Bom, vou imaginar que tenho alguns leitores bons e pacientes e começar a sessão mea-culpa, pois, se não estou enganada, faz uns (vários) dias que a criatura agridoce, preguiçosa e carente de idéias não dá as caras por aqui. Justo ela, que encheu a boca para dizer que manteria o blog, dignamente, atualizado e bla bla bla no post de abertura. Sim, esse é o azedume-açucarado que vos fala, cada vez mais afundado em suas contradições e em suas posições inabaláveis.
Pois, então? Eu posso ter ficado um tempinho sem narrar minhas misérias aqui, meus caros, mas sempre mantive um roteirozinho besta no pensamento. Hoje, vou falar um pouquinho sobre f-é-r-i-a-s, essa palavra, que, embora remeta a descanso, diversão e histórias para contar para os netos, nem sempre cumpre seu papel.. nem sempre estende sua definição aos dias que carrega consigo. O fato é que eu me sinto deveras angustiada quando seres de minhas relações começam a fazer planos para o período e incluem minha pessoa nas ditas programações. Planejar. Planejar mais um pouco. Fingir uma emoção eterna, uma empolgação programada. Isso me rouba o encanto, a magia do casual, do inusitado. Sério, definitivamente, isso não é férias para mim, ainda que os desavisados que dão o braço por um agito se descabelem e gritem: "Essa criatura tá loooouca". Explicarei. Quando eu me encontro em estado de férias, eu quero é me desobrigar, me entregar ao ócio, andar de pijama, andar descabelada, andar sem maquiagem. Não ter que dar satisfações a pessoas que só vi uma vez, de relance em uma festa, não ter que responder pela enésima vez que "Simmm, fulana, tô viva ainda. Me liga em 2080".
Obviamente, posso prestigiar festas, junções e reuniõezinhas ma-gis-trais, beber horrores, dormir ao relento, beijar carinhas encantadores e exibir a adrenalina que a estação exige, mas, definitivamente, isso não é primordial para que eu contabilize um escore positivo. O que eu quero mesmo é sentar em frente à televisão e assistir às minhas séries favoritas ou a repetidos filmes com uma senhora bacia de pipoca a tiracolo, sem me preocupar se o telefone vai tocar ou se eu não vou marcar presença na festa a qual a "geral toda" vai. Eu quero é não ter planos. Quero dedicar meu tempo livre aos meus cachorros, aos meus hobbies, à minha família, às minhas gavetas - sempre tão reveladoras a meu respeito. Posso correr o risco de cair no ostracismo, é bem verdade, mas prefiro sentir essa delícia chamada acaso a vender uma imagem de animada para sempre sem fim, que, vamos combinar, é sintoma de hipocrisia galopante. Como diria o meu querido dínamo, Ayrton Senna, "prefiro viver para mim, e não para a platéia". Faz sentido.
Gosto de participar das situações sempre inteira, verdadeira, em sintonia com o que há de mais visceralem mim. Quando sinto que ando no piloto-automático, me recolho, tiro férias - sim, me dou a esse luxo - e não sinto nem um pingo de remorso. Foi o que ocorreu nos últimos dias. Imaginei que vocês não mereceriam e nem gostariam de ler quaisquer posts, assim feitos só para encherem linguiça, por isso fiquei à espreita, até ter algo de um fundamento razoável para reportar. Ficamos combinados então. Se houver mais sumiços, foi porque tirei uma temporada sabática. E que ninguém ouse interrompê-la
Pois, então? Eu posso ter ficado um tempinho sem narrar minhas misérias aqui, meus caros, mas sempre mantive um roteirozinho besta no pensamento. Hoje, vou falar um pouquinho sobre f-é-r-i-a-s, essa palavra, que, embora remeta a descanso, diversão e histórias para contar para os netos, nem sempre cumpre seu papel.. nem sempre estende sua definição aos dias que carrega consigo. O fato é que eu me sinto deveras angustiada quando seres de minhas relações começam a fazer planos para o período e incluem minha pessoa nas ditas programações. Planejar. Planejar mais um pouco. Fingir uma emoção eterna, uma empolgação programada. Isso me rouba o encanto, a magia do casual, do inusitado. Sério, definitivamente, isso não é férias para mim, ainda que os desavisados que dão o braço por um agito se descabelem e gritem: "Essa criatura tá loooouca". Explicarei. Quando eu me encontro em estado de férias, eu quero é me desobrigar, me entregar ao ócio, andar de pijama, andar descabelada, andar sem maquiagem. Não ter que dar satisfações a pessoas que só vi uma vez, de relance em uma festa, não ter que responder pela enésima vez que "Simmm, fulana, tô viva ainda. Me liga em 2080".
Obviamente, posso prestigiar festas, junções e reuniõezinhas ma-gis-trais, beber horrores, dormir ao relento, beijar carinhas encantadores e exibir a adrenalina que a estação exige, mas, definitivamente, isso não é primordial para que eu contabilize um escore positivo. O que eu quero mesmo é sentar em frente à televisão e assistir às minhas séries favoritas ou a repetidos filmes com uma senhora bacia de pipoca a tiracolo, sem me preocupar se o telefone vai tocar ou se eu não vou marcar presença na festa a qual a "geral toda" vai. Eu quero é não ter planos. Quero dedicar meu tempo livre aos meus cachorros, aos meus hobbies, à minha família, às minhas gavetas - sempre tão reveladoras a meu respeito. Posso correr o risco de cair no ostracismo, é bem verdade, mas prefiro sentir essa delícia chamada acaso a vender uma imagem de animada para sempre sem fim, que, vamos combinar, é sintoma de hipocrisia galopante. Como diria o meu querido dínamo, Ayrton Senna, "prefiro viver para mim, e não para a platéia". Faz sentido.
Gosto de participar das situações sempre inteira, verdadeira, em sintonia com o que há de mais visceral
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