Fuçando nas catacumbas musicais da internet, achei uma banda incrível, dia desses. Seu nome me chamou atenção, e eu resolvi investigar. Ok, a tal banda existe há uns trocentos anos, mas só em 2013 fomos formalmente apresentadas: essas novidades velhas com que o cotidiano nos brinda, vez que outra. (Adoro surpresas em dó maior!) Baixei uma música e achei ótima. Baixei duas, três, continuei achando espetacular. Aí lá pela quarta música, eu já comecei a ficar desconfiada: o universo não costuma ser tão camarada, meu chapa... quando a expectativa é alta, naturalmente nos decepcionamos, é da natureza do joguinho. O fato é que eu segui baixando os arquivos e ficando embasbacada. Na oitava música, eu parei. Parei, medrosa. Parei, preocupada com um possível decréscimo de qualidade dos músicos recém descobertos. "Ah, oito músicas tá louco de bom!'' - pensava, ridícula e convictamente.
Mas aí eu comecei a pensar no interessante da questão, porque eu sou um robô que só sabe pensar - como é do conhecimento de vocês. Essas oito músicas eram o retrato do que sempre me frustrou na vida, um medo infantil de que, depois de tudo dar certo, tudo começasse a ruir lindamente. Não somos criados para abraçar a felicidade que vem sem pedágio, porque escutamos desde pequenos que ela não vem tão fácil. Como se sofrer muito antes fosse preciso para dignificar o bônus. Para dignificar minha santa playlist, amém. Aquelas tais oito canções estrangeiras mais velhas que o sol eram também oito encontros com aquele cara charmoso e adorável que eu não quis mais ver, porque fiquei com medo. Burra e musical, como sempre. Fiquei só com a banda - que, felizmente, não me decepcionou.
SÓ POR HOJE
Tudo começou inocentemente, quando tive um primeiro contato com aquilo. Eu sabia de sua existência desde muito nova, mas nunca tinha ficado tão próxima. De imediato, não imaginei que pudesse ficar tão refém, tão viciada, tão obcecada. Mas o fato é que eu fiquei. E estou há algum tempo. Não consigo pensar quase em mais nada. Tenho medo da reação das pessoas, ao saberem disso. Se saio às ruas, não consigo me controlar. Se vejo um, fico abalada, não consigo mais nem raciocinar. Me sinto dopada, inundada por sentimentos possessivos que nem sabia que existiam. E fica cada vez mais grave, pois eu realmente quero tirar todos os felinos da rua. Eu quero adotar um mundo de felinos. Bom, só por hoje eu me contentei somente com o meu. Mas até quando irei suportar?
Mas aí eu comecei a pensar no interessante da questão, porque eu sou um robô que só sabe pensar - como é do conhecimento de vocês. Essas oito músicas eram o retrato do que sempre me frustrou na vida, um medo infantil de que, depois de tudo dar certo, tudo começasse a ruir lindamente. Não somos criados para abraçar a felicidade que vem sem pedágio, porque escutamos desde pequenos que ela não vem tão fácil. Como se sofrer muito antes fosse preciso para dignificar o bônus. Para dignificar minha santa playlist, amém. Aquelas tais oito canções estrangeiras mais velhas que o sol eram também oito encontros com aquele cara charmoso e adorável que eu não quis mais ver, porque fiquei com medo. Burra e musical, como sempre. Fiquei só com a banda - que, felizmente, não me decepcionou.
SÓ POR HOJE
Tudo começou inocentemente, quando tive um primeiro contato com aquilo. Eu sabia de sua existência desde muito nova, mas nunca tinha ficado tão próxima. De imediato, não imaginei que pudesse ficar tão refém, tão viciada, tão obcecada. Mas o fato é que eu fiquei. E estou há algum tempo. Não consigo pensar quase em mais nada. Tenho medo da reação das pessoas, ao saberem disso. Se saio às ruas, não consigo me controlar. Se vejo um, fico abalada, não consigo mais nem raciocinar. Me sinto dopada, inundada por sentimentos possessivos que nem sabia que existiam. E fica cada vez mais grave, pois eu realmente quero tirar todos os felinos da rua. Eu quero adotar um mundo de felinos. Bom, só por hoje eu me contentei somente com o meu. Mas até quando irei suportar?
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