Taquem suas pedras, mas eu gosto de verão. Ah, sabe, eu curto, eu jogo charme, eu não me aguento. É claro que eu não gosto de sair do banho, gotejando suor. É claro que eu não gosto de virar ração para as mais diversas espécies de insetos. É claro também que é tarefa indigesta colocar o pé na rua, se não é para se jogar logo depois dentro de uma piscininha marota. Mas, ah, eu ainda gosto do verão. Eu flerto descaradamente com ele. Taquem suas pedras, mas, primeiro, me deixem poetizar o inferninho.
Acho que toda estação tem sua poesia. Talvez o verão seja uma prosa, uma brisa, um sonho bom. Eu gosto dessa malícia no ar, dessa impressão de que tudo pode acontecer. E, às vezes, acontece. Eu gosto das praças cheias de gente tomando sorvete. Eu gosto do banho de chuva tão esperado e que vem com ares de redenção. Eu gosto do beijo praiano queimando o coração. Tem isso também: os beijos parecem ter mais sabor. Mistério...
Gosto dessa coisa de andar com pouca roupa, nada de casacos burocráticos e cachecóis escondendo os olhos. Gosto das janelas que ficam abertas madrugada adentro e permitem ver as estrelas. Gosto das noites que não têm hora para acabar - e elas nunca acabam. Gosto das rodas de violão e das cantorias desafinadas até o sol nascer de novo - e nos esquentar até dizermos chega. Gosto do cheiro de traquinagem, da total falta de inocência, da leveza, da lascívia, da delícia de adormecer na grama e escutar os silêncios contarem segredos. Como bem disse aquele tio lá, o Camus, no meio de um inverno, eu finalmente descobri que havia dentro de mim um verão invencível. Em mim, existe demais.
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Dirty little secret - The All-American Rejects
Acho que toda estação tem sua poesia. Talvez o verão seja uma prosa, uma brisa, um sonho bom. Eu gosto dessa malícia no ar, dessa impressão de que tudo pode acontecer. E, às vezes, acontece. Eu gosto das praças cheias de gente tomando sorvete. Eu gosto do banho de chuva tão esperado e que vem com ares de redenção. Eu gosto do beijo praiano queimando o coração. Tem isso também: os beijos parecem ter mais sabor. Mistério...
Gosto dessa coisa de andar com pouca roupa, nada de casacos burocráticos e cachecóis escondendo os olhos. Gosto das janelas que ficam abertas madrugada adentro e permitem ver as estrelas. Gosto das noites que não têm hora para acabar - e elas nunca acabam. Gosto das rodas de violão e das cantorias desafinadas até o sol nascer de novo - e nos esquentar até dizermos chega. Gosto do cheiro de traquinagem, da total falta de inocência, da leveza, da lascívia, da delícia de adormecer na grama e escutar os silêncios contarem segredos. Como bem disse aquele tio lá, o Camus, no meio de um inverno, eu finalmente descobri que havia dentro de mim um verão invencível. Em mim, existe demais.
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