Olá, meus caros agridocinhos!
Sobre o que falaremos hoje?? Hum, fiquei na dúvida, hesitei um bocado, mas, por fim, decidi. Eu havia prometido a mim mesma que não falaria de política por essas bandas. Primeiro, porque sempre sou mal interpretada. Sempre. E segundo, porque - na minha humilde opinião - é como dar murros em pontas de facas. Me entenderam, não? Pois é, mas mesmo demonstrando estar alheia a toda essa ''festa da democracia'', não consigo ficar abraçada ao silêncio, fingindo que acho tudo e lindo e etc. Eu sinto ódios extremos. Sinto um nojo que me sufoca. Muitas e muitas vezes, já fui julgada ''alienada" por não participar de forma efetiva de debates e manifestações relacionadas ao já mencionado banquete da democracia, o grande trunfo do povo de poder escolher seus governantes e eleger as melhores propostas. O que eu vou dizer? Eu sinto uma resignação desgraçada, é mais forte que um possível espírito combativo que eu possa carregar. Existiu um cara, cuja vida me inspira e me faz refletir. Segundo o que li, ele dedicou sua vida inteira a uma luta supostamente fadada ao fracasso. Começou, tímido, liderando uma das mais controvertidas marchas, a chamada "Coluna Prestes", teve a esposa feita refém de uma polícia com tendências nazistas, viveu na clandestinidade por boa parte de sua existência, foi cassado, foi considerado inimigo da pátria, foi perseguido por burocratas do partido que amava, enfim, entregou seu brio a uma luta emblemática. Eu, claro, não sou fanática pelo Luís Carlos - o tal líder da coluna - mas não posso deixar de me sentir intrigada pela sua história de vida. O que ele ganhou em troca? Ser lembrado pelos livros de história como um autêntico personagem brasileiro ''brigador'' me parece justo, óbvio, mas e além disso? O país melhorou em alguma coisa, ao menos? Penso que ele trocaria - dada a sua ânsia por mudanças - todos os filmes e representações em que ganhou vida, por uma sociedade, de fato, mais igualitária, menos miserável, mais fraterna e humana. Não só ele me faz pensar, mas também tantos outros que entregaram sangue e suor por amor a seus ideais, e, no entanto, só conheceram a dura face da realidade que extermina, que cala, que sepulta. O Brasil vale tanto a pena assim?
Essa ladainha acima é para demonstrar a insatisfação com que sou tomada, a cada 4 anos. Quando os discursinhos sebosos e milimetricamente decorados invadem nossos televisores e nossas ruas nos conhecidos e repugnantes "santinhos". Não posso nem pensar no tanto de dinheiro que é gasto para veicular toda essa propaganda dispensável. Não há uma preocupação sequer em convencer pelas palavras. Nossos futuros representantes devem achar que, de fato, somos imbecis, pois o texto é sempre o mesmo: "por mais saúde, empregos, educação, vote em fulano... aquele que está com o povo...!!" Eu, particularmente, me sinto profundamente ofendida com essas abobrinhas despejadas em horário nobre. Desde que o mundo é mundo, precisa-se de saúde de qualidade, escolas decentes, transportes, segurança, empregos, investimentos para atrair empresas e o diabo a quatro. Todavia, entra legenda, sai legenda, e o caos continua o mesmo. Cada vez mais, os salários dos legisladores sobe de maneira grotesca. Cada vez mais, eles insistem em aumentar seu "quadro funcional", pois há "trabalho demais". Entretanto, quem depende de um salário mínimo risível para sobreviver, tem que se contentar com pouco. Eu não consigo assimilar tanta palhaçada, honestamente.
Eu tenho lá minhas crenças políticas, claro. Ainda procuro manter o pensamento de que há pessoas idôneas que se filiam a partidos por caráter e idealismo, e não para encher o bolso de dinheiro. Não sou fanática, não entro em brigas por candidato nenhum, não gosto de radicalismos e não me sinto estimulada a votar - dada a porcaria na qual essa tal "democracia'' se transformou. Também não falo aqui, é bom deixar claro, de esquerda, direita e etc - essas tendências que cada vez mais se confundem em seus propósitos. Esse texto foi mais um desabafo, sabem? Eu, que sou jovem, deveria estufar o peito e gritar que eu posso fazer a diferença. Mas não me sinto assim, definitivamente. Me sinto sozinha e frágil prestes a ser engolida pelo "sistema". Me sinto uma idiota por estar escrevendo esse texto. Me sinto ficando pequena, enquanto o gigante se prepara para calar minha boca. Me sinto mais brasileira que nunca? Pode ser.
Abraços verde-amarelos!
Sobre o que falaremos hoje?? Hum, fiquei na dúvida, hesitei um bocado, mas, por fim, decidi. Eu havia prometido a mim mesma que não falaria de política por essas bandas. Primeiro, porque sempre sou mal interpretada. Sempre. E segundo, porque - na minha humilde opinião - é como dar murros em pontas de facas. Me entenderam, não? Pois é, mas mesmo demonstrando estar alheia a toda essa ''festa da democracia'', não consigo ficar abraçada ao silêncio, fingindo que acho tudo e lindo e etc. Eu sinto ódios extremos. Sinto um nojo que me sufoca. Muitas e muitas vezes, já fui julgada ''alienada" por não participar de forma efetiva de debates e manifestações relacionadas ao já mencionado banquete da democracia, o grande trunfo do povo de poder escolher seus governantes e eleger as melhores propostas. O que eu vou dizer? Eu sinto uma resignação desgraçada, é mais forte que um possível espírito combativo que eu possa carregar. Existiu um cara, cuja vida me inspira e me faz refletir. Segundo o que li, ele dedicou sua vida inteira a uma luta supostamente fadada ao fracasso. Começou, tímido, liderando uma das mais controvertidas marchas, a chamada "Coluna Prestes", teve a esposa feita refém de uma polícia com tendências nazistas, viveu na clandestinidade por boa parte de sua existência, foi cassado, foi considerado inimigo da pátria, foi perseguido por burocratas do partido que amava, enfim, entregou seu brio a uma luta emblemática. Eu, claro, não sou fanática pelo Luís Carlos - o tal líder da coluna - mas não posso deixar de me sentir intrigada pela sua história de vida. O que ele ganhou em troca? Ser lembrado pelos livros de história como um autêntico personagem brasileiro ''brigador'' me parece justo, óbvio, mas e além disso? O país melhorou em alguma coisa, ao menos? Penso que ele trocaria - dada a sua ânsia por mudanças - todos os filmes e representações em que ganhou vida, por uma sociedade, de fato, mais igualitária, menos miserável, mais fraterna e humana. Não só ele me faz pensar, mas também tantos outros que entregaram sangue e suor por amor a seus ideais, e, no entanto, só conheceram a dura face da realidade que extermina, que cala, que sepulta. O Brasil vale tanto a pena assim?
Essa ladainha acima é para demonstrar a insatisfação com que sou tomada, a cada 4 anos. Quando os discursinhos sebosos e milimetricamente decorados invadem nossos televisores e nossas ruas nos conhecidos e repugnantes "santinhos". Não posso nem pensar no tanto de dinheiro que é gasto para veicular toda essa propaganda dispensável. Não há uma preocupação sequer em convencer pelas palavras. Nossos futuros representantes devem achar que, de fato, somos imbecis, pois o texto é sempre o mesmo: "por mais saúde, empregos, educação, vote em fulano... aquele que está com o povo...!!" Eu, particularmente, me sinto profundamente ofendida com essas abobrinhas despejadas em horário nobre. Desde que o mundo é mundo, precisa-se de saúde de qualidade, escolas decentes, transportes, segurança, empregos, investimentos para atrair empresas e o diabo a quatro. Todavia, entra legenda, sai legenda, e o caos continua o mesmo. Cada vez mais, os salários dos legisladores sobe de maneira grotesca. Cada vez mais, eles insistem em aumentar seu "quadro funcional", pois há "trabalho demais". Entretanto, quem depende de um salário mínimo risível para sobreviver, tem que se contentar com pouco. Eu não consigo assimilar tanta palhaçada, honestamente.
Eu tenho lá minhas crenças políticas, claro. Ainda procuro manter o pensamento de que há pessoas idôneas que se filiam a partidos por caráter e idealismo, e não para encher o bolso de dinheiro. Não sou fanática, não entro em brigas por candidato nenhum, não gosto de radicalismos e não me sinto estimulada a votar - dada a porcaria na qual essa tal "democracia'' se transformou. Também não falo aqui, é bom deixar claro, de esquerda, direita e etc - essas tendências que cada vez mais se confundem em seus propósitos. Esse texto foi mais um desabafo, sabem? Eu, que sou jovem, deveria estufar o peito e gritar que eu posso fazer a diferença. Mas não me sinto assim, definitivamente. Me sinto sozinha e frágil prestes a ser engolida pelo "sistema". Me sinto uma idiota por estar escrevendo esse texto. Me sinto ficando pequena, enquanto o gigante se prepara para calar minha boca. Me sinto mais brasileira que nunca? Pode ser.
Abraços verde-amarelos!
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