ponderada e alheia - quase adolescente -, e acaba por ser sua cópia fiel, talvez até pior. As circunstâncias levaram-no a isso? Michael era, de fato, um assassino cruel apenas não iniciado no jogo? Se Sonny não tivesse virado queijo suíço em Long Beach, o caçula teria tido o destino que teve? Terá sido a cena inicial em que o padrinho afaga aquele gatinho tigrado lheeendo o que me fez simpatizar de vez com com suas bochechas de buldogue? São questões, meus caros, são questões...
Penso ser muito convincente também o próprio Marlon Brando como o patriarca da famiglia, em uma atuação tão lacônica que se tornou icônica - rimamos sem querer. Fala sério, até coçando o queixo a criatura tem mais presença de espírito que muito ator por aí! A dor do pai em ver, de mãos atadas, o caminho tortuoso por que o filho predileto está indo, é algo que me pareceu bem construído idem. Do gostosão Stanley Kowalski a um paizão de índole duvidosa cheio de remorsos e fantasmas. Well done, Brando.
No geral, a saga deste clã horroroso e digno de pena é algo que sempre estou disposta a rever, porque é fascinante. Não é como se eu assistisse à coisa repetidas vezes só por causa da carinha sexy e fratricida de Alfredo James Pacino, todo engomadinho e de suspensório ao melhor estilo gângster, parecendo que tira minha roupa só de olhar e reacendendo meu lado stripper-fora-da-lei Bonnie & Clide, sabe? Nem um pouco. Eu, mezzo colérica estilo Santino Corleone, mezzo calculista e dissimulada estilo Connie Corleone, digo a todos eles que fiquem, fiquem muito em nossas vidas. E não se esqueçam dos cannolis, por obséquio.
Devorei as famigeradas páginas após ter visto a trilogia, por isso foi meio impossível não associar Vito Corleone a Marlon Brando, Michael Corleone a Al pacino, Kay Adams a Diane Keaton, Tom Hagen a Robert Duvall (brilhante, por sinal!), e por aí vai. Os mais puristas talvez considerem isso uma blasfêmia, mas o fato é que enriqueceu o folhear de páginas - o que uma trilha sonora de gênio não faz também, né? Aquela valsinha do Nino Rota sabe moer os pobres corações sicilianos. Soube moer o meu, lia e chorava, coisa linda.
É possível que eu tenha um passado policialesco sombrio, porque o fato é que aquela trama de cabulosidades me prendeu do início ao fim, me fazendo realmente tomar partido daquele lodo mafioso amparado por sangue quente e amor paterno além das consequências. São fabulosas, por exemplo, as tramas psicológicas dos personagens que tinham tudo para serem secundários mas revelam-se determinantes, como Michael, o filho militar que considerava odiosas as práticas do pai e inicia o filme de maneira ponderada e alheia - quase adolescente -, e acaba por ser sua cópia fiel, talvez até pior. As circunstâncias levaram-no a isso? Michael era, de fato, um assassino cruel apenas não iniciado no jogo? Se Sonny não tivesse virado queijo suíço em Long Beach, o caçula teria tido o destino que teve? Terá sido a cena inicial em que o padrinho afaga aquele gatinho tigrado lheeendo o que me fez simpatizar de vez com com suas bochechas de buldogue? São questões, meus caros, são questões...
Penso ser muito convincente também o próprio Marlon Brando como o patriarca da famiglia, em uma atuação tão lacônica que se tornou icônica - rimamos sem querer. Fala sério, até coçando o queixo a criatura tem mais presença de espírito que muito ator por aí! A dor do pai em ver, de mãos atadas, o caminho tortuoso por que o filho predileto está indo, é algo que me pareceu bem construído idem. Do gostosão Stanley Kowalski a um paizão de índole duvidosa cheio de remorsos e fantasmas. Well done, Brando.
No geral, a saga deste clã horroroso e digno de pena é algo que sempre estou disposta a rever, porque é fascinante. Não é como se eu assistisse à coisa repetidas vezes só por causa da carinha sexy e fratricida de Alfredo James Pacino, todo engomadinho e de suspensório ao melhor estilo gângster, parecendo que tira minha roupa só de olhar e reacendendo meu lado stripper-fora-da-lei Bonnie & Clide, sabe? Nem um pouco. Eu, mezzo colérica estilo Santino Corleone, mezzo calculista e dissimulada estilo Connie Corleone, digo a todos eles que fiquem, fiquem muito em nossas vidas. E não se esqueçam dos cannolis, por obséquio.
Comentários