Pular para o conteúdo principal

A vida é a arte do encontro, embora haja tanto bombom trocado pela vida

O Vini já nos disse que a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. Esta frase junto àquela do menino de Itabira, dos desejos e das tardez azuis - vide Poema das Sete Faces -, são minhas favoritas da vida. Não, pera, tem aquela também das noites brancas do Dostoiévski, que indaga mais ou menos se um minuto de felicidade não seria o suficiente para preencher toda uma existência. São belas frases, são belos potinhos de consolo e afago. E me ajudam a seguir, ajudam a acalmar a errância e o vazio. Protegem. Mexem em alguma coisa dentro, é inegável.
A vida é a arte do encontro. E nisso, às vezes, ela capricha. Não é sempre que seus encontros previamente concebidos - ela, teimosa, deve treinar isso por horas - vigoram. Ela se desculpa, diz que não era bem assim. Ok, entendemos, você está dando o seu melhor. E nós também. Mas quando ela acerta, aí ela acerta. Aí é desbunde geral. E todos nós temos uma coleçãozinha singela destes pequenos encontros que valeram por toda uma existência. Eu tenho os meus. Dificilmente conto. Gosto de ficar saboreando eles como uma criança de 5 anos, encantada com aquele chocolate tão esperado após o almoço. O gosto é tão mais diferente. Eu e meu chocolate, eu e o nosso momento. Eu e você, tão encontrados, encontrantes, encontrosos, quanto uma criança e seu bombonzinho de nozes. Que acaso singular, eu poderia ter mordido qualquer outro bombom, mas foi você!
Tem uns encontros por aí... tem uns encontros por aí, meus pequenos, que só mesmo uma brisa, uma magia, um vibrar diferente para explicar. Não sei o que ocorre. Eu poderia ter cruzado com tanta gente diferente, com tantos rostos que não o seu, com tantos risos que não o da sua boca, pisado em tantas calçadas que não as marcadas com o desenho dos seus pés, e olha onde eu parei? É, no mínimo, estranho. É, no mínimo, assustador. Assustadoramente bonito.




Auxiliou no post:

Para o Diabo os conselhos de vocês - Os Condenados







Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

5 ANOS DE BLOG - PARTICIPE DA PROMOSHARE

Hoje, nós da empresa, completamos 5 anos de blog. Vamos dar o play para entrar no clima:                         #POLÊMICA: sempre preferi o parabéns da Angélica em vez de o da Xuxa. O que não quer dizer que eu ame a Angélica, claro, por mim ela pode ir pra casa do caralho. ENFIM, VAMOS CELEBRAR! 5 ANOS DE MERDA ININTERRUPTA AQUI! UHUL, HEIN? Era 22 de dezembro de 2010, estava euzinha encerrando mais um semestre da faculdade de Jornalismo, meio desgraçada da cabeça (sempre, né), entediadíssima no Orkut, quando finalmente tomei coragem e decidi dar a cara a tapa. Trouxe todas as minhas tralhas para o Blogspot e a esperança de mudar alguma coisa. Infindáveis crônicas começaram a ganhar o mundo e a me deixar mais desgraçada da cabeça ainda: sei lá, escrever é uma forma de ficar nua, de se deixar analisar, de ser sincero até a última gota, e isso nem sempre é bom negócio. Mas, enfim, felizmente tenho sobrevivido sem grandes traumas - mas não sem grandes catarses, por isso esse n

Família Felipe Neto

Eu já queria falar sobre isso há um bom tempo, e, enquanto não criar vergonha nessa cara e entrar num mestrado para matar minha curiosidade de por que caralhos as pessoas dão audiência para pessoas tão bizarras e nada a ver, a gente vai ter que escrever sobre isso aqui. Quando eu falo ''a gente'', me refiro a mim e às vozes que habitam minha cabeça, tá, queridos? Youtubers... youtubers... sim, Bruna, está acontecendo e faz tempo. Que desgraça essa gente! Ó, pai, por que me abandonaste? Quanto tempo eu dormi? Estamos vivendo uma era de espetacularização tão idiota, mas tão idiota que me faltam palavras, é sério, eu só consigo sentir - como diria o fatídico meme . Não tem a mínima condição de manter a sanidade mental, querendo estudar, trabalhar, evoluir quando pegar uma câmera, do celular mesmo, sair falando um monte de merda e enriquecer com isso ficou tão fácil. Vamos usar um case bem ridículo aqui? Vamos.  Dia desses, esta comunicóloga que vos fala, fazendo suas

Flores no lamaçal de creme de avelã

Tenho feito um severo exercício de autocrítica nos últimos tempos - exercício esse que, somado a um problema pessoal bem pontual, me deixou sem tesão algum de escrever. Mas voltei para uma transadinha rápida e certeira. Um mea culpa inspirado nos velhos tempos - desta vez sem o deboche costumeiro. Realmente quero me retratar. H á alguns meses, q uando escrevi, estupefata de indignações diversas, sobre youtubers, eu nunca estive tão certa do que escrevia. Sigo achando que o Youtube amplificou a voz dos imbecis e vem cooptando principalmente crianças a uma sintomática era da baboseira - entre trolladas épicas envolvendo mães e banheiras cheias de nutella , criou-se um nicho bizarro cujo terreno é a falta de discernimento infantil infelizmente. Só que foi aí que residiu meu erro: reduzir a plataforma a um lamaçal de creme de avelã - e nada mais. Não me ative ao fato de que ali coexistem muitos canais interessantíssimos sobre os mais diferentes ramos do conhecimento hum ano , inclusive