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Sobre ''O que é isso, companheiro?''

      E eu, pensando com meus botões aqui, lembrei que em 2012 completaram-se 15 anos do lançamento do filme nacional “O que é isso, companheiro?” - que recebeu indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro, em 1998, e foi baseado parcialmente no livro homônimo escrito pelo - hoje - ex-deputado, Fernando Gabeira. Com um elenco de peso, que, à época, contou com a participação especial do ator americano Alan Arkin, a fita foi, é e sempre vai ser uma boa pedida para amantes de história e de cinema brazuca, like me.  
      Gabeira foi uma das figuras centrais no desenrolar da história contada no filme - aliás, “figura central’’ é eufemismo puro: o mote do projeto - dirigido pelo cineasta Bruno Barreto - é a própria fatia da vida do político mineiro, enquanto militante do emblemático Movimento Revolucionário 8 de Outubro, o chamado MR-8 (sim, a data em questão é em alusão à captura de Ernesto Guevara pelos seus algozes americanos da CIA – 8/10/1967, o dia em que o mundo endureceu e, de certa forma, contrariando seu desejo latino, perdeu la ternura.)
      Pois bem, companheiros, o fato é que Gabeirinha esteve envolvido até a raiz de cabelo neste que é considerado um dos grandes acontecimentos dos conhecidos Anos de Chumbo: o sequestro do embaixador americano no Brasil, Charles Elbrick, no início de setembro de 1969. Na sinopse, acompanhamos os quatro dias (daí o nome do filme no exterior, Four days in september) em que Elbrick foi mantido em cárcere, sendo encarado como moeda de troca pela liberdade de militantes políticos brasileiros que estavam presos nos quartéis sofrendo torturas, e só Deus sabe onde mais. É um filmaço, jovens, e possivelmente arrancará algumas lágrimas.     
       O destaque, para mim, fica por conta do sempre ótimo Pedro Cardoso, na pele do jovem Gabeira, e de Fernanda Torres, que dá vida à Maria, uma personagem intrigante que acaba indo da altivez revolucionária ao drama pessoal. Também merecem um olhar atento, claro, os já veteranos do cinema nacional, Matheus Nachtergaele e Selton Mello, além de toda a produção do filme - cujo lançamento, há longínquos 15 anos, ajudou a refrescar a memória do nosso passadinho meio nebuloso. Enfim, o que é isso, companheiro? Que tal comemorar a democracia (uma vez que sem ela, esse filme lindo teria ficado só na vontade) com uma assistidinha bem atenciosa e crítica? Feliz début






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