Estava eu a pensar, há alguns dias, como é difícil equilibrar os setores da nossa vida. Vocês não acham? Desconfio que nunca consigamos estar ''100%'' em tudo que queremos. Às vezes, você tá indo super bem no trabalho, galgando postos de trabalho de gabarito e etc, mas sua vida amorosa anda num limbo sem fim. Sai, vai a bares, dá uns pega em gente vazia e medíocre, e volta solitário para casa. Em outras, distribui mel por onde quer que vá, volta da rua com o celular abarrotado de números interessantes, porém a relação com seus pais beira o Apocalypse Now e sua carteira encontra-se num cruel ostracismo capitalista.
Acontece. Bem que tentamos, mas não conseguimos nos deixar em paz, vivemos loucos tentando equiparar os lados, numa frenética competição com nós, nós mesmos e Irene. Definitivamente, não somos justos com... er, essas pessoas, conhecidas pelas redondezas como nós mesmos. Somos mesquinhos, vivemos contabilizando acertos, nos massacrando por erros do passado, atiçando nosso bom senso. Que prêmio é esse que tanto perseguimos? Creio estarmos conquistando úlceras, e não, bonificações. A culpa é de quem? Da sociedade de consumo? Da mídia? Dos comentários maldosos das nossas titias solteironas? Não sabemos, que dilema.
Tá, tá, não é um assunto que mereça tanto drama, trata-se tão somente de uma constatação: isso é vida, Bruna, acostume-se com as metades, os lados que não se juntam, a eterna briga entre os setores. Seus hobbies brigando com suas responsabilidades, seu cabelo opaco e sem vida implorando por um corte discutindo com a visita a sua vovó - e que você esqueceu, lógico, por estar presa na fila do banco. Nós ajeitamos daqui, remendamos do outro lado, e - adivinhem? - não damos conta de tudo. Sentimos culpa por não darmos conta de tudo. Nos achamos a mais negligente das criaturas, a criatura mais desinteressante e sem planejamento do universo. Não entendo essa vilania contra mim mesma, mas sinto na pele todo os dias. Vocês também são vilões?
Família, amigos, projetos pessoais, vida afetiva, vida sexual, hobbies, vida profissional, futuro, vida social, festas, presente, planos, sem falar na internet - amiga falsa que toleramos por necessidade. Que bagunça, não? E ainda temos que nos manter atualizados sobre as tendências - quem vai querer usar skinny quando toda a torcida do Flamengo veste pantalona? Ter opinião na ponta da língua sobre a Primavera Árabe e a alta do preço da gasosa, ter um projeto estruturado de existência, casar, ter filhos, fazer o financiamento de um apê e viajar para Trancoso nas férias. Não se pode descuidar de nada, é questão de ser bem alinhado, ora bolas! Pessoas normais encontram um equilíbrio, já ouviu falar, Agridoce? Pior que não, alguém me salve.
Acontece. Bem que tentamos, mas não conseguimos nos deixar em paz, vivemos loucos tentando equiparar os lados, numa frenética competição com nós, nós mesmos e Irene. Definitivamente, não somos justos com... er, essas pessoas, conhecidas pelas redondezas como nós mesmos. Somos mesquinhos, vivemos contabilizando acertos, nos massacrando por erros do passado, atiçando nosso bom senso. Que prêmio é esse que tanto perseguimos? Creio estarmos conquistando úlceras, e não, bonificações. A culpa é de quem? Da sociedade de consumo? Da mídia? Dos comentários maldosos das nossas titias solteironas? Não sabemos, que dilema.
Tá, tá, não é um assunto que mereça tanto drama, trata-se tão somente de uma constatação: isso é vida, Bruna, acostume-se com as metades, os lados que não se juntam, a eterna briga entre os setores. Seus hobbies brigando com suas responsabilidades, seu cabelo opaco e sem vida implorando por um corte discutindo com a visita a sua vovó - e que você esqueceu, lógico, por estar presa na fila do banco. Nós ajeitamos daqui, remendamos do outro lado, e - adivinhem? - não damos conta de tudo. Sentimos culpa por não darmos conta de tudo. Nos achamos a mais negligente das criaturas, a criatura mais desinteressante e sem planejamento do universo. Não entendo essa vilania contra mim mesma, mas sinto na pele todo os dias. Vocês também são vilões?
Família, amigos, projetos pessoais, vida afetiva, vida sexual, hobbies, vida profissional, futuro, vida social, festas, presente, planos, sem falar na internet - amiga falsa que toleramos por necessidade. Que bagunça, não? E ainda temos que nos manter atualizados sobre as tendências - quem vai querer usar skinny quando toda a torcida do Flamengo veste pantalona? Ter opinião na ponta da língua sobre a Primavera Árabe e a alta do preço da gasosa, ter um projeto estruturado de existência, casar, ter filhos, fazer o financiamento de um apê e viajar para Trancoso nas férias. Não se pode descuidar de nada, é questão de ser bem alinhado, ora bolas! Pessoas normais encontram um equilíbrio, já ouviu falar, Agridoce? Pior que não, alguém me salve.
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