Pular para o conteúdo principal

Da série: diálogos agridoces

VIVER É UM ESTRESSE

- Tu não sente medo de se expor no teu blog?
- Oi? Como assim? Tu acha que alguém pode querer me matar pelo que eu escrevo?
- Tu não tem medo?
- Tu tá falando disso?
- Responde, primeiro...
- Bom, pra ter medo, eu preciso supor que alguém se importa com o que eu escrevo, logo, não...
- Bom, eu não tava falando disso, obviamente, até porque acho que ninguém se importa.
- Nossa, como você é espertinho, agora sai.
- Eu tava falando de outra coisa...
- É? Mas eu não quero saber... putz, pior que jornalistas são assassinados freneticamente no Brasil e...
- Agora quem não quer ler sou eu..
- Mas eu quero falar, a propósito do que tu falava antes de achar que eu posso ser assassinada?
- É que a vida real é assustadora e escrevê-la lá com requintes de realidade (risos) te traz uma carga de comprometimento alta...
- Quem disse que tudo lá é verdade?
- Eu falo porque eu te conheço
- Se me conhecesse não falaria que me conhece com tanta propriedade e petulância.
- Por quê?
- Por amor à vida.
- Ui, ficou estressadinha?
- Eu vivo estressadinha, meu querido, viver é um estresse.
- Não gosto de poesia numa hora dessa, em que um assunto de extrema sutileza é desvelado.
- Ah, vai se catar!
- Poetinha respondona você...
- Todos eram, o que seria de nós sem os poetas marginais da década de 70?
- Não acredito que tu tá se comparando, além de respondona, é vaidosa!
- Isso aí, cheia de defeitos, um nojo.
- Intragável...
- Não foi o que eu andei escutando...
- Qual a fonte?
- Não revelo fontes, querido.
- Não foi o que eu andei escutando...

TOMA




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

5 ANOS DE BLOG - PARTICIPE DA PROMOSHARE

Hoje, nós da empresa, completamos 5 anos de blog. Vamos dar o play para entrar no clima:                         #POLÊMICA: sempre preferi o parabéns da Angélica em vez de o da Xuxa. O que não quer dizer que eu ame a Angélica, claro, por mim ela pode ir pra casa do caralho. ENFIM, VAMOS CELEBRAR! 5 ANOS DE MERDA ININTERRUPTA AQUI! UHUL, HEIN? Era 22 de dezembro de 2010, estava euzinha encerrando mais um semestre da faculdade de Jornalismo, meio desgraçada da cabeça (sempre, né), entediadíssima no Orkut, quando finalmente tomei coragem e decidi dar a cara a tapa. Trouxe todas as minhas tralhas para o Blogspot e a esperança de mudar alguma coisa. Infindáveis crônicas começaram a ganhar o mundo e a me deixar mais desgraçada da cabeça ainda: sei lá, escrever é uma forma de ficar nua, de se deixar analisar, de ser sincero até a última gota, e isso nem sempre é bom negócio. Mas, enfim, felizmente tenho sobrevivido sem grandes traumas - mas não sem grandes catarses, por isso esse n

Família Felipe Neto

Eu já queria falar sobre isso há um bom tempo, e, enquanto não criar vergonha nessa cara e entrar num mestrado para matar minha curiosidade de por que caralhos as pessoas dão audiência para pessoas tão bizarras e nada a ver, a gente vai ter que escrever sobre isso aqui. Quando eu falo ''a gente'', me refiro a mim e às vozes que habitam minha cabeça, tá, queridos? Youtubers... youtubers... sim, Bruna, está acontecendo e faz tempo. Que desgraça essa gente! Ó, pai, por que me abandonaste? Quanto tempo eu dormi? Estamos vivendo uma era de espetacularização tão idiota, mas tão idiota que me faltam palavras, é sério, eu só consigo sentir - como diria o fatídico meme . Não tem a mínima condição de manter a sanidade mental, querendo estudar, trabalhar, evoluir quando pegar uma câmera, do celular mesmo, sair falando um monte de merda e enriquecer com isso ficou tão fácil. Vamos usar um case bem ridículo aqui? Vamos.  Dia desses, esta comunicóloga que vos fala, fazendo suas

Flores no lamaçal de creme de avelã

Tenho feito um severo exercício de autocrítica nos últimos tempos - exercício esse que, somado a um problema pessoal bem pontual, me deixou sem tesão algum de escrever. Mas voltei para uma transadinha rápida e certeira. Um mea culpa inspirado nos velhos tempos - desta vez sem o deboche costumeiro. Realmente quero me retratar. H á alguns meses, q uando escrevi, estupefata de indignações diversas, sobre youtubers, eu nunca estive tão certa do que escrevia. Sigo achando que o Youtube amplificou a voz dos imbecis e vem cooptando principalmente crianças a uma sintomática era da baboseira - entre trolladas épicas envolvendo mães e banheiras cheias de nutella , criou-se um nicho bizarro cujo terreno é a falta de discernimento infantil infelizmente. Só que foi aí que residiu meu erro: reduzir a plataforma a um lamaçal de creme de avelã - e nada mais. Não me ative ao fato de que ali coexistem muitos canais interessantíssimos sobre os mais diferentes ramos do conhecimento hum ano , inclusive