(Escute, lendo What if..., da Blubell. Ops, é o contrário.)
Dia desses, eu escrevi um texto sobre o homem ideal. Cêis lembram, né? Tudo muito lindo, muito idealizado, muito amor, mas muito sem sentido. Não que o resto do que eu escreva faça algum, mas eis que fiquei refletindo nesse particularmente, e tive um ímpeto de rir desgraçadamente pro meu reflexo no espelho. Quem eu queria enganar? Quem vocês querem enganar com fórmulas prontas que cabem numa caixinha? Acho que caí na real, que dor. (Sim, o texto é meu e eu faço conclusão na introdução. Se não gostou, é só ler alguma redação chatinha de vestibular, rs)
Quando se trata do homem - ou vá lá da mulher - ideal, nós, minas e manos, temos nossas preferências nacionais na ponta da língua. Ai, detesto tatuados! Porra, cara, mulher pra mim tem que ter bundão e peitão e saber se arrumar! Ai, adoro engravatados que usam óculos e são magrinhos! Curto mulher que se valoriza e gosta de um bom rock! Não me imagino namorando um cara que ouça sertanejo! As frases são diversas, todas querendo aplacar vazios que nos corroem por dentro, alimentar fantasias que existem desde sei lá quando, preencher fraquezas que se impõem ferozmente em dias que parecem ter o mesmo roteiro. No fundo, queremos companheiros de pegação, companheiros de emoção, parceiros de vida, parceiros de risos e solidão, pouco importa a idealização. Só queremos que isso seja natural, seja uma atordoante viagem intrigante. Se for passível de explicação, já deixou de ser palpitante. Alguém, por obséquio, já conseguiu racionalizar uma paixão? Acho brabo, agridoces.
Você até pode achar charmoso o fato de ele gostar de Caetano e imitar a voz do Axl Rose, mas definitivamente não é por isso que cai de amores por aquele panaca. O panaca é tudo menos um panaca, mas ele tem algo que mexeu com você. Mexeu, do verbo ''revirar'' por dentro. Tirou seu sono, deu uns tapas no seu discernimento e gritou na sua cara ''e agora, coração de gelo?". Foi o cabelo bagunçado? Foi o olho que lia o fundo da alma? Foi a voz deliciosa? Foi o estilo "me deixa, sociedade''? Não se sabe. Mistério. Que desgraça e que delícia esse amor. A gente só ama aquilo que não entende. E queremos entender só olhando nos olhos, sem ter que medir as consequências e dominar as urgências. Te amo hoje, amanhã já não sei. No fundo, os pré-requisitos são uma defesa ingênua, uma vez que a possibilidade de ser capturado é iminente. Gostamos, porque gostamos e não há razão mais honesta. Gostamos, porque não queremos gostar: desobedecer o inconsciente é uma arte.
Quando eu escrevi aquele texto, eu me iludi. Eu iludi meio mundo. Vocês se deixaram iludir. Sabemos que não é daquele jeito, até porque se fosse assim, só os bons moços teriam direito ao banquete farto que o coração oferece. O amor nasce entre certinhos e malucos. Entre hippies e yuppies. Entre santos e pecadores. A princesinha do pop, em Criminal, parece entender do tema. Ninguém escolhe o que faz bem, somos impulsionados instantaneamente ao que faz mal - aquele mal que não se encaixa em quase nada, não cabe na vida, mas, de maneira surreal, se aninha sem igual no pensamento.
Dia desses, eu escrevi um texto sobre o homem ideal. Cêis lembram, né? Tudo muito lindo, muito idealizado, muito amor, mas muito sem sentido. Não que o resto do que eu escreva faça algum, mas eis que fiquei refletindo nesse particularmente, e tive um ímpeto de rir desgraçadamente pro meu reflexo no espelho. Quem eu queria enganar? Quem vocês querem enganar com fórmulas prontas que cabem numa caixinha? Acho que caí na real, que dor. (Sim, o texto é meu e eu faço conclusão na introdução. Se não gostou, é só ler alguma redação chatinha de vestibular, rs)
Quando se trata do homem - ou vá lá da mulher - ideal, nós, minas e manos, temos nossas preferências nacionais na ponta da língua. Ai, detesto tatuados! Porra, cara, mulher pra mim tem que ter bundão e peitão e saber se arrumar! Ai, adoro engravatados que usam óculos e são magrinhos! Curto mulher que se valoriza e gosta de um bom rock! Não me imagino namorando um cara que ouça sertanejo! As frases são diversas, todas querendo aplacar vazios que nos corroem por dentro, alimentar fantasias que existem desde sei lá quando, preencher fraquezas que se impõem ferozmente em dias que parecem ter o mesmo roteiro. No fundo, queremos companheiros de pegação, companheiros de emoção, parceiros de vida, parceiros de risos e solidão, pouco importa a idealização. Só queremos que isso seja natural, seja uma atordoante viagem intrigante. Se for passível de explicação, já deixou de ser palpitante. Alguém, por obséquio, já conseguiu racionalizar uma paixão? Acho brabo, agridoces.
Você até pode achar charmoso o fato de ele gostar de Caetano e imitar a voz do Axl Rose, mas definitivamente não é por isso que cai de amores por aquele panaca. O panaca é tudo menos um panaca, mas ele tem algo que mexeu com você. Mexeu, do verbo ''revirar'' por dentro. Tirou seu sono, deu uns tapas no seu discernimento e gritou na sua cara ''e agora, coração de gelo?". Foi o cabelo bagunçado? Foi o olho que lia o fundo da alma? Foi a voz deliciosa? Foi o estilo "me deixa, sociedade''? Não se sabe. Mistério. Que desgraça e que delícia esse amor. A gente só ama aquilo que não entende. E queremos entender só olhando nos olhos, sem ter que medir as consequências e dominar as urgências. Te amo hoje, amanhã já não sei. No fundo, os pré-requisitos são uma defesa ingênua, uma vez que a possibilidade de ser capturado é iminente. Gostamos, porque gostamos e não há razão mais honesta. Gostamos, porque não queremos gostar: desobedecer o inconsciente é uma arte.
Quando eu escrevi aquele texto, eu me iludi. Eu iludi meio mundo. Vocês se deixaram iludir. Sabemos que não é daquele jeito, até porque se fosse assim, só os bons moços teriam direito ao banquete farto que o coração oferece. O amor nasce entre certinhos e malucos. Entre hippies e yuppies. Entre santos e pecadores. A princesinha do pop, em Criminal, parece entender do tema. Ninguém escolhe o que faz bem, somos impulsionados instantaneamente ao que faz mal - aquele mal que não se encaixa em quase nada, não cabe na vida, mas, de maneira surreal, se aninha sem igual no pensamento.
Comentários
falou tudo.
e sem paixão não dá. não rola pegação com folha de alface.