Ora bolas! Mas é claro que eu sei que não se começa nada com pronome oblíquo. Nem frase, muito menos texto. Eu sei disso, mas a vontade de simplicidade é maior. Tem um poeminha do modernista Oswald de Andrade que atesta bem o que digo:
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso, camarada
Me dá um cigarro.
Uma graça, né? Com essas palavras astuciosas, o maridinho da Pagu me absolve da pena de começar praticamente todos os murmúrios agridoces com ''mes'' bem teimosos, a cada postagem. Faz dois anos que eu tenho escrito bem errado, e vocês nem me boicotaram. "Me disseram", "Me indignei'', ''Me apaixonei'' - me desculpem, mas vou seguir pouco me lixando para isso. De agora em diante, sempre que eu começar um texto com ''me'', pensem que eu poderia estar escrevendo ''concerteza'', ''seje'' e ''fazem dois anos''. Mea culpa sem culpa dessa vez.
"Tamo junto, Dona Agridoce!"
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