Percebam como é fácil afagar um coração leonino e despertar nele o sentimento mais puro de gratidão. rs // Estava eu, no último sábado, na fila do mercado - lugar já citado aqui por mim como uma amostra maior do tédio na terra - com um irrisório iogurte em mãos, esperando pela minha vez de pagar e escapar das garras do fabuloso Nacional. Tudo indo como o previsível: fila que não andava, fome que apertava, vontade de desistir que aumentava... quando eis que uma senhorita - muito educada, por sinal - que estava a alguns metros de onde eu estava, proferiu as seguintes palavrinhas mágicas: MOÇA, VOCÊ GOSTARIA DE PASSAR NA MINHA FRENTE?
Minha colega de compras deveria estar tão estafada quanto eu, sem falar nos dois carrinhos lotados que trazia consigo, mas vejam que cena amável que protagonizou, não? Claro, qualquer um que ler isso, vai pensar que não custava nada realmente ela ter feito isso, ou seja, deixar a moça do iogurtezinho passar a sua frente, salvando-a de morrer de inanição em frente aos caixas (rs), mas o fato é que ela não tinha obrigação alguma de me ajudar. Percebem? Quem, hoje em dia, se importa com o outro, tem sensibilidade de parar um segundo e olhar além do próprio umbigo ou faz uma boa ação sem esperar absolutamente nada em troca? Quase ninguém, e vocês sabem disso. Não se trata de drama, é só uma constatação. O espírito de "selva" é constante e anula miseravelmente qualquer bom-mocismo.
Porém, ignorando as estatísticas, a gentil moça cedeu por alguns segundos sua vez e deixou que eu efetuasse primeiro o pagamento do meu reles iogurtezinho. Para a maioria, talvez isso soe como a banalidade do dia, mas ninguém me tira da cabeça que a grandeza de sua ação reside na espontaneidade, na iniciativa de fazer a diferença, no "ter a sensibilidade de ver o outro", e isso, ao menos para mim, tem um valor inestimável. Claro, não sei seu nome, seu endereço, tampouco vou poder retribuir a gentileza com que fui agraciada no sábado. Todavia, em algum momento lembrarei de sua atitude e tratarei de passá-la adiante, pois, como diria aquele saudoso profeta que andava com uma túnica branca pelo Rio de Janeiro: "gentileza gera gentileza..."
Talvez não agora, mas sempre gera.
Minha colega de compras deveria estar tão estafada quanto eu, sem falar nos dois carrinhos lotados que trazia consigo, mas vejam que cena amável que protagonizou, não? Claro, qualquer um que ler isso, vai pensar que não custava nada realmente ela ter feito isso, ou seja, deixar a moça do iogurtezinho passar a sua frente, salvando-a de morrer de inanição em frente aos caixas (rs), mas o fato é que ela não tinha obrigação alguma de me ajudar. Percebem? Quem, hoje em dia, se importa com o outro, tem sensibilidade de parar um segundo e olhar além do próprio umbigo ou faz uma boa ação sem esperar absolutamente nada em troca? Quase ninguém, e vocês sabem disso. Não se trata de drama, é só uma constatação. O espírito de "selva" é constante e anula miseravelmente qualquer bom-mocismo.
Porém, ignorando as estatísticas, a gentil moça cedeu por alguns segundos sua vez e deixou que eu efetuasse primeiro o pagamento do meu reles iogurtezinho. Para a maioria, talvez isso soe como a banalidade do dia, mas ninguém me tira da cabeça que a grandeza de sua ação reside na espontaneidade, na iniciativa de fazer a diferença, no "ter a sensibilidade de ver o outro", e isso, ao menos para mim, tem um valor inestimável. Claro, não sei seu nome, seu endereço, tampouco vou poder retribuir a gentileza com que fui agraciada no sábado. Todavia, em algum momento lembrarei de sua atitude e tratarei de passá-la adiante, pois, como diria aquele saudoso profeta que andava com uma túnica branca pelo Rio de Janeiro: "gentileza gera gentileza..."
Talvez não agora, mas sempre gera.
Comentários
Eu não lembro de ter presenciado alguma situação como esta, por exemplo.
Ótimo texto, parabéns! :D