Em meados de 2009 - que foi quando consolidei minha incursão à crônica - escrevi uns desaforos ótimos sobre a piazada que pega o carro do papai sem carteira de habilitação, para pagar de bonzão ao seu eleitorado - sim, todo babaca tem uma legião fiel de seguidores, não se engane. Não sei onde caralhos enfiei essa crônica, mas o sentimento que me incitou a escrevê-la... ah, este segue enfiado como uma estaca no meu coraçãozinho. Porque é um nojo tão grande, mas tão vivo, que não poderia se converter em nada mais que um texto maravilhoso. Pois volto agora, em 2014, para falar de velocidade - item que geralmente (eu disse ge-ral-men-te) vem associado à temática anterior. Eu, ao menos, já cansei de ver garotos cantando pneu por aí e depois saindo adoidados, ávidos por verem os velocímetros de seus carangos arrebentarem. Bom, que arrebentem, mas bem longe do meu portão.
Não é de hoje que eu condeno essa atitude dos rapazes (falo essencialmente nos rapazes aqui, mas casos lamentáveis como o da moça que se espatifou a 170Km/h, após fotografar o medidor de velocidade do carro que dirigia, levam a crer que a ala feminina infelizmente também engrossa o caldo), sempre achei um hábito pouco maduro - vejam bem que eu tô pegando leve - e desnecessário. A troco de que sair correndo feito um louco? Qual é o bônus? É porque saiu naquela propaganda de picapes que as mulheres cairão aos seus pés, assim que você passar usando o melhor dos 49309 milhões de cavalos de potência da sua máquina? Uhul, parabéns, machão, que pedaço de mau caminho você, só deixa eu dar uma vomitadinha rápida.
Parece tudo muito inofensivo, mas trata-se de uma triste cultura de exaltação da velocidade, potencializada por franquias como "Velozes e Furiosos'', entre outros elementos midiáticos. O ícone do cinema norte-americano e rebelde sem causa James Dean era fã de dar uma pisadinha com vigor nos aceleradores de seus Porsches. Até que um dia, no auge dos seus 24 anos, pisou além da conta e não sobreviveu para contar a história. Tô sendo cruelzinha aqui, mas o fato é que não escondo minha antipatia pela questão - ainda que enxergue algumas pistas do porquê de ela ser tão incrustada na sociedade. Para alguns, a exploração da velocidade deve ser algo terapêutico, arrisco, vai saber o que passa na cabeça destas figuras. Ayrton Senna, um cara por quem nutro uma profunda simpatia devido ao seu patriotismo, por exemplo, corroborava a ideia, dizia que mantinha uma relação de fascinação com a ciclana, era quase sua namorada. E, se você leu Ayrton, O Herói Revelado, do jornalista Ernesto Rodrigues, também sabe disso. Irônico e triste é que ele tenha sido traído por quem mais amava, na fatídica Tamburello...
Em suma, a velocidade nunca deixará de ser cultuada. Ela é perigosa, mas sabe conquistar. Só que eu, no caso, não sou obrigada. Felizmente, ainda posso escolher a quem dar minha audiência, logo, não assisto a corridas automobilísticas, tenho desprezo pelas já citadas propagandas de automóvel e nunca vou me prestar a dar moral para um moço que vive a fazer sinfonias escrotas no asfalto.
Não é de hoje que eu condeno essa atitude dos rapazes (falo essencialmente nos rapazes aqui, mas casos lamentáveis como o da moça que se espatifou a 170Km/h, após fotografar o medidor de velocidade do carro que dirigia, levam a crer que a ala feminina infelizmente também engrossa o caldo), sempre achei um hábito pouco maduro - vejam bem que eu tô pegando leve - e desnecessário. A troco de que sair correndo feito um louco? Qual é o bônus? É porque saiu naquela propaganda de picapes que as mulheres cairão aos seus pés, assim que você passar usando o melhor dos 49309 milhões de cavalos de potência da sua máquina? Uhul, parabéns, machão, que pedaço de mau caminho você, só deixa eu dar uma vomitadinha rápida.
Parece tudo muito inofensivo, mas trata-se de uma triste cultura de exaltação da velocidade, potencializada por franquias como "Velozes e Furiosos'', entre outros elementos midiáticos. O ícone do cinema norte-americano e rebelde sem causa James Dean era fã de dar uma pisadinha com vigor nos aceleradores de seus Porsches. Até que um dia, no auge dos seus 24 anos, pisou além da conta e não sobreviveu para contar a história. Tô sendo cruelzinha aqui, mas o fato é que não escondo minha antipatia pela questão - ainda que enxergue algumas pistas do porquê de ela ser tão incrustada na sociedade. Para alguns, a exploração da velocidade deve ser algo terapêutico, arrisco, vai saber o que passa na cabeça destas figuras. Ayrton Senna, um cara por quem nutro uma profunda simpatia devido ao seu patriotismo, por exemplo, corroborava a ideia, dizia que mantinha uma relação de fascinação com a ciclana, era quase sua namorada. E, se você leu Ayrton, O Herói Revelado, do jornalista Ernesto Rodrigues, também sabe disso. Irônico e triste é que ele tenha sido traído por quem mais amava, na fatídica Tamburello...
Em suma, a velocidade nunca deixará de ser cultuada. Ela é perigosa, mas sabe conquistar. Só que eu, no caso, não sou obrigada. Felizmente, ainda posso escolher a quem dar minha audiência, logo, não assisto a corridas automobilísticas, tenho desprezo pelas já citadas propagandas de automóvel e nunca vou me prestar a dar moral para um moço que vive a fazer sinfonias escrotas no asfalto.
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