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Relações amorosas me apavoram

Relações amorosas me apavoram. É, é isso mesmo. Ao mesmo tempo em que me fascinam e povoam minha mente com suposições fofinhas e legendas de fotos, me aterrorizam. Eu tenho medo pra caralho. Fujo. Me escondo. É muita timeline pra esconder. Muita amiga e amigo pra suportar. Muita minhoca na cabeça pra deixar pra lá. Muito ciúme pra engolir a seco e com sorriso amarelo. Muito capitalismo pra conviver com civilidade. Muito status social pra sustentar. Muito trauma de infância pra sufocar o outro. Muita falcatrua pra levar na boa e ter que relativizar, porque, afinal, o sistema é esse. Não sei que tom essa postagem tá tomando, mas definitivamente não é sobre vitimismo. É mais sobre preguiça mesmo, estafa, tédio, laconismo. Vejo tantas histórias - algumas com mais riqueza de detalhes que outras - e não consigo entender como a gente pode errar tanto. Como pode se enganar tanto. Como pode ser tão animalesco, quando tinha é que colocar a cabeça para funcionar. HAHAHAHA AI, AMO MINHA INGENUIDADE
Como se a gente conseguisse pensar quando tá hipnotizado por um sorriso, por um jeito, por um peitoral, né, migxs? O sero mano é uma piada mesmo. Assim, a preguiça a que me referi é muito também sobre se proteger. Eu tenho medo de ser ferida. Pode ser uma criancice, mas também pode ser muito inteligente da minha parte: saber o que vale ou não nossa paz é um conceito interessante Concordo que não é muito descolado, inclusive, confessar isso... nem mesmo rende uma montagem com aquelas frases manjadas e IsabelaFreitianas tipo ''AI VAI E ARRISCA, GATA''
HAHAHA JURA, ISA? E quem paga minha terapia depois? Eu não tô num filme da Nancy Meyers, saca? A vida parece mais tolerável na internet mesmo. Mas quando eu voltar pra vida real, tiver que colocar a cara na rua e encarar minha total inabilidade social, eu vou querer me socar lentamente. E aquele sentimento feroz de trouxice aguda vai me corroer até eu sentir meus ossos quebrando e virando mingau. Tudo por causa de um menino. Ai, os meninos. Malditinhos. Tão escrotos e testosterônicos, mas tão mordíveis e cafunáveis. E sempre tem uns caras estranhos que me prendem a atenção e eu queria que eles vissem a mina massa que eu sou e que nós dividíssemos uns olhares de quem se conhece há 300 anos e a tutela de uns gatos de rua, mas eles sempre se encantam por alguém que não sou eu. E eu fico pensando ''puta merda, como ela conseguiu?''. Que sejam felizes, então, mas nem tanto. Blá blá, sumam do meu raio de visão.
Lembro de um cara por quem alimentei uma loucura muito louca e fodida desgraçada pra caralho lá pelos sweet sixteen, e eu não via jeito de a gente ficar junto. Tipo, nem sonhar eu conseguia, sente o drama. E ali eu entendi que eu queria mesmo era sequestrar ele e ir viver na ilha de Lost, sei lá, mas longe de qualquer coisa que pudesse minar nosso amor. Eu queria é viver grudada nele e viver de luz, viver de olhar pros olhos dele, mas sem nada que impregnasse nossa vida de realidade. Sem filas de banco, sem louças pra lavar, sem famílias pra encher nosso saco. Nós e nós e deu, fecha a porta da nossa ilusão aí. Ali, eu entendi que queria é que com todos os que vieram fosse assim. Ali, eu entendi que o amor não foi feito pra essa vida que levamos. Todavia, a gente vai continuar tentando e se vestindo de cinismo. Ou se protegendo, o que dá no mesmo. 



Auxiliaram no post: 

White wedding - Billy Idol
You could be mine - Guns N' Roses




                 

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