Se apaixonar é bom. Se for correspondida, melhor ainda, viu, amiga catártica?
R I S O S
Não, sério, se apaixonar é bom, é saudável, é curioso, é engraçado, é bizarro e é bonitinho. Mas desapaixonar....... olha, sei lá, não sei muita coisa da vida, mas diria que se desapaixonar é o nirvana.
Tô brincandinho, migos buditas, não me xinguem.
Mas que é libertador, isso é. É uma sensação única de reencontro com você mesmo. De apaixonamento gratuito por você mesmo. Porque você fica naquela, né, encantado por aquele outro ser, meio hipnotizado por aquela outra vida tão simplória e óbvia, que vai esquecendo gradativamente da sua obviedade. Sei que não posso falar por todos, mas geralmente não sabemos brincar de paixão de outro jeito: invariavelmente a gente sofre pra caralho, se destrói, se martiriza, ficando na ponte aérea paraíso-inferno com escalas masoquistas nos condados de ciúme e possessividade. A gente é feliz também, mas é aquela coisa, tudo muito pautado por uma realidade comercial e escrota contra a qual lutamos inutilmente.
Pode haver abnegados por aí que amem de outro jeito, mas a maioria ainda é protagonista do filmezinho acima. Me inclua nesse pacote, claro, como não.
Quando finalmente você se desapaixona, algo muito novo e muito velho renasce: a sua vida. Seus gostos, seus filmes, suas músicas, suas gírias, seu jeito estranho e único de ser, além dela, a sua autoestima. Uma salva de palmas para a autoestima, que ela merece:
Qualquer esperto aí vai me gritar ''mas, ô, Bru, gostar tanto de alguém a ponto de aniquilar a autoestima não é amor, hein?''. Eu sei, amigão, mas quem nunca, né? Quem nunca. A gente gosta e se perde. Quem sabe, achar o limite seja o grande desafio. Uma vez, gostei tanto de um cara, que me destruí. Perdi a vontade de viver. Não de um modo dramático, como, possivelmente, vocês estão desenhando aí no paint de suas cabeças doentes. Foi algo muito sorrateiro e capcioso. Foi sem eu perceber. Eu simplesmente deixei de me querer. E deixar de se querer é o fim de tudo.
Confesso que isso não vai durar muito, essa vibe do texto, porque a gente sempre anda arrastando a asa para alguém, ainda que inconscientemente - eita sina desgraçada. Mas, por ora, vou aproveitar esse sentimento de que tem gente aí que não cabe mais na minha vida. Gente que é tipo aquele meu pijama rosa sem elástico - só serve pra fins de sono mesmo.
Como diria aquele bigode sagrado da música brasileira, ''no presente, a mente, o corpo é diferente... e o passado é uma roupa que não nos serve mais...''
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