Tem dias em que eu queria não escrever de modo tão biográfico aqui, sei lá, não me expor muito, porque isso implica algumas situações desagradáveis. Como daquela vez em que eu escrevi não-sei-que-coisa por essas bandas, e, no meio de uma discussão, me engasguei com uma deliciosa torta de contradição. Lindo de ver.
- Ué, Beltrana, mas tu já não escreveu e reafirmou tal coisa lá?
- Oi, é comigo? Cuma?
Mas nãããão, eu teimo, eu despejo todas as minhas angústias e ânsias aqui, sem o mínimo senso de ridículo, mesmo estando careca de saber que isso não é bom negócio. Eu sou uma péssima editora-chefe de mim mesma, em outras palavras. Se eu fosse uma publicação, certamente não venderia. Porque eu não sou comercial, eu nasci fora de moda. E, possivelmente, hei de honrar a sina da indiferença editorial. Contudo, vou parar com a sessão de análise, porque de coitadismo já me basta o dos meus papos com o espelho, e vocês não têm obrigação de ouvirem essas ladainhas - esse bônus é do meu gato. Exceto, claro, quando ele resolve me arranhar. Nem o gato me aguenta às vezes, percebam o drama.
Há alguns - vários - meses, eu me convenci de que sofrer pelo que não dependia exclusivamente da minha boa vontade era insanidade. Assimilei de forma estudantil a coisa e estava me saindo muito bem, até então. Genial, não? Qualquer pessoa bem resolvida sabe que é atraso de vida gastar energia e lágrimas com o que depende de fatores externos - que não sejam, por exemplo, iguais ao ato de levantar cedo da manhã irradiando amor e fazendo a sua parte. O ''nossa parte'' tá na mão, chefia, mas e o resto? Se não vai chover no sábado e vão aceitar nosso projeto? Se vão responder nossos e-mails, que foram enviados, claro, com educação e atenção ímpares? Não sabemos. Mas o "nossa parte" segue vívido, serelepe, esperando uma chance de ter valor. Qualquer pessoa, racional que é, sabe que é atraso de vida, reitero. Mas quem disse que processamos as coisas com essa frieza? Humanos que somos, queremos recompensas urgentes. "Mas eu fiz a minha parte, poxa!" E voltamos a sofrer. Eu voltei.
Não foi legal lutar e lutar, e terminar hoje com um "Thank you, Mario, but our princess is in another castle". Isso veio muito ao encontro do meu estado de espírito ultimamente. Aquelas mensagens subliminares do cotidiano, faz parte. Quer dizer, grande porcaria o que você fez no início, Mario, brigadão, hein, mas não vai rolar. Show de bola mesmo, mas não. O que está acontecendo comigo e com o Mario? Dois fodidos, eu e ele. Nos merecemos.
- Ué, Beltrana, mas tu já não escreveu e reafirmou tal coisa lá?
- Oi, é comigo? Cuma?
Mas nãããão, eu teimo, eu despejo todas as minhas angústias e ânsias aqui, sem o mínimo senso de ridículo, mesmo estando careca de saber que isso não é bom negócio. Eu sou uma péssima editora-chefe de mim mesma, em outras palavras. Se eu fosse uma publicação, certamente não venderia. Porque eu não sou comercial, eu nasci fora de moda. E, possivelmente, hei de honrar a sina da indiferença editorial. Contudo, vou parar com a sessão de análise, porque de coitadismo já me basta o dos meus papos com o espelho, e vocês não têm obrigação de ouvirem essas ladainhas - esse bônus é do meu gato. Exceto, claro, quando ele resolve me arranhar. Nem o gato me aguenta às vezes, percebam o drama.
Há alguns - vários - meses, eu me convenci de que sofrer pelo que não dependia exclusivamente da minha boa vontade era insanidade. Assimilei de forma estudantil a coisa e estava me saindo muito bem, até então. Genial, não? Qualquer pessoa bem resolvida sabe que é atraso de vida gastar energia e lágrimas com o que depende de fatores externos - que não sejam, por exemplo, iguais ao ato de levantar cedo da manhã irradiando amor e fazendo a sua parte. O ''nossa parte'' tá na mão, chefia, mas e o resto? Se não vai chover no sábado e vão aceitar nosso projeto? Se vão responder nossos e-mails, que foram enviados, claro, com educação e atenção ímpares? Não sabemos. Mas o "nossa parte" segue vívido, serelepe, esperando uma chance de ter valor. Qualquer pessoa, racional que é, sabe que é atraso de vida, reitero. Mas quem disse que processamos as coisas com essa frieza? Humanos que somos, queremos recompensas urgentes. "Mas eu fiz a minha parte, poxa!" E voltamos a sofrer. Eu voltei.
Não foi legal lutar e lutar, e terminar hoje com um "Thank you, Mario, but our princess is in another castle". Isso veio muito ao encontro do meu estado de espírito ultimamente. Aquelas mensagens subliminares do cotidiano, faz parte. Quer dizer, grande porcaria o que você fez no início, Mario, brigadão, hein, mas não vai rolar. Show de bola mesmo, mas não. O que está acontecendo comigo e com o Mario? Dois fodidos, eu e ele. Nos merecemos.
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