O bronzeado quase nem aparece. Os reggaes, cujas letras enterneciam meu coração, saíram do eixo de atenção quase que naturalmente. O calor ainda se faz presente, embora timidamente, mas eu sei que não é a mesma coisa. Não é mais fevereiro. Não é mais verão. Não tem malícia no ar. Não há mais sorveteiros nas ruas. Não há aquele convite maroto para fazer a vida acontecer, para ficar um pouco mais admirando o pôr do sol. Eu sei que ela acontece nas de mais estações do ano também, meus caros, mas não me queiram dizer que é igual.
Ainda não me acostumei com a idéia de não conseguir deixar vivas as lembranças dessa época quente, visceral, insana, mesmo que o tempo passe inexoravelmente. Talvez seja por isso que eu, às vezes, me sinta a mais nostálgica das criaturas, procurando não me prender ao passado, mas também pesarosa de que os dias passem e façam eu me desligar da magia que foi vivida. Isso é só comigo? Só eu sofro desse mal? Alguma coisa me diz que isso deve ser comum a todos nós, os ávidos por resgatar planos feitos há algum tempo, por reafirmar os propósitos de começo de ano. A cada rasteira costumeira dos dias nem tão quentes, sentir que ainda não esmorecemos nas promessas, que vamos tentar mais uma vez, afinal, olha o tanto de compromissos que assumimos naquele primeiro de janeiro escaldante, não é?
Essa história de, praticamente, implorar para que o tempo não passe tão impiedosamente deve ser por causa disso mesmo. Na realidade, queremos uma garantia de que a esperança que veio com o verão e suas temperaturas ferventes ainda viva em nós e nos faça sorrir diante da vida, mesmo quando não há motivos. Estudar um idioma, fazer amizades, ligar finalmente para o rolo da faculdade. Dormir mais cedo, fazer exercícios regularmente, deixar de se basear nas vitrines e vestir o que der na telha. Desengessar. Queimar!
Eu nunca fui muito partidária do verão, mas ando arrebatada pela sua magnitude, ano após ano. Pela alegria de viver que ele - só ele - nos exige. Sou cria do inverno de agosto, mas reconheço que há um mistério no ar, quando o dia 21 de dezembro nos dá o ar da graça. Eu sei que os dias correm, que os sonhos se perdem em meio às luvas e aos casacos de lã. Eu sei de tudo isso e até me dá certa paz, uma vez que, logo, tudo começa de novo. Vai dar para ser feliz ano que vem. Bendita seja essa tal de translação.
Ainda não me acostumei com a idéia de não conseguir deixar vivas as lembranças dessa época quente, visceral, insana, mesmo que o tempo passe inexoravelmente. Talvez seja por isso que eu, às vezes, me sinta a mais nostálgica das criaturas, procurando não me prender ao passado, mas também pesarosa de que os dias passem e façam eu me desligar da magia que foi vivida. Isso é só comigo? Só eu sofro desse mal? Alguma coisa me diz que isso deve ser comum a todos nós, os ávidos por resgatar planos feitos há algum tempo, por reafirmar os propósitos de começo de ano. A cada rasteira costumeira dos dias nem tão quentes, sentir que ainda não esmorecemos nas promessas, que vamos tentar mais uma vez, afinal, olha o tanto de compromissos que assumimos naquele primeiro de janeiro escaldante, não é?
Essa história de, praticamente, implorar para que o tempo não passe tão impiedosamente deve ser por causa disso mesmo. Na realidade, queremos uma garantia de que a esperança que veio com o verão e suas temperaturas ferventes ainda viva em nós e nos faça sorrir diante da vida, mesmo quando não há motivos. Estudar um idioma, fazer amizades, ligar finalmente para o rolo da faculdade. Dormir mais cedo, fazer exercícios regularmente, deixar de se basear nas vitrines e vestir o que der na telha. Desengessar. Queimar!
Eu nunca fui muito partidária do verão, mas ando arrebatada pela sua magnitude, ano após ano. Pela alegria de viver que ele - só ele - nos exige. Sou cria do inverno de agosto, mas reconheço que há um mistério no ar, quando o dia 21 de dezembro nos dá o ar da graça. Eu sei que os dias correm, que os sonhos se perdem em meio às luvas e aos casacos de lã. Eu sei de tudo isso e até me dá certa paz, uma vez que, logo, tudo começa de novo. Vai dar para ser feliz ano que vem. Bendita seja essa tal de translação.
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