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Habemus censuram

Sempre que eu me sinto muito sufocada de sentimentos e eteceteras com os quais não sei lidar, eu lembro do bloguinho. É tipo uma reação em cadeia: eu preciso escrever sobre isso, preciso externar minhas impressões, preciso que leiam como me sinto (ô ego maldito!). Preciso desabafar no blog!!!
Minha vida, por mais sem gracinha que seja, é matéria-prima pra isso aqui que vocês leem - o que não quer dizer que isso aqui seja inteiramente biográfico. Mas é aquela coisa, eu conto minha história pra vocês de qualquer jeito, seja, por exemplo, quando eu comento que algum moço não quis meus beijos (eu ia escrever amor, mas né, não vou vulgarizar o dito cujo), ou quando eu digo que fico deveras puta ao ler ''nada haver'' e "concerteza'' pelos redutos internéticos, ou quando eu corrompo algum autor por aí, tipo a Ciça Meireles:

''Eu falo merda porque o instante existe
E minha vida está completa
Não sou alegre nem sou triste
Sou pateta.''

Eu sou eu aqui, sou sempre eu, por mais que doa. E, acreditem, sempre dói mais em mim. Enfim, a dor de hoje me parece uma incógnita, mas eu vou falar sobre. Tentar. Então, lá vai: estão me censurando! Por que raios resolveram me censurar? (estão, resolveram, tudo sujeito indeterminado mesmo). Pessoas que supostamente deveriam me amar ou ao menos tolerar do jeito que sou, decidiram me censurar. E eu tenho me sentido putíssima com isso (poucas expressões representam tão bem uma sensação quanto essa, hein). 

- Pra que ser assim, Bruna?

Oras, pra que ser assim? Porque, caralhos, eu sou assim. Parece que, simplesmente, a gente tem que ir se matando um pouquinho todo dia, a fim de ser mais agradável. E daqui a pouco, a gente é nada mais que um mero rascunho de si próprio. Se, digamos, eu nego - leia-se muito polidamente - um chimarrão na roda da fofoca tradicionalista, é porque, ora bolas, eu não gosto da coisa. Pra ser mais franca: eu detesto. Mas nãããão, eu tenho que tomar, eu tenho que fingir interesse, quiçá até queimar a língua, porque, francamente, água fervente não é páreo pra quem é bagual. E eu vomito onde mesmo?

- Querida, e como vai dizer que não toma mate na casa da sogra? Vai ser um papelão. Ha ha

Como eu vou dizer? Dizendo, ué, na cara dela assim, como digo em vossas fuças, titia, a fim de que comecemos a relação da maneira mais franca possível. E ela que me traga um chá, por gentileza, enquanto eu aproveito a delícia que é o filho dela.


Auxiliou no post:

Outono - Chimarruts






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