Olá, pessoas!
Quem costuma me fazer umas visitinhas anônimas e gentis, deve ter visto que me ausentei nos últimos dias. Não por falta de inspiração, claro - vivo no mundo da lua imaginando causos para brindá-los. Ando é sem tempo, tecnologia e um tantinho de saco. Não sei o que ocorre, meus queridos, talvez o divórcio seja iminente. Ou não também, quem sabe eu tente uma reconciliação... aguardem os próximos capítulos agridoces. Só não mudem de canal tão cedo.
Por ora, venho falar de uma banalidade. Aquela velha banalidade que vive no escuro, mas carrega aura de felicidade. De repente, algo muda, ligam a luz e TCHARAM, lá se foi ela, a tal banalidade, que sempre foi renegada. Ou que nunca foi percebida, sei lá. No fundo, somos uns baita mal-agradecidos, reclamando de barriga cheia, praguejando o marasmo de cada domingo, quando, na verdade, nada está tão ruim quanto parece. Sabem aqueles momentos em família, de muita risada e alguns sermões? Sabem aqueles dias em que conseguimos pôr o papo em dia com algum amigo querido, ainda que numa conversa casual na rua? Então, somos felizes pacaralho, ali, naqueles segundos preciosos. Percebem? Não se trata de uma felicidade encomendada, como naquelas - conhecidas - vezes, em que vamos à festa dos sonhos, programada há sei lá quantos dias, e, no entanto, voltamos para casa, p. da vida. Putos da vida, por estarmos sóbrios demais, vazios demais. Endividados demais, por conta daquele vestido que... poxa, olhando bem, nem era tão lindo como na vitrine. "Mil vezes raios, ainda quebrei o salto da minha sandália." Muitas vezes, você paga para se lascar e sabe disso.
Você é feliz? Aposto que é, e nem desconfia. Dia desses, li uma crônica muito bacana da Ana Paula Padrão, em que ela falava sobre a tal felicidade e alguns assuntos relacionados. Na ocasião, a jornalista debatia o fato de o Brasil ser "misteriosamente" batizado com uma efusividade anormal no período de Carnaval, e como todo mundo parece vender disposição e letras de axé na ponta da língua nos dias de folia. Padrão se propôs a colocar essa "alegria louca" em xeque, ao afirmar que o verdadeiro sentido de estar alegre é muito mais discreto - se bobear, até mais duradouro. Eu ando acreditando piamente nessa assertiva: felicidade, para mim, é estado de espírito - não, empolgação barata, daquelas que você grita aos quatro ventos, antes de sair para a sua baladinha sagrada de sexta-feira.
Felicidade é esse eterno tédio a que estamos acostumados diariamente, é sol com chuva, vento, garoa, mormaço. Felicidade é acordar e botar a cara para fora de casa na esperança de dias melhores, é a abominável rotina. É sentir a respiração ofegante, o músculo dolorido, o coração acelerado, o olho brilhando, a boca seca, o ouvido seduzido pela banda preferida. Felicidade é isso que a gente quer que mude todo santo dia, mas, no fundinho, não querendo que mude uma vírgula.
Quem costuma me fazer umas visitinhas anônimas e gentis, deve ter visto que me ausentei nos últimos dias. Não por falta de inspiração, claro - vivo no mundo da lua imaginando causos para brindá-los. Ando é sem tempo, tecnologia e um tantinho de saco. Não sei o que ocorre, meus queridos, talvez o divórcio seja iminente. Ou não também, quem sabe eu tente uma reconciliação... aguardem os próximos capítulos agridoces. Só não mudem de canal tão cedo.
Por ora, venho falar de uma banalidade. Aquela velha banalidade que vive no escuro, mas carrega aura de felicidade. De repente, algo muda, ligam a luz e TCHARAM, lá se foi ela, a tal banalidade, que sempre foi renegada. Ou que nunca foi percebida, sei lá. No fundo, somos uns baita mal-agradecidos, reclamando de barriga cheia, praguejando o marasmo de cada domingo, quando, na verdade, nada está tão ruim quanto parece. Sabem aqueles momentos em família, de muita risada e alguns sermões? Sabem aqueles dias em que conseguimos pôr o papo em dia com algum amigo querido, ainda que numa conversa casual na rua? Então, somos felizes pacaralho, ali, naqueles segundos preciosos. Percebem? Não se trata de uma felicidade encomendada, como naquelas - conhecidas - vezes, em que vamos à festa dos sonhos, programada há sei lá quantos dias, e, no entanto, voltamos para casa, p. da vida. Putos da vida, por estarmos sóbrios demais, vazios demais. Endividados demais, por conta daquele vestido que... poxa, olhando bem, nem era tão lindo como na vitrine. "Mil vezes raios, ainda quebrei o salto da minha sandália." Muitas vezes, você paga para se lascar e sabe disso.
Você é feliz? Aposto que é, e nem desconfia. Dia desses, li uma crônica muito bacana da Ana Paula Padrão, em que ela falava sobre a tal felicidade e alguns assuntos relacionados. Na ocasião, a jornalista debatia o fato de o Brasil ser "misteriosamente" batizado com uma efusividade anormal no período de Carnaval, e como todo mundo parece vender disposição e letras de axé na ponta da língua nos dias de folia. Padrão se propôs a colocar essa "alegria louca" em xeque, ao afirmar que o verdadeiro sentido de estar alegre é muito mais discreto - se bobear, até mais duradouro. Eu ando acreditando piamente nessa assertiva: felicidade, para mim, é estado de espírito - não, empolgação barata, daquelas que você grita aos quatro ventos, antes de sair para a sua baladinha sagrada de sexta-feira.
Felicidade é esse eterno tédio a que estamos acostumados diariamente, é sol com chuva, vento, garoa, mormaço. Felicidade é acordar e botar a cara para fora de casa na esperança de dias melhores, é a abominável rotina. É sentir a respiração ofegante, o músculo dolorido, o coração acelerado, o olho brilhando, a boca seca, o ouvido seduzido pela banda preferida. Felicidade é isso que a gente quer que mude todo santo dia, mas, no fundinho, não querendo que mude uma vírgula.
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