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Um relato de 26 anos com espírito de 16 - ou ''BITCH, DON'T KILL MY VIBE''

Essa coisa da idolatria é uma coisa muito louca e bizarra e doentia e incrível e mágica e surreal e faz o coração sair pela boca, né? Não sei bem o que rola, mas é uma sensação boa. Ok, eu sei que muitas vezes as pessoas idolatradas nem sabem que respiramos. Mas não tem muita importância, porque a gente já aprendeu a amar. E eu diria que é gratificante manter um espírito de 16 anos se manifestando dentro da gente. Desculpa aí, mas eu não quero nem saber se estou velha demais pra fazer certas coisas. Vai cortar a onda de outro aí, bitch. Ou melhor, BITCH, DON'T KILL MY VIBE!!!!

Então, estava eu ali, batendo o pezinho e tocando bateria imaginária, com a cabeleira, recém pintada de um ruivo suspeito, pra lá e pra cá, escutando ''Não sei viver sem ter você''. Um filme louco passando pela cabeça. Que momento! Caralho! Só eu e uma das bandas que eu mais amei na adolescência à frente. Sim, eu fui sozinha ao show, e nem precisa ficar com peninha: eu fiz questão. Só eu e meu ídolo a poucos metros de distância. Delícia. Dei gritinhos histéricos. Simulei convulsões. Eu sou toda coração, nem quero me curar. Mas, por dentro, eu murmurava: ''não creio que vou chegar tão perto e não vou sequer tirar uma foto, falar alguma bobagem''. Eu devo ter feito caretas tristes, certamente, enquanto era observada por pessoas incrédulas com minha loucura abençoada. Enquanto sofria. Tão perto e tão longe, isso nunca fez tanto sentido. Eu queria ouvir a voz. Sensoriais que somos, queremos chegar perto. Como bem resumiu uma grande amiga minha: ENCOSTAR. Encostar, afagar, sentir coração com coração. Estamos fadados à coleção de sensações. Pra lembrar, pra viver em paz...  

Marcam, essas coisas marcam, como marcam. Com ''Regina Let's Go'', eu me lembro da Capricho em que a Britney foi capa e pela qual eu paguei R$5,00, depois da aula, nos idos de 2001. E daquele meu All Star preto que eu usei tanto que chegou a desbotar. ''Tarde de Outubro'' embalou minha primeira ideia de fuga de casa, isto é, a letra tinha sido feito pra mim, fazia todo sentido. ''Peguei minhas coisas, fui embora...''   
A já citada "Não sei viver...'', poxa vida, essa doeu. Cara, junto com ''The Zephyr Song'', isso foi a música dos meus 14 anos. Em 2003, eu não entendia bem o que acontecia, aquele vazio niilista da oitava série, aquelas raivas e aqueles amores que se camuflavam no peito, e aquelas notinhas perfeitas de quem tinha o futuro muito promissor, mas odiava isso. Com ''Irreversível'', eu me lembrei de 2005, de como eu odiava Física e não conseguia estudar, malditas fórmulas! E de como eu chorava por aquele malditinho lá. Eca.
Fiquei torcendo pela chegada de "Além de Nós''. Porra, Além de Nós. Essa é a minha favorita, favoritíssima. Deus, como eu amo essa música. Ela é a que mais ecoa em sei lá que buraco perdido dentro de mim. Quantas idas ao cursinho em 2007 escutando a famigerada? Só eu sei. Tempinho bom. Mas não tocou, aí eu chorei. Mentira, chorei depois só, de emoção, de medo de não conseguir um abraço que fosse, de tanto regurgitar lembranças. Chorei, mas ri infinitamente mais. Melhor show a que eu fui em tempos. Salve, batera lindo da minha vida! Salve! Um dia ainda falaremos dos filósofos gregos, de Ciências Sociais, de Kiss, de Ramones e do teu vegetarianismo cativante! Ficou pra outro dia, já que eu fiquei petrificada do teu lado e só consegui manter as mãos no peito e a boca aberta - minha marga registrada. Um dia, a gente se bate por aí de novo.


                                                    COMO NÃO AMAR?????????????

     

**suspiros**






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