Quando eu tinha uns 14, 15 anos (caraio, isso já tem mais de 10 anos), eu pensava que eu seria uma puta mulher bem resolvida, quando tivesse os meus vinte e poucos. No draminhas, no inseguranças, no confusões, eu seria um dínamo das decisões, ninguém ia me segurar, Brasil. Que mina confiante do caralho! Essa seria eu - e eu estaria na capa da Revista Tpm da minha vida todo mês.
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Deu.
Acho que no fundo era mais um pensamento para me consolar quando eu sofria horrores, por exemplo, por um carinha que não tinha me dado bola. E teve muitos carinhas (ainda que ''carinhas'' esteja no plural, o ''teve'' fica no singular mesmo, porque é no sentido de ''haver'', seu zé ruela). Bom, levando em conta que um destes lábios que eu quis beijar, hoje, desfila num carro rebaixado com vidro fumê, além de possivelmente ter estado em algum presídio, vejo que não foi tão ruim.
Assim... que eu sou uma puta duma mulher, eu não tenho dúvida (nháá..... é... digamos que eu não tenha dúvidas), mas gostaria de ainda não me sentir tão cria medrosa e chorona, de vez em quando, no campo amoroso. Na verdade, nem estou apaixonada para estar escrevendo sobre, só que me veio à cabeça a ideia de que a gente não deixa de ser a gente mesmo, só porque ganhou uns anos a mais. De onde eles vieram? Não estavam aqui na manhã passada. A gente não deixa de carregar os mesmos privadíssimos traumas e amargores só porque dizem que os vinte e poucos são o auge do sucesso. A gente segue sendo criança que espia na fechadura - como diria Nelson Rodrigues: ''um anjo pornográfico''. A gente segue alimentando borboletas por nada e morrendo de dor no estômago. Eu sigo sendo a mesma guria de dez anos atrás, e isso é um anticlímax de doer no horizonte de expectativa do leitor. Ou nem tanto, é verdade. Ao menos, aprendemos a comprar inseticida. Eu aprendi.
Auxiliou no post:
Magnet and Steel - Walter Egan
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Deu.
Acho que no fundo era mais um pensamento para me consolar quando eu sofria horrores, por exemplo, por um carinha que não tinha me dado bola. E teve muitos carinhas (ainda que ''carinhas'' esteja no plural, o ''teve'' fica no singular mesmo, porque é no sentido de ''haver'', seu zé ruela). Bom, levando em conta que um destes lábios que eu quis beijar, hoje, desfila num carro rebaixado com vidro fumê, além de possivelmente ter estado em algum presídio, vejo que não foi tão ruim.
Assim... que eu sou uma puta duma mulher, eu não tenho dúvida (nháá..... é... digamos que eu não tenha dúvidas), mas gostaria de ainda não me sentir tão cria medrosa e chorona, de vez em quando, no campo amoroso. Na verdade, nem estou apaixonada para estar escrevendo sobre, só que me veio à cabeça a ideia de que a gente não deixa de ser a gente mesmo, só porque ganhou uns anos a mais. De onde eles vieram? Não estavam aqui na manhã passada. A gente não deixa de carregar os mesmos privadíssimos traumas e amargores só porque dizem que os vinte e poucos são o auge do sucesso. A gente segue sendo criança que espia na fechadura - como diria Nelson Rodrigues: ''um anjo pornográfico''. A gente segue alimentando borboletas por nada e morrendo de dor no estômago. Eu sigo sendo a mesma guria de dez anos atrás, e isso é um anticlímax de doer no horizonte de expectativa do leitor. Ou nem tanto, é verdade. Ao menos, aprendemos a comprar inseticida. Eu aprendi.
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Magnet and Steel - Walter Egan
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