Olá, pessoas legais que leem meu bloguinho!
Pela primeira vez, em quase 3 anos escrevendo, eu ando sem tempo para atualizá-lo. Santa ironia, Batman! Logo eu, que sempre procrastinei everything, a fim de abastecer meu filhote de coisas legais e tal, não tenho arrumado horas no dia pra lhe dispensar atenção. Mimimi.
Ou seja, as visitas desta que vos escreve neste setembro
– ou neste semestre, não sei - possivelmente serão mais esparsas. Tudo porque
eu resolvi não procrastinar outras coisas por aí. Percebam a mudança: eu sempre
fui uma procrastinadora de marca maior. Eu até já documentei isso, tomada por
um acesso de fúria indescritível, (cata os arquivos de fevereiro do ano passado
aí, ô, preguiçoso), porque, realmente, hein, Bruna, ajeitar a versão final da
monografia cinco dias antes do prazo final para entregá-la à universidade não é
lá uma jogada muito promissora, né não???? É claro que ia dar merda. Ia dar e
deu. Deu uma merda abissal. Uma merda antológica. E lá fui escrever uma
crônica-desabafo, pra me livrar daquela ira absurda, daquela impotência,
daquela culpa por não ter feito antes, daquela sensação corrosiva de “sou a
criatura mais imbecil do universo” (como eu escrevo melhor quando tô putaça da vida, é gritante a diferença).
Mas a probabilidade de dar merda não é só quando você
atrasa a entrega do seu trabalho final de graduação, por pura mania de achar
que pode controlar o andamento dos fatos. Nem é sobre ele que vim falar hoje,
muito embora eu tenha dedicado quase dez linhas sobre o case “a versão final da monografia: um filme de terror num dia
quente da porra em fevereiro”. Dá uma dorzinha no coração perceber é que a
gente espera pela merda sempre. Nos desacostumamos a ficar em paz, amiguinhos.
Nos desacostumamos a ser felizes, eis a verdade. E isso é dramático, pois
pressupõe que viemos parar neste mundo – vasto mundo, Raimundo – para sofrer. E
só sofrer. Como assim? Dedicar uma existência inteira a contabilizar merdas,
porque um Zé aí falou que somente assim seremos grandes seres humanos e...... é
sério isso? É um destino muito reles pra uma vida, desculpa aí, mas não dá pra
assimilar candidamente. É como se a iminência da merda estivesse entranhada no
nosso inconsciente, nos fazendo esperá-la com um tapete vermelho de boas
vindas. Em contrapartida, quando tudo parece estar “dando certo” nas nossas
vidinhas – seja lá o que isso signifique – não aproveitamos a glória daquele
momento ou daquela fase, inteiros, plenos de espírito de agradecimento. Metadinha
de nossos cérebros espera, afoita, pela merda, como se ela é que fosse a
normalidade, e não o contrário. Ficamos desconfiados, cheios de teorias para
explicar aquele lapso de dias em que tudo se encaixa com maestria, sem que
fritemos os neurônios em busca de respostas. Definitivamente, é como se
gritássemos: hey, eu acho que não mereço tudo isso, hein? E, assim, selamos
nosso talento insuspeito para o referido casamento escatológico. E, assim,
nasce mais uma crônica raivosa. E, assim, nasce mais uma merda.
Auxiliaram
no post:
Entre
seus rins - Ira
About you – The
Jesus and Mary Chain
On every street – Dire Amor Eterno Straits
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