Saquem o conto açucarado do qual tomei conhecimento hoje - na verdade, sei dele há uns meses mas somente hoje fui atingida pela epifania. Epifania louca que caiu como uma bigorna na minha cabeça - epifania boa é assim, rasgando convicções. Que história! Digna de passar em algum programa de auditório no domingo e tudo - não por ser ridícula e sensacionalista, mas por ser verdadeiramente linda e comovente. Não que programas de auditório no domingo não sejam ridículos e sensacionalistas, vocês me entenderam. Enfim, vamos aos fatos.
É sobre um casal, claro, awnnnnnn. Ela, gaúcha, meia idade, filhos criados, várias desilusões pelo caminho. Ele, um italiano que vivia na Suíça (e muitas coisas trazia de lá, zoei), e todo o resto também pois o roteiro costuma se repetir com todos os mortais que já têm algumas bagagens na vida - boas e ruins. Entre eles, impensáveis quilômetros e o Atlântico inteiro. Quem diria? Até eu, que creio em todas as possibilidades amorosas, duvidaria. Mas aí um aplicativo de relacionamentos aconteceu na vida deles. E eles aconteceram também há quatro anos. Não precisam mais de torcida para darem certo, já deram! Tem dado, está dando, como tudo que está fadado para ser nessa imensidão da qual pouco temos conhecimento, sob esse céu que nos abraça. Vai se foder, isso é muito lindo. Ou eu que estou de TPM e chorando sensibilidade por todos os poros, escolham aí. Ele largou uma Europa invernal, charmosa e emocionalmente segura para se aventurar num país quente, razoavelmente charmosinho mas totalmente incógnito romanticamente - até então, o amor era só uma projeção embasada em calorosas conversas virtuais. Quem diria, meus amigos? Essa coisa toda é uma sinopse completinha do já extinto programa Cilada. Mas a vida, essa ratazana.... depois disso, o futuro já é hoje e temos um gringo que ninguém diz ter nascido fora do Brasil. No mínimo, inspirador.
Fiquei a pensar, meus caros. Se isso não é amor, não sei mais o que pode ser. Um coração cheio de vontade é capaz de minimizar fronteiras - e não só as geográficas. Claro que há casos e casos, mas definitivamente quando uma pessoa está disposta e fazer mudanças drásticas em sua vivência a fim de ficar perto de alguém - simplesmente ficar perto, vejam a nobreza - é porque há algo sólido no propósito. É realmente querer com toda a verdade que isso traz. É a velha história do ''quem quer, arruma um jeito''. Quem quer faz Brasil virar Suíça, faz estrangeira virar amor da vida, faz filhos de casamentos anteriores virarem família. Quem quer, faz. Eu não acreditava muito nisso, mas o bom da virada dos anos é que eles podem trazer novas percepções. Todo mundo merece alguém que lute por nós. Bom, talvez nem todos (certamente nem todos, não dá para ser tão otimista aqui), mas essa mulher certamente merecia e foi contemplada no sorteio do incrível show da vida. Aproveite seu prêmio, ma oeeee. Caiu um cisco aqui.
Auxiliou no post:
Little Joy, com Keep me in mind, No one's better sake e Unattainable
Comentários