Pular para o conteúdo principal

Mimos, calça jeans, hang loose do perdão

Por quê???????? Por que, Deus? Ó, pai, por que me abandonaste? Eu juro que tentei não dar atenção, mas me parece que isso não é opção hoje em dia: as coisas pulam na nossa cara. Coraaaaagem! 

OIE, MININAS, APAIXONADÍSSIMA NESSE VESTIDO

OLÁ, SEGUIMORES, APAIXONADÍSSIMA NESSE LOOK

APAIXONADA NA MINHA NOVA PAPETE DO SENNINHA

APAIXONADA NO MEU BOY CROSSFITEIRO

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA APAIXONADA NISSO, CARA? NISSO? 
APAIXONADA NELE? N E L E? VOCÊS COMERAM COCÔ COM LINHAÇA?

Será um regionalismo? Se for, peço perdão - inclusive me prontifico a apagar tal curtinha e gravar um vídeo me chicoteando mentira. Mas desconfio que seja só burrice mesmo. Ou retardo mental? Eu fico confusa, sabe, porque a regência de ''apaixonado/a'' nem é das coisas mais difíceis que existem na vida - e, possivelmente, desde a tenra idade sabemos como falar/escrever. Se sou apaixonado, sou apaixonado por, certo? Mimo com intensivão do Pasquale quando é que vai vir, hein? Quem sabe um QI básico?


Sapato? Até gosto, mas não me corrompe. Maquiagem? É... vá lá. Bolsas? Hummmm... bom, jogo duríssimo mas ainda sigo a inteligência emocional. Calça jeans? Não, não dá. E liquidação de calça jeans? Nem estou escrevendo este texto mais. Se tu, por exemplo, ficas em promoção às quatro da tarde, desde a madrugada anterior estarei plantada em frente a sua vitrine, sua linda! Dias atrás, após fazer uma aquisição deveras acertada de uma graciosa bebê, me veio a iluminação: porra, calça jeans! Eu nunca falei de calça jeans! Sou completamente doida, o coração dispara, tropeça, quase para. Foto com Tiago Iorc ou calça jeans? Que pergunta, francamente. Devem ter feito uma lavagem cerebral bizarra em little Bruna, pois, quando flerto com uma em alguma arara da vida, só consigo pensar na Cindy Crawford abraçada por seu queridinho Levi's na icônica propaganda dos anos 90 (inclusive se a Levi's quiser me patrocinar, vamos fazendo). Me imaginar Cindy bem gata garota é questão de minutos, já está feita a merda no já fodido orçamento. Se Marilyn Monroe dormia somente com duas gotinhas de Chanel nº 5, vou mais além e digo que, se pudesse, só vestiria meu jeans favorito para viver. Só ele. 


Vi, na minha página pessoal ao lado, a lembrança de uma postagem de uns anos atrás aqui do excelentíssimo blog e tive uma minimorte - sim, minimorte se escreve junto, arrombado. Me lembrei automaticamente de todo o processo de criação, dos sentimentos envolvidos no texto e da cabeça de outrora.... uééé? Rolou a conhecida indigestão. Será isso a vida? Nos envergonhar do que já fomos? Do que dissemos? Das opiniões burras que proferimos? Dos textos imbecis que publicamos? Dos hífens equivocados que colocamos? Onde não puderes pôr o hífen, não te demores. Não é que eu pense totalmente diferente sobre o assunto da época em questão, mas também não é como se eu fosse escrever tudo igualzinho hoje em dia. Será que amadureci? Será que regredi? Só sei que ali não me reconheci mais. Pensei em apagar, fiz graça, mas aí lembrei que ninguém dá a mínima e fiz uma hang loose do perdão. Dei um riso debochado e condescendente, desses que só nós sabemos, e fiquei matutando com a mão no queixo. Vai ser sempre assim. Nunca estaremos prontos. Vamos sentir o rosto queimar de vergonha alheia muitas vezes mais. Porque as experiências vão se cruzar, as águas que, tempos atrás, foram renegadas vão ser bebidas com gosto, o que condenamos será lindo e o que acalentava a alma nos fará vomitar ali adiante - talvez até literalmente, nunca se sabe. Saber lidar saudavelmente com isso é o grande desafio. E vocês aprenderem a usar o hífen, óbvio.   


                                                                   OIE




  


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Família Felipe Neto

Eu já queria falar sobre isso há um bom tempo, e, enquanto não criar vergonha nessa cara e entrar num mestrado para matar minha curiosidade de por que caralhos as pessoas dão audiência para pessoas tão bizarras e nada a ver, a gente vai ter que escrever sobre isso aqui. Quando eu falo ''a gente'', me refiro a mim e às vozes que habitam minha cabeça, tá, queridos? Youtubers... youtubers... sim, Bruna, está acontecendo e faz tempo. Que desgraça essa gente! Ó, pai, por que me abandonaste? Quanto tempo eu dormi? Estamos vivendo uma era de espetacularização tão idiota, mas tão idiota que me faltam palavras, é sério, eu só consigo sentir - como diria o fatídico meme . Não tem a mínima condição de manter a sanidade mental, querendo estudar, trabalhar, evoluir quando pegar uma câmera, do celular mesmo, sair falando um monte de merda e enriquecer com isso ficou tão fácil. Vamos usar um case bem ridículo aqui? Vamos.  Dia desses, esta comunicóloga que vos fala, fazendo suas

Flores no lamaçal de creme de avelã

Tenho feito um severo exercício de autocrítica nos últimos tempos - exercício esse que, somado a um problema pessoal bem pontual, me deixou sem tesão algum de escrever. Mas voltei para uma transadinha rápida e certeira. Um mea culpa inspirado nos velhos tempos - desta vez sem o deboche costumeiro. Realmente quero me retratar. H á alguns meses, q uando escrevi, estupefata de indignações diversas, sobre youtubers, eu nunca estive tão certa do que escrevia. Sigo achando que o Youtube amplificou a voz dos imbecis e vem cooptando principalmente crianças a uma sintomática era da baboseira - entre trolladas épicas envolvendo mães e banheiras cheias de nutella , criou-se um nicho bizarro cujo terreno é a falta de discernimento infantil infelizmente. Só que foi aí que residiu meu erro: reduzir a plataforma a um lamaçal de creme de avelã - e nada mais. Não me ative ao fato de que ali coexistem muitos canais interessantíssimos sobre os mais diferentes ramos do conhecimento hum ano , inclusive

Era só ter colocado na lista

Vou fazer uns pães de queijo. Bah, não tem queijo. Mas tu não foi ao mercado? Fui... Silêncio.  Tu não compra nada que não esteja na lista? Não.  Entendi boa parte da vida nesta pérola da crônica familiar, que deve ser realidade em muitos lares brasileiros. E é. Homens num geral não vivem realmente nos lugares que habitam, consideram-nos hotéis, um respiro onde comem, dormem e passam um pouco de tempo inertes, antes de voltar ao que de fato interessa: construir prédios, gerenciar guerras, fabricar cerveja artesanal, proibir mulheres de abortarem, dominar a política, etc. Mesmo que queiram ardentemente uma fatia de queijo mais tarde. É claro que há exceções (eu sei que nem todo homem , fica na paz de Santa Cher aí, irmãozinho), provavelmente os que moram sozinhos e se obrigam a pensar sobre trivialidades da casa, afinal, ninguém fará por eles. Entretanto, em se tratando de famílias formadas por casais heterossexuais com filhos, algo muito forte me diz que o diálogo