Não tenho me arrependido de nada do que eu tenho feito. Bom, considerando que eu só tenho feito merda, isso é uma constatação preocupante. Aliás, merda é um pouco pejorativo, parece até que eu não meço as consequências das minhas atitudes. Tá achando que aqui é bagunça? Ha, enfim... O fato é que eu tenho feito muita coisa sem pensar, e, curiosamente, não tenho voltado a pensar no(s) assunto(s) - daí a conotação escatológica da coisa, percebam. Eu não tenho remoído nada. Nadica. Não deixa de ser uma legítima dádiva para quem chegava a i-m-p-r-i-m-i-r conversas de messenger e fazer análises fuleiras do discurso com elas. Sim, você leu certo, eu sou anormal.
- Mas, amiga, aqui, por exemplo, ele deu mais de três has... tipo ''hahahaha'' quer dizer que ele realmente riu, entende?
- Não dá pra garantir, né... tu não tava lá pra ver.
- Partindo da ideia de que ''haha'' é debochado quase parando e ''hahaha'' é protocolar demais, concluo que minha piada foi um sucesso.
- Claro que sim, tá, tá, ele riu de rolar no chão. Acho que tá até agora lá, desmaiado. Sorrindo no chão, claro.
- Muitíssimo obrigada. Por nada. Devolve meus papéis.
Essa aparente leviandade em se tratando das minhas atitudes nunca me fez também - e também nunca me surpreendeu tanto: como disse acima, o meu retrospecto de autoesculacho já rendeu algumas noites de pouco sono e inúmeras memórias ridículas no pensamento. Não que eu não pense agora, só que hoje em dia não é martírio, não é mais sofrimento; é, no máximo, um trecho gessingeriano: "aperto de mãos, apenas bons amigos''. Hasta la vista, carrapato existencial. Eu não sei se é só uma fase, não sei se vai durar, só sei que tou amando essa minha negligência bem intencionada, cuja beneficiária-mor e essa que voz caga, digo, fala. O nosso reflexo no espelho adora gritar que a gente faz merda, mas o conceito dele a respeito é muito provinciano. Ele não sabe nada sobre nós. Coitado, ele não sabe nada sobre mim.
- Ih, otária, foi puxar assunto de novo com esse cara que nem sabe teu sobrenome?
- Super sério que você deixou o trabalho da faculdade em segundo plano pra atualizar essa droga de blog?
- Não pensou nas pautas, não ligou pra nenhum entrevistado, não arrumou as laudas, vai sifuuuu...
- Não creio que a senhorita gastou tudo isso em barras de chocolate. E ainda faltou academia hoje. Vai morrer gorda e encalhada. Muahaha.
- Tá fazendo tudo errado, meninas não tomam a iniciativa. Meu bem, custa, ao menos, fingir esperteza?
- Você está flertando no trabalho, Agridoce???????????
Eu ando numa paz abissal, vou te contar, tou pra ver. Nunca imaginei que chegaria nesse nível de aconchego interior. Agora eu me perdoo por tudo, por qualquer ato que sai no automático. E eu vivo no automático, é incrível. Não protagonizo mais joguinhos comigo mesma - cansei, literalmente, desse filme.
Fazer merda pode ser simplesmente dar vazão aos sentidos, agir sem amarras, não se preocupar com a língua alheia. Não sei, mas que eu passei dessa fase, eu passei. Mario Bros ficaria orgulhoso.
- Mas, amiga, aqui, por exemplo, ele deu mais de três has... tipo ''hahahaha'' quer dizer que ele realmente riu, entende?
- Não dá pra garantir, né... tu não tava lá pra ver.
- Partindo da ideia de que ''haha'' é debochado quase parando e ''hahaha'' é protocolar demais, concluo que minha piada foi um sucesso.
- Claro que sim, tá, tá, ele riu de rolar no chão. Acho que tá até agora lá, desmaiado. Sorrindo no chão, claro.
- Muitíssimo obrigada. Por nada. Devolve meus papéis.
Essa aparente leviandade em se tratando das minhas atitudes nunca me fez também - e também nunca me surpreendeu tanto: como disse acima, o meu retrospecto de autoesculacho já rendeu algumas noites de pouco sono e inúmeras memórias ridículas no pensamento. Não que eu não pense agora, só que hoje em dia não é martírio, não é mais sofrimento; é, no máximo, um trecho gessingeriano: "aperto de mãos, apenas bons amigos''. Hasta la vista, carrapato existencial. Eu não sei se é só uma fase, não sei se vai durar, só sei que tou amando essa minha negligência bem intencionada, cuja beneficiária-mor e essa que voz caga, digo, fala. O nosso reflexo no espelho adora gritar que a gente faz merda, mas o conceito dele a respeito é muito provinciano. Ele não sabe nada sobre nós. Coitado, ele não sabe nada sobre mim.
- Ih, otária, foi puxar assunto de novo com esse cara que nem sabe teu sobrenome?
- Super sério que você deixou o trabalho da faculdade em segundo plano pra atualizar essa droga de blog?
- Não pensou nas pautas, não ligou pra nenhum entrevistado, não arrumou as laudas, vai sifuuuu...
- Não creio que a senhorita gastou tudo isso em barras de chocolate. E ainda faltou academia hoje. Vai morrer gorda e encalhada. Muahaha.
- Tá fazendo tudo errado, meninas não tomam a iniciativa. Meu bem, custa, ao menos, fingir esperteza?
- Você está flertando no trabalho, Agridoce???????????
Eu ando numa paz abissal, vou te contar, tou pra ver. Nunca imaginei que chegaria nesse nível de aconchego interior. Agora eu me perdoo por tudo, por qualquer ato que sai no automático. E eu vivo no automático, é incrível. Não protagonizo mais joguinhos comigo mesma - cansei, literalmente, desse filme.
Fazer merda pode ser simplesmente dar vazão aos sentidos, agir sem amarras, não se preocupar com a língua alheia. Não sei, mas que eu passei dessa fase, eu passei. Mario Bros ficaria orgulhoso.
Comentários