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A bicicletinha do Leônidas da Silva

Estava eu em uma rodinha feminina, dia desses, discutindo as delícias e agruras de ter 20 e poucos. Até que o assunto chegou nos relacionamentos, claro, porque isso é um carma que persegue todos nós. Papo vai, papo vem, questionei as moças sobre o que achavam de a mulher tomar a iniciativa em festas, por exemplo, estes lugares aonde vamos, a fim de tentar achar os amores de nossas vidas toda sexta-feira. Em questão de segundos, fui fuzilada com olhares de reprovação. Uma arrematou: ''ai, sabe, nisso eu sou antiga, não vou atrás deles''. Aí eu fiquei lá com uma cara de tacho, meio desconcertada da vida. Ok, tem outras rodas por aí.
Não que as meninas do recinto sejam um termômetro cabal de um pensamento conservador generalista quanto à ética do flerte na sociedade, mas, sabe, só euzinha lá perdida no meu argumento me fez pensar. Pra algumas, é quase um ultraje ter que puxar um papo que seja. E eu estou lindamente na contramão disso. Eu não puxo só papo, eu entrevisto mesmo. Conversar é uma delícia, desculpe, mas isso eu faço muito bem. Poxa, gatas, lipoaspirem esse pensamento vitoriano e machista de suas vidas amorosas.
Esse assunto sempre me intrigou. Quer dizer que se eu achar um cara interessante, fazer contato visual por horas, não posso, mesmo assim, chegar e dizer um ''olá'' que seja? Qual é? E se ele for um palerma? E se ele for mudo? Bom, é bem verdade que ''olás singelos'' não fazem meu tipo, eu sou devota mais é da escola Groucho Marx de interação mesmo - não que eu me orgulhe, claro, isso é só uma constatação. Alguma espertinha aí da audiência talvez diga que ''ah, Bruninha, se não veio falar contigo, é porque não gostou de ti''. Dane-se, querida, é a ala dos cuecas que manda agora? Percebam como é uma posição de subserviência esta de ficar esperando ser conquistada, esperando ser "cortejada", esperando que a vida nos brinde com um amor. Não que eu seja irresistível, mas não posso tentar conquistar ninguém então? É isso mesmo? Ah, para, dá nada, eles são só humanos como nós. Que frescura. Desde nova, eu venho escutando que não é a mulher que vai atrás, que é o homem que faz isso, que é o homem que faz aquilo, e, olha, isso é limitador, isto é, todos queremos ser felizes. Vamos dividir as culpas e as vontades, please.
É claro, my dear, que tentando mais, as chances de se dar mal são infinitamente maiores, não fico imune sendo moderninha por aí. As bolas foras multiplicam-se na velocidade da luz. Mas também, meu amigo, quando eu acerto... aí é gol de placa. Aí é Leônidas da Silva fazendo gol de bicicleta. E, olha, teve alguns... teve aquela vez do... e aquela outra do....
Enfim, também tenho direito de tentar golear.





TÁ LÁ, É GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL DA BRUNINHA, A CRAQUE DA CAMISA 10


      

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