É claro que eu não vou ficar de fora das reflexões. Eu pago de revoltadinha com tudo que é previsível, mas também tenho minhas recaídas. Após mais 365 dias (366, no caso do finado doismiledoze) é inevitável olhar para trás e relembrar tudo que passou. Um ano, cara. Passa rápido e passa devagar. Os anos são umas merdas e são umas dádivas. Podem ser o que for, mas definitivamente chegar vivo nessa finaleira, em meio a tanta coisa ruim e mesquinha, é um baita motivo para celebrar. Sem sentimentalismos, sabe? Não deixa de ser uma vitória. Você, mesmo com todas suas perdas pessoais e seus dramas particulares, venceu. Foi mais forte que tudo. Vale um brinde com espumante ou água mesmo. O espírito festivo é o que conta e é com ele que (penso eu) se deve adentrar o novo ano: ânimos exaltados com a banalidade. Claro, o banal é tedioso, mas é a prova de que seguimos jogando. A gente tá no jogo, e isso merece gritos, risos, berros, escândalos elegantes, abraços apertados. Isso merece sangue correndo nas veias - não só no sentido literal. Isso merece mais da gente. Mais doação. Mais coração.
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Eu, como jornalista, tô habituada a essas manchetes absurdas e que dão vontade de vomitar, chorar, desistir de tudo. Mas estar resignadamente habituada não quer dizer que eu não me indigne, comova e etc. O assassinato brutal do taxista Airton Vieira, em Santa Maria, na última segunda, conseguiu me revirar o estômago. Sempre faço uso dos serviços de taxistas, pois não tenho habilitação e não possuo carro, e, devido a isso, acabo trocando ideias com muitos deles sobre a vulnerabilidade da profissão que exercem. É complicado, pois na busca por clientes, podem encontrar a morte e engrossar essas enojantes estatísticas de violência urbana. Claro, há muitas outras profissões, cujos exercícios são um prato cheio para a ação de bandidos - a minha, inclusive - mas, francamente, basta olhar o triste retrospecto nos jornais amarelados pela passagem do tempo: os números são assustadores. Eu me solidarizo. Me ponho a pensar no que seus colegas de profissão estão pensando no momento. E essa família esfacelada, o que fará agora? Como seguir adiante? Francamente, ando farta dessas manchetes. Farta. Não mudo nada, ao escrever essa nota, mas o meu recado precisava ser dado. Só desejo paz para os que ficaram - se é que isso é possível.
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Eu, como jornalista, tô habituada a essas manchetes absurdas e que dão vontade de vomitar, chorar, desistir de tudo. Mas estar resignadamente habituada não quer dizer que eu não me indigne, comova e etc. O assassinato brutal do taxista Airton Vieira, em Santa Maria, na última segunda, conseguiu me revirar o estômago. Sempre faço uso dos serviços de taxistas, pois não tenho habilitação e não possuo carro, e, devido a isso, acabo trocando ideias com muitos deles sobre a vulnerabilidade da profissão que exercem. É complicado, pois na busca por clientes, podem encontrar a morte e engrossar essas enojantes estatísticas de violência urbana. Claro, há muitas outras profissões, cujos exercícios são um prato cheio para a ação de bandidos - a minha, inclusive - mas, francamente, basta olhar o triste retrospecto nos jornais amarelados pela passagem do tempo: os números são assustadores. Eu me solidarizo. Me ponho a pensar no que seus colegas de profissão estão pensando no momento. E essa família esfacelada, o que fará agora? Como seguir adiante? Francamente, ando farta dessas manchetes. Farta. Não mudo nada, ao escrever essa nota, mas o meu recado precisava ser dado. Só desejo paz para os que ficaram - se é que isso é possível.
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