Quem sabe eu esteja vivendo uma fase diferente aqui no blog. Há uns dois meses, venho observando meus textos e eles não têm me apetecido muito. Não tô dizendo que eu sou uma perfeccionista obcecada, não tenho pretensão de agradar ninguém aqui (aquele clássico para se atenuar diante do público, claro), mas alguma coisa anda me incomodando. E se a inspiração sumir? Se sumir, eu vou ter que parar. E se as palavras emudecerem? Se não conseguir organizá-las, eu vou ter que parar. Ainda que eu goste de passar um tempão aqui escrevendo para as paredes, não vou me sentir apta a continuar. Sem verdade, não vai rolar. Sem essa verdade que só eu vejo, da qual vocês não desconfiam, sabe...
Só que aí, velho, vai ser uma lástima, porque, francamente, eu acredito muito neste blog, neste meu, er... ofício. Eu gosto de contar causos, uai. Eu gosto de trocar descaradamente o bah pelo uai, porque os mineiros são muito mais graciosos que nós. Tá, mas que eu amo Minas, vocês já sabem, falemos de coisa nova. Falemos de como eu ando tentando disfarçar minha introspecção, de como eu ando preferindo observar e calar a sair cuspindo opiniões. É, é isso, às vezes, eu não queria opinar sobre nada, pois fico me sentindo uma metidinha que acha que é dona da verdade, e, argh, eu odeio me sentir assim. Todavia, sem texto opinativo, o presente espaço não cumpre efetivamente seu papel: ninguém vai querer ler postagem estritamente descritiva dos meus dias, porque o fato é que eles são bem comuns. E, outra, a intimidade que eu eternizei naquelas agendinhas não vai ganhar sobrevida aqui. Exceto, claro, se derem um jeito de o Michel Melamed ou de o Wagner Moura fazerem meu par romântico num filme baseado naquelas porcarias. Mas aí são outros quinhentos.
''Querido diário, hoje eu sonhei com o Doutor Fantástico e foi bem ruim, acordei péssima. Acho que sempre quando a gente sonha com algo, lembra que não superou totalmente. Comprei uma ração nova pro Joey, espero que ele se acostume. Fico assistindo àquela reprise tosca de A Próxima Vítima só por causa do Pedro Vasconcelos. Por que raios as pessoas têm que envelhecer? É um gracinha mesmo ele. Me entupi de cuca de chocolate.''
Com amor e ódio, Bru
Não sei o que rola, de repente, escrever ficou meio sem sentido, é como se eu não me reconhecesse. Por um lado, tenho tentado me distanciar do que sempre achei parte de mim, só para ver se eu percebo um encantamento novo. Por outro, não quero deixar de escrever, porque me agarrei à ideia de que isso eu fazia razoavelmente bem. Como diria aquele autor famosíssimo, ''mimimim mimimi mimim''. Já vou lá ver se eu tô na esquina, xácomigo.
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